A infraestrutura e a logística portuária no Porto de Paranaguá são
fatores que também contribuem para a redução nos custos da cadeia produtiva do
fertilizante no país. A Portos do Paraná divulgou, na última semana, a redução
em 44% no tempo de descarga dos navios que chegam ao terminal paranaense
carregados com o produto.
Além da eficiência da autoridade portuária, que
destinou mais três berços para atracação de navios com o produto, reduzindo de
nove para cinco dias o tempo de espera entre a chegada do navio em Paranaguá
até a sua atracação – a ampliação dos armazéns de retaguarda para recebimento
do fertilizante que sai dos navios é primordial.
O presidente do Sindicato da Indústria de
Adubos e Corretivos Agrícolas no Estado do Paraná (Sindiadubos), Aluísio
Schwartz Teixeira, conta que toda a cadeia produtiva está sendo beneficiada com
o ganho de produtividade na operação obtido pelo Porto de Paranaguá.
“As empresas que importam fertilizantes
calculam o custo do produto pelo tempo de espera. Havendo uma ampliação na
logística de armazenamento, isso se refletirá também em menor tempo de espera
do navio no mar, ou seja, em um menor do custo da dermurrage e,
consequentemente, em menor custo para o produtor”, explica Aluísio.
Segundo o Sindiadubos, este ano o valor pago
com a demurrage – custos de sobrestadia para os importadores de fertilizantes
por descumprimento dos prazos de contrato – foi 46% menor que o registrado em
2019. De janeiro a agosto deste ano foram US$ 12 milhões, contra US$ 21,4
milhões em 2019.
Aumento de produtividade
Para que se tenha ideia, a Fortesolo – empresa
que atua na operação portuária e armazenamento para importadores de
fertilizantes no Porto de Paranaguá – obteve um aumento de 15% em
produtividade.
“A nossa descarga média diária – no
acumulado de janeiro a agosto 2020 – foi de 7.534 toneladas, sendo que em 2019
fizemos uma descarga média diária de 6.530 toneladas. Portanto, tivemos uma
melhoria em torno de 15%”, conta o diretor presidente da Fortesolo, Marco
Antonio Ghidini.
Quase metade de tudo o que os portos do Paraná
importaram, de janeiro a agosto, este ano, é fertilizante. Foram 6,8 milhões de
toneladas de adubos, representando um aumento de 4,6%, em relação ao volume
importado no mesmo período de 2019, 6,5 milhões de toneladas.
Novos Investimentos
A curva crescente da importação de
fertilizantes pelo porto paranaense está permitindo investimentos de empresas
que atuam no setor. A Fortesolo, por exemplo, já investiu em equipamentos para
a melhoria da sua infraestrutura. “Adquirimos novas balanças rodoviárias
de 30 metros, pás carregadeiras, gerador e funis para a operação portuária.
Estes equipamentos são essenciais para agilidade e qualidade do nosso
trabalho”, pontua o diretor presidente, Marco Antonio Ghidini.
Além disso, está prevista – ainda para este ano
– a ampliação da capacidade estática de armazenagem em 30 mil toneladas, o que
significa um aumento em 20% da capacidade atual.
Dados
Das 13,2 milhões de toneladas de cargas que
desembarcaram nos terminais de Paranaguá e Antonina, os adubos respondem por
mais de 48,8%. Os portos paranaenses seguem sendo os principais portos
importadores de fertilizantes do país, recebendo cerca de 32% do que chega ao
Brasil.
Rússia, China, Canadá, Marrocos e Belarus são
as cinco principais origens dos fertilizantes que chegam pelos Portos do
Paraná.