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Utilização do fosfito na cultura do pepino

Autores

Douglas José Marques
Professor de Olericultura e Melhoramento Vegetal – Universidade José do Rosário Vellano (UNIFENAS)
douglas.marques@unifenas.br
Hudson Carvalho Bianchini
Professor de Fertilidade do Solo – UNIFENAS

Créditos Shutterstock

Na cultura do pepino a utilização de fosfitos, além de aumentar a produtividade, também eleva o teor de sólidos solúveis do fruto e melhora a estado geral de sanidade das plantas. O fosfito pode ser utilizado na produção de pepino, mas, para se obter uma melhor eficiência do produto, alguns cuidados devem ser tomados.

Ação e reação

O fósforo (P) é um macronutriente essencial para as todas as culturas, sendo o nutriente que mais limita a produção vegetal nas regiões tropicais, especialmente no Brasil, devido à baixa disponibilidade no solo.

A manutenção do P disponível para as plantas é difícil, pois, dependendo o pH do solo, ele forma compostos insolúveis com o Ca, Al e Fe (principalmente), que as plantas não conseguem aproveitar de imediato.

Devido à fixação do P nos solos, há necessidade da aplicação de altas doses de adubação, apesar do P ser o macronutriente primário exigido em menores quantidades pelas plantas. A sua concentração nas plantas varia entre 0,1 e 0,5%, sendo absorvido na forma de H2PO4- e HPO42, dependendo do pH do solo.

Para os fertilizantes fosfatados normalmente empregados na adubação do pepino, a taxa de absorção é bastante variável, dependendo do tipo de solo, sendo que a maioria do fósforo aplicado tende a ficar retido no solo em estado mais ou menos disponível, dependendo da forma, das condições e do tempo em que os fosfatos ficam em contato com o solo.

O fósforo aplicado via adubação fica adsorvido nos coloides do solo, precipitado com o ferro e o alumínio (em pH alto pode haver precipitação com o cálcio) ou podem formar compostos mineralogicamente estáveis, que não estão disponíveis para as plantas.

Para suprir o P do solo, aplicam-se adubos fosfatados, como superfosfato simples ou triplo, entre outros. Uma fonte alternativa para fornecer P para as plantas é o fosfito, que pode ser utilizado para aumentar a produtividade de várias culturas.

O fosfito proporciona vários efeitos positivos às culturas:

] Aumenta o teor de clorofila na planta;

] Estimula a fotossíntese;

] Favorece o desenvolvimento radicular;

] Aumenta a produção;

] Eficaz no controle de várias doenças;

] É uma fonte de fósforo prontamente assimilável pelas plantas;

] Aumenta a produtividade das culturas e a qualidade das partes colhidas.

Ganhos produtivos

Devido ao seu caráter sistêmico, os fosfitos podem ser aplicados em pulverização foliar, por fertirrigação, fazendo imersão das mudas no produto, entre outras. A aplicação via foliar é a mais comumente utilizada, já que é utilizada em conjunto com outros agroquímicos no controle de pragas e doenças. De maneira geral, o manejo recomendado deve ser o seguinte:

º O fosfito deve ser aplicado durante o ciclo de desenvolvimento das culturas, iniciando-se na fase vegetativa da planta;

º A aplicação de fosfitos deve ser realizada com pulverizadores, aplicando a solução de maneira a efetuar uma cobertura uniforme de toda a cultura, evitando-se a pulverização durante as horas mais quentes do dia;

º A utilização de fosfitos na produção vegetal deve ser, principalmente, de forma preventiva;

º A aplicação pode ser feita na planta toda, pois o caráter sistêmico dos fosfitos favorece a sua rápida absorção e sua distribuição para caules e folhas;

º O uso do fosfito via foliar favorece o aumento na absorção de vários nutrientes essenciais, resultando em incremento na produção;

º A dosagem da aplicação do fosfito irá variar em função do produto aplicado;

º Recomendam-se de sete a 10 aplicações quinzenais até o final da fase vegetativa da cultura.

Dosagem

Geralmente o custo de aplicação do fosfito não é alto, ficando entre R$20,00 a R$40,00 por aplicação, dependendo da fonte de fosfito utilizada e da quantidade de aplicações. Pode ser utilizado o fosfito de potássio, fosfito de magnésio, fosfito de zinco, fosfito de cálcio, fosfito de molibdênio, sendo facilmente encontrados no comércio.

O custo-benefício da aplicação de fosfitos nas diferentes culturas normalmente compensa, pois ele controla e previne doenças fúngicas, devido à produção de fitoalexinas que inibem o desenvolvimento de fungos, além de favorecer a absorção de vários nutrientes e a nutrição mineral das plantas, o que aumenta a atividade fotossintética e a produtividade.

Sua absorção pela planta é rápida acontecendo via raízes, córtex do tronco, ramos e folhas, o que irá proporcionar maior brotação, floração e pegamento das flores e frutos.

Mais eficiência

A aplicação de fosfitos deve ser realizada em pulverizações foliares, aplicando a solução de maneira a efetuar uma cobertura uniforme de toda a cultura. Alguns aspectos técnicos devem ser considerados nesta operação:

Œ Deve-se evitar a pulverização durante as horas mais quentes do dia;

 Os melhores resultados são obtidos utilizando vazões superiores a 200 L ha-1;

Ž Armazenar o produto em local fresco, seco e ventilado, ao abrigo dos raios solares.

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