Autor: Heitor A. Pagnan – Engenheiro agrônomo da Maxxi Mudas
Quando você chega à cidade de Bom Repouso e Senador Amaral, no Sul de Minas Gerais, você estará na região com a maior área plantada de morango do Brasil, onde há altitude na média de 1.500 metros e um clima muito favorável a essa fruta.
Quando a Maxxi Mudas chegou por lá, em 2003, ainda tínhamos a totalidade das mudas de origem nacional e os ciclos eram muito curtos. Plantava-se em fevereiro/março, com término da colheita em outubro/novembro. Tínhamos dois problemas muito graves: um grupo de doenças fúngicas atacando em conjunto, conhecido como “vermelhão” e o ácaro rajado.
A produtividade por planta era muito baixa e a qualidade do morango também. Plantava-se Campinas, Dover e Oso Grande. A partir de 2003, nós, da Maxxi Mudas, começamos a trazer as variedades de dias neutros, como a Aromas, que se mostrou um sucesso retumbante.
Essa Aromas é proveniente da Argentina, do Viveiro Don Antônio, que se mostra uma muda absolutamente campeã de produtividade. Com a melhoria das técnicas de preparo do solo e dos túneis, a produtividade logo aumentou e algo impensável aconteceu.
Os produtores estão deixando uma muda em produção por 22 meses consecutivos, com produções que variam entre 2,0 a 3,0 caixas, como eles dizem. Isso significa dizer de 2,4 a 3,6 kg por muda, o que era impensável. São médias que batem a produção de qualquer outro País, mas agora é uma realidade que transformou a economia dessas duas cidades.
Por dentro do assunto
Aproveitando o momento, queremos falar de dois produtores em destaque. Uma lavoura, para entregar bom resultado, necessita que o produtor tenha um razoável conhecimento e, de preferência, algum técnico que o acompanhe vez por outra no campo.
Mas, no caso do Joarez da Silva Mariano, há algo a mais. Ele gosta da lavoura de morango e parece que conhece cada planta. Vai passando pelas mudas e tocando-as de tal forma que elas têm certeza que estão sendo tratandas da melhor maneira possível. E se você vir o estado das mudas, constatará o alto nível de sanidade, bem como a excelente produção de frutos. Assim, precisamos trabalhar com essas duas coisas juntas: conhecimento técnico e amor pelo que fazemos.
Admir Bento da Silva é outro caso que me chama a atenção. Ele é metódico, porque segue uma série de conhecimentos que foram se acumulando nesses últimos anos. Passou de empregado a grande produtor. Usa o que de melhor existe para a sua lavoura e tem colhido produções excelentes.
Ele mesmo repassa as diversas áreas plantadas. Seus olhos já se acostumaram a reconhecer quando uma muda não está bem, e o produtor vai corrigindo o que for necessário.
Lembremos que o morango é a cultura que é muito plantada em famílias. E, seguramente, é a fruta que tem dado o melhor rendimento por área plantada. O que seria dessas duas cidades que mencionei se não fosse o morango? Talvez estivessem hoje muito pobres.
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Evolução do setor
Assim, várias coisas estão acontecendo sem que percebamos. Variedades novas foram introduzidas, técnicas de produção e manejo foram melhoradas, com a consequente qualidade final superior do fruto. Com isso, o consumo aumentou muito nos últimos anos.
O ciclo, que era de poucos meses, transformou-se em quase dois anos. E com a melhora da renda econômica do produtor, muitos filhos estão permanecendo na propriedade com os pais. Isso é fantástico!
E a Maxxi Mudas se sente orgulhosa em ser parte dessa mudança toda. Agora estamos trazendo mudas da Segóvia-Espanha, abrindo mais uma ‘janela’ para o produtor na medida em que ele pode plantar a partir de fevereiro. E as produtividades das mudas vindas da Segóvia-Espanha têm se mostrado extraordinárias, com uma qualidade excepcional dos frutos. Por isso, nós, da Maxxi Mudas repetimos sempre: A benção do morango!