Autores
Leandro Oliveira Campos
Pós-graduando em Bioenergia e Grãos – IF Goiano, Campus Rio Verde
Lucas Anjos Souza
Professor – Polo de Inovação em Bioenergia e Grãos – IF Goiano, Campus Rio Verde
lucas.anjos@ifgoiano.edu.br
O nitrogênio (N) é o nutriente mineral mais limitante ao crescimento e desenvolvimento vegetal. Esse nutriente é fundamental porque é utilizado para síntese de aminoácidos, proteínas, enzimas, clorofila, e ácidos nucleicos. Portanto, é considerado extremamente importante para a produção de qualquer produto agrícola (Mocellin, 2004).
Para as plantas
Na prática agronômica, a forma mais utilizada para disponibilizar o nitrogênio é a ureia (CH4N2O), que após ser metabolizada no solo libera amônia (NH3), que é convertida a amônio (NH4+).
O amônio gerado pode ser absorvido pelas plantas ou sofrer nitrificação, cujo produto final é o nitrato (NO3-), que também é absorvido pelas plantas. Portanto, as duas principais formas de N inorgânica absorvíveis e disponíveis no solo são o amônio e o nitrato (Zabini et al., 2008).
Não obstante, as seguintes fórmulas também disponibilizam N: sulfato de amônio – (NH4)2SO4, nitrato de amônio – NH4NO3, monoamônio fosfato – NH4H2PO4 e diamônio fosfato – (NH4)2HPO4 (MAC, 2004).
Vantagens da liberação lenta
A liberação do nitrogênio de maneira lenta permite suprir o nutriente de forma gradativa, garantindo a permanência do nutriente por mais tempo e evitando as frequentes perdas por lixiviação e/ou volatização. No mercado já existem alguns produtos que variam de 11 a 25% de N solúvel de metabolização liberação controlada com alta tecnologia de metabolização gradativa, desenvolvidos para suprir deficiências de nitrogênio, que nutre as plantas durante semanas.
Outro fertilizante, contendo 19% de N solúvel, libera o nutriente gradualmente por até 90 dias, sendo 30% liberado de maneira imediata e os demais 70% liberado gradualmente. Adicionalmente, alguns desses produtos contém formas orgânicas de N, como aminoácidos livres, substâncias húmicas e, também, aditivos que melhoram a performance do produto, contribuindo para o aumento da produtividade dos cultivos.
Outra vantagem, segundo Pacentchuk et al. (2014), é que os fertilizantes líquidos possuem uma grande facilidade de aplicação e custos relativamente baixos, principalmente se a pulverização for associada a defensivos.
Culturas beneficiadas
Algumas pesquisas evidenciam resultados positivos para as culturas de soja, milho e feijão, em que foi observado destaque na utilização de novas tecnologias na busca de aumento de produtividade.
No Maranhão, Estado localizado na região conhecida como MATOPIBA (que abrange o Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), produtores afirmam que conseguiram bons resultados com a utilização da nova tecnologia, chegando a obter cerca de cinco sacas a mais de milho por hectare, mesmo com a falta de chuvas na região. Outros chegaram a obter um aumento de cerca de 20% de produtividade.
Estudos realizados por Pacentchuk et al. (2014) nas culturas de soja, milho e feijão mostraram que a utilização de nitrogênio líquido de liberação lenta contribuiu significativamente para o aumento da produtividade com o uso do fertilizante foliar de liberação lenta. Ainda é possível notar coloração foliar verde mais intensa, relacionada ao maior vigor da planta.
Custo envolvido
O custo da tecnologia está diretamente relacionado à marca do produto escolhido para ser utilizado pelo produtor, os quais possuem grande variação de preços em função da marca e garantias do fabricante. Nesse sentido, o produtor precisa receber uma recomendação técnica que associe o valor investido x o retorno esperado com o aumento da produção, resultado que tem sido relatado por diversos produtores.
Viabilidade
Como já mencionado, por se tratar de uma forma líquida prontamente disponível para a planta, o produtor pode tomar a decisão de realizar a aplicação de acordo com a demanda de sua cultura após a realização de análise do estado nutricional das plantas. Nesse sentido, a aplicação funciona como uma complementação à adubação de plantio e compensa as perdas naturais a que o fertilizante nitrogenado está sujeito.
É bom lembrar que o produtor deve sempre seguir as instruções de fabricante e ter assessoria técnica para realizar a aplicação.