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Com produção de sete milhões de toneladas, o Brasil pretende liderar a produção de bananas, com crescimento previsto para os próximos anos
Luiz Marcelino Vieira
Economista da Epagri/Cepa
São mais de 125 países que se dedicam ao cultivo da banana no mundo. Em alguns deles, a atividade se destaca como uma das principais fontes de arrecadação e geração de emprego e renda. O continente asiático lidera a produção dessa fruta, com 58% do volume produzido; o americano vem em segundo lugar, com 26% (América do Sul, com 17% e a América Central, com 8%); e o africano, em terceiro lugar, com 14%.
A banana destaca-se na primeira posição no ranking mundial das frutas, com uma produção de 106,5 milhões de toneladas. O Brasil produz sete milhões de toneladas, com participação de 6,9% nesse total (IBGE, fevereiro de 2014).
Nesse sentido, a bananicultura tem se expandido bastante na maioria dos países nas três últimas décadas, passando de 35 milhões de toneladas na safra 1978 para 107 milhões de toneladas na safra 2011. Isso foi possível graças ao uso mais intensivo de tecnologia, proporcionando melhores produtividades.
A Índia lidera a produção de banana no ranking mundial, sendo responsável por 28,1%. A China, com 10,1%, vem em segundo lugar, seguida pelas Filipinas, com 8,6%; Equador, com 7%; Brasil, com 6,9%; e Indonésia, com 5,8%.
Nas últimas cinco safras, o maior rendimento médio por área colhida pertence à Nicarágua, perfazendo um total de 55,6 t/ha, praticamente três vezes maior que a média mundial, de 19,3 t/ha. Os maiores produtores, portanto, não são necessariamente os que obtêm os maiores ganhos por área cultivada.
Importância econômica
A banana é a segunda fruta mais consumida no planeta, com 11,4 kg/hab/ano, perdendo apenas para a laranja, com 12,2 kg/hab/ano. O continente americano é o maior consumidor, com 15,2 kg/habitantes/ano, destacando-se a América do Sul, com 20 kg/habitantes/ano e a América Central, com 13,9 kg/habitantes/ano (FAO, agosto de 2013).
Dentre as frutas in natura comercializadas nos principais centros consumidores mundiais, a banana apresenta o maior movimento financeiro, seguida por uva, maçã e laranja.
Safra brasileira
A bananicultura é cultivada na maioria dos estados brasileiros. As condições de clima (temperatura, umidade relativa, precipitação e insolação) favorecem que a produção seja distribuÃda durante todo o ano, atendendo, de forma regular, às necessidades de consumo.
A safra brasileira 2013 apresentou uma área colhida de 480,8 mil hectares, quantidade de 6,8 milhões de toneladas e rendimento médio de 14,2 ton/ha. Em comparação com os resultados da safra anterior, houve um decréscimo de 0,82% na área colhida, 1,05% de acréscimo na produção e de 1,89% no rendimento médio (IBGE/LSPA, fevereiro de 2014).
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Dados de previsão de safra ” Banana
Produção brasileira
Produção (toneladas) |
Área plantada (ha) |
Área colhida (ha) |
Rendimento médio (kg/ha) |
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Safra 2013 | Safra 2014 | Safra 2013 | Safra 2014 | Safra 2013 | Safra 2014 | Safra 2013 | Safra 2014 |
6.866.609 | 7.134.609 | 526.086 | 526.416 | 480.840 | 482.499 | 14.280 | 14.787 |
Fonte: Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA)
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O desempenho da atividade foi ocasionado pela falta de chuva em alguns estados nordestinos ou pelo seu excesso, com inundação das lavouras em algumas regiões do Sul e Sudeste, afetando a qualidade e a produtividade da fruta, com prejuízos ao setor.
Os melhores rendimentos na safra pertencem ao Distrito Federal. Embora não tenha uma produção tão expressiva, atinge mais que o dobro da média nacional, com 29,5 toneladas. A segunda posição pertence ao Rio Grande do Norte, com 27,7 toneladas por hectare, seguido pelo Paraná, com 23,9 toneladas por hectare. Santa Catarina possui o quarto melhor desempenho, com 23,3 toneladas por hectare.
Em 2012, o mercado nacional de banana teve um período de maior oferta, pressionado pela diminuição das exportações brasileiras. Esse fato contribuiu para que ocorresse uma oscilação maior de preços nos diferentes segmentos do mercado.
No ano, as exportações brasileiras somaram 95,7 mil toneladas e geraram um montante de US$ 35,4 milhões, diminuindo 13,1% e 9,8%, respectivamente, em relação a 2011. Esses números negativos são consequência de uma aquisição menor da fruta nacional pelos mercados uruguaio, argentino, alemão e do Reino Unido (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio).
Uma peculiaridade das exportações brasileiras é que os estados do Sul e do Sudeste destinam suas produções, principalmente, para os mercados argentinos e uruguaios, enquanto o Rio Grande do Norte e o Ceará para o mercado europeu, destacando-se a Alemanha, o Reino Unido, a Espanha e a Holanda. Esses mercados, além de mais seguros, garantem ao setor melhores resultados financeiros.
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