Â
Paulo de Castro
Doutor e professor da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz“ (ESALQ/USP),
Diego Wyllyam do Vale
Engenheiro agrônomo e doutor em Solos e Nutrição de Plantas pela ESALQ/USP e gerente técnico da Defensive
Os extratos Ascophyllum nodosum são, indiscutivelmente, as espécies mais utilizadas e pesquisadas de algas na agricultura. Nos últimos anos, tem-se intensificado o uso de bioestimulantes no Brasil, tais como aminoácidos, ácidos húmicos e extratos de algas, tais como Ascophyllum nodosum.
A aplicação desses produtos pode aumentar a eficiência de uso dos nutrientes minerais, pois apresentam efeito antiestressante, formam complexos de fácil absorção e mostram resultados no vigor e produtividade dos cultivos, aumentando o retorno econômico aos produtores agrícolas.
Bioestimulantes vegetais à base de extratos de algas têm sido utilizados em larga escala no Brasil em combinação com nutrientes minerais, com biorreguladores e isoladamente.
Essa alga se desenvolve em uma zona intertidal, ao longo da costa da Irlanda. Durante anos as lavouras agrícolas próximas a essas zonas costeiras têm utilizado algas como uma fonte valiosa de matéria orgânica, fertilizantes e elicitores de metabólitos nas plantas.
Seu uso na agricultura tem se expandido tanto na forma de extrato líquido como de pó, em aplicações foliares e via solo, em formulações puras ou adicionadas a fertilizantes, fungicidas e inseticidas.
Experimentos
Tem-se utilizado com excelentes resultados agrícolas Ascophyllum no tratamento de sementes, mudas em estufas, plantas em desenvolvimento, plantas na fase reprodutiva, na granação e na frutificação. O uso desta alga contribui para fortalecer as plantas contra fatores bióticos (doenças ou pragas) ou abióticos (estresses devido à seca, salinidade e temperatura).
Nesse contexto, realizou-se experimento com a aplicação de SearootzR e SeacropR (Ascophyllum nodosum) no Horto Experimental do Departamento de Ciências Biológicas da ESALQ/USP, no Campus Luiz de Queiroz de Piracicaba (SP).
Foi semeada a soja cultivar BMX Potência RR, de bom desempenho na região, em vasos de 20 litros, com substrato de argila, areia e matéria orgânica (2:1:1), sob adubação convencional e mantidairrigada.
Foram cultivadas duas plantas por vaso, e estabelecida a altura das plantas quinzenalmente, até a antese. Na colheita, foram determinados os parâmetros de produção: número de vagens, massa de vagens, número de grãos e massa de grãos por planta.
Foram realizados seis tratamentos com sete repetições, perfazendo 42 vasos, sendo que a estatÃstica envolveu a análise de variância e o teste de comparação de médias de Tukey, ao nível de 5% de probabilidade.
Tratamentos
A. Tratamento controle |
B. Tratamento das sementes de soja com 300 mL 100 kg-1 de semente de soja com Searootz |
C. 300 mL 100 kg-1 de semente de soja com Searootz + 500 mL ha-1 de Seacrop via foliar em R1 |
D. 300 mL 100 kg-1 de semente de soja com Searootz + 500 mL ha-1 de Seacrop via foliar em V3 e R1 |
E. 300 mL 100 kg-1 de semente de soja com Searootz + 500 mL ha-1 de Seacrop via foliar em V3, R1 e R4 |
F. 300 mL 100 kg-1 de semente de soja com Searootz + 1000 mL ha-1 de Seacrop via foliar em V3 e R1 |
Resultados
Tratamentos |
Nº de vagens |
Massa de vagens |
Nº de grãos |
Massa de grãos |
A |
147.286e |
83.419c |
333.57b |
57.984c |
B |
177.000d |
103.180b |
404.29ab |
73.099b |
C |
184.571cd |
102.907b |
396.57b |
73.883b |
D |
197.000bc |
107.649b |
390.14b |
73.809b |
E |
210.429b |
117.03ab |
484.71a |
83.926ab |
F |
225.286a |
126.091a |
488.57a |
89.191a |
As médias seguidas pela mesma letra não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade.
Conclusão
Aplicação de Searootz e Seacrop aumentou o número de vagens, massa de vagens, número de grãos e a produtividade da soja.