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As inovações no campo nutricional da bananicultura

Autor

Guilherme Antonio Vieira de Andrade Engenheiro agrônomo e mestrando em Fitotecnia – Universidade Federal de Lavras (UFLA) – guilhermeaandrade@hotmail.com

Bananeiras – Crédito: Shutterstock

Manter um balanço nutricional no solo é fundamental para a maximização do desenvolvimento e produtividade na cultura da banana, aumentando a eficiência do uso dos fertilizantes e reduzindo o custo de produção. Além de comprometer o desenvolvimento, adubações desequilibradas provocam um aumento na severidade de doenças importantes na cultura da banana, como a sigatoka amarela.

Para determinar a quantidade de nutrientes e a melhor época de aplicação, é necessário conhecer a curva de absorção dos nutrientes ao longo da fenologia da cultura. Apesar da quantidade de nutrientes demandada por cada grupo e variedade de banana serem distintas, o comportamento da curva de absorção de nutrientes é semelhante.

O acúmulo de nutrientes na cultura da banana cresce de forma lenta até os 165 dias após o plantio. Após esse período, a absorção de nutrientes é bastante elevada até o final da produção. É importante ajustar o cronograma de adubações para que a maioria dos nutrientes requeridos no primeiro ciclo já estejam disponíveis aos 165 dias após o plantio.

Em equilíbrio

As doses dos fertilizantes a serem aplicadas dependem da disponibilidade do nutriente no solo e da produção estimada, de acordo com os demais aspectos culturais. As doses recomendadas no primeiro ciclo são superiores ao segundo, visto o aproveitamento dos resíduos culturais e retranslocação dos nutrientes do pseudocaule (Soares et al., 2008).

O nitrogênio (N) é requerido em grandes quantidades e é muito importante nos primeiros meses de desenvolvimento da cultura. As doses de N recomendadas no primeiro ciclo, segundo proposto por Oliveira et al. (2005) e pela Embrapa, são de 170 e 400 kg de N/ha para produtividades de 20 e 60 t/ha, respectivamente.

Já para o segundo ciclo, as recomendações são de 90 e 210 kg de N/ha, considerando as mesmas produtividades (Borges et al., 2002). O parcelamento de N deve ser realizado mensalmente até os 165 dias, aplicando 60% da dose recomendada para o primeiro ciclo. As fontes mais utilizadas são ureia, nitrato de amônio, sulfato de amônio e nitrato de cálcio

O fósforo (P) requerido para o desenvolvimento da cultura deve ser aplicado na cova de plantio, devido à alta taxa de fixação pelas cargas do solo e, consequentemente, baixa mobilidade.  As doses de P no plantio são de 100 a 200 kg/ha, de acordo com o teor do nutriente no solo.

A aplicação de P a partir do segundo ciclo deve ser realizada apenas para solos com teores médios e baixos do nutriente, com doses de 50 e 80 kg/ha, respectivamente. As fontes de P mais utilizadas são MAP, DAP e superfosfato simples – o último se destaca pela capacidade de fornecimento de Ca e S.

Para o bom desenvolvimento da cultura, é necessário o equilíbrio entre as bases cálcio (Ca), magnésio (Mg) e potássio (K) no solo. Para determinar as doses de K, deve-se considerar a produtividade esperada e a quantidade de nutrientes que o solo pode fornecer sem que ocorra o seu empobrecimento.

O excesso de K no solo pode reduzir a absorção de Ca e Mg devido ao seu antagonismo. Considerando produtividades de 50 t/ha, com teores de 50, 100 e 200 mg/dm3 de K no solo, recomenda-se 750, 650 e 500 kg/ha de K2O para o primeiro ciclo.

Considerando as mesmas concentrações de K no solo, para o segundo ciclo recomendam-se doses de 480, 380 e 260 kg/ha de K2O. Para bananas do grupo AAB, recomenda-se um acréscimo de 10% nessas doses.

Calagem em ação

O Ca e Mg deve ser fornecido principalmente via calagem, elevando a saturação por base a 70% e o teor de Mg2+ para valores superiores a 1,0 cmolc/dm3, correspondendo a valores em torno de 15% da CTC.

É recomendada a adição de 300 g de calcário na cova de plantio, em solos ácidos com perfil ainda não formado. O enxofre (S) normalmente é fornecido junto com a adubação de plantio, pelo uso do superfosfato simples ou em cobertura com o sulfato de amônio.

Para produtividades de 50 t/ha, recomenda-se 50 e 25 kg/ha, considerando níveis baixos e altos no solo, respectivamente. No segundo ciclo, se o teor do nutriente estiver baixo no solo, recomenda-se a aplicação de 30 kg/ha.

Baixos teores no solo

Os micronutrientes comumente encontrados em deficiência na cultura da banana são principalmente o zinco (Zn) e o boro (B). No primeiro ciclo, para teores de B abaixo de 0,5 mg/dm3 no solo, recomenda-se 2,0 kg/ha, já para o segundo ciclo, a dose recomendada é a metade. Para bananas do grupo AAB, recomenda-se 20% a mais de B. Para solos com baixa disponibilidade de Zn, aplicar 0,6 kg/ha.

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A adubação em plantas novas deve ser realizada em círculo, com distância de 20 a 40 cm da muda. Em lavouras adultas, deve-se aplicar em meia lua ao lado das plantas filhas e netas. Outra forma de aplicação é por meio da fertirrigação, possibilitando uma maior frequência de aplicações e melhor aproveitamento dos nutrientes. O parcelamento deve ocorrer com mais frequência em solos de textura arenosa, para reduzir perdas por lixiviação dos nutrientes.

Para diagnose foliar, recomenda-se amostragem da terceira folha a partir do ápice quando todas as pencas femininas estão descobertas e com no máximo três pencas de flores. A coleta deve ser feita na região central da folha, com uma porção de 10 a 25 cm próximo ao limbo central, eliminando a nervura. Os teores de nutrientes ideiais devem ser relacionados com trabalhos com as mesmas variedades e condições de cultivo.

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