20.8 C
Uberlândia
sexta-feira, novembro 22, 2024
- Publicidade -spot_img
InícioArtigosHortifrútiCorreção de solo é estratégica no cultivo do tomateiro?

Correção de solo é estratégica no cultivo do tomateiro?

Autora

Andréia Cristina Silva Hirata
Pesquisadora científica – APTA/SAA (Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios – Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo)
andreiacs@apta.sp.gov.br

Em geral, os solos brasileiros apresentam elevada acidez, a qual deve ser corrigida para o pleno desenvolvimento do sistema radicular das plantas e disponibilidade dos nutrientes. Desse modo, a correção do solo é muito importante nos cultivos agrícolas devido aos benefícios que resultam desta prática.

Comparado a outras culturas, o tomateiro apresenta elevada exigência em adubação, sendo utilizadas altíssimas doses de adubo no sistema de produção da cultura. Esse investimento em adubação, que é parte importante do custo de produção, tem sua eficácia comprometida pela acidez do solo, quando não corrigida. O pH de 6,0 a 6,5 é a faixa onde ocorre disponibilidade adequada da maioria dos elementos.

Manejo

A dose deve ser calculada de acordo com a análise de solo, visando atingir saturação de bases de 80%. O calcário deve ser aplicado em área total cerca de dois a três meses antes do plantio. É importante a sua incorporação a pelo menos 30 cm de profundidade, para um adequado desenvolvimento das raízes da cultura.

O tempo entre a aplicação e o plantio depende da umidade do solo e do PRNT (Poder Relativo de Neutralização Total) do calcário, que determinam a velocidade de reação no solo. A escolha do calcário também é importante, sendo recomendável os que contenham magnésio em sua composição.

Em termos de produtividade

A acidez do solo não corrigida é um fator de decréscimo em produtividade, uma vez que reduz o desenvolvimento do sistema radicular e a absorção de nutrientes. Além disso, os solos ácidos podem conter teores tóxicos de alumínio e manganês que impedem o pleno crescimento da planta.

Desse modo, a calagem associada com os demais fatores de produção contribuem para o aumento de produtividade da cultura, especialmente em solos ácidos. Isso é especialmente importante na cultura do tomate pois, em geral, é implantada em áreas de pastagem devido a questões de pragas e doenças, sendo estes solos mais pobres e com problemas de acidez.

Em campo

A correção do solo traz incremento em qualidade, uma vez que uma planta bem nutrida, com crescimento vigoroso e sistema radicular aprofundado apresenta maior resistência a estresses do ambiente.

Mas, atenção! Em relação a doses de calcário, estas devem ser adequadamente calculadas, pois doses elevadas também são prejudiciais, podendo precipitar alguns elementos, como o fósforo e micronutrientes.

A aplicação somente no sulco de plantio não é adequada e restringe o desenvolvimento do sistema radicular da cultura. O calcário deve ser aplicado em área total.

Há muita confusão em relação ao uso do calcário e do gesso. O gesso, devido a sua alta mobilidade no solo, auxilia na movimentação de cátions nas camadas subsuperficiais, sendo recomendável especialmente quando há baixos teores de cálcio e altos teores de alumínio nas camadas mais profundas, sendo fonte de enxofre e cálcio. Desse modo, favorece o aprofundamento das raízes assim como sua melhor distribuição.

Assim, as doses de calcário devem ser calculadas de acordo com a análise de solo e aplicadas em área total. Quanto ao gesso, deve ser utilizado com critério e de acordo com análise de solo, pois doses inadequadas podem favorecer a lixiviação de cátions como potássio, por exemplo, para fora do alcance das raízes.

Investimento

O custo do calcário é muito baixo, o que encarece o valor do produto é o transporte. Considerando o alto investimento e risco do cultivo do tomateiro e o baixo custo do calcário, principalmente o retorno em relação ao aproveitamento de nutrientes e desenvolvimento do sistema radicular, a correção do solo é etapa fundamental no sistema de produção da cultura, sendo o retorno obtido muito maior que o investimento.

ARTIGOS RELACIONADOS

Silício – Alternativa contra déficit hídrico

Brenda Ventura de Lima e Silva Mestre em Fitopatologia e servidora do IF Goiano " campus Morrinhos brendavlima@yahoo.com.br João Pedro Elias Gondim Engenheiro agrônomo e mestrando em Olericultura...

Controle da septoriose em tomate rasteiro

Giancarlo Couto da Costa Engenheiro agrônomo, produtor rural e consultor giancarlocouto@yahoo.com.br A ocorrência da septoriose, ou mancha-de-septória, nos últimos anos tem aumentado em campos de produção de...

Adubação com silício: aliado da produtividade

O silício (Si) é um elemento útil para a maioria das plantas.

Fenicafé – 20 anos de tradição

A mais tradicional feira de irrigação na cafeicultura acontecerá em três dias, e deve reunir um público de 18 mil pessoas A Fenicafé, tradicional evento...

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
Falha na pontuação do usuário captcha. Por favor, entre em contato conosco!