Adenilson Adão Sponchiado – adenilsonsponchiado08@gmail.com
Anderson de Jesus Campos Teodoro – andersoncampos@fio.edu.br
Graduandos em Agronomia – Centro Universitário das Faculdades Integradas de Ourinhos (UniFio) e técnicos agrícolas – Usina São Luiz S/A, Ourinhos-SP
Aline Mendes de Sousa Gouveia – aline.gouveia@unifio.edu.br
Adilson Pimentel Júnior – adilson_pimentel@outlook.com
Engenheiros agrônomos, doutores em Agronomia e professores – Unifio
Atualmente, 97% da colheita de cana-de-açúcar na região Centro-sul do Brasil é mecanizada. No entanto, estima-se que as perdas nessa modalidade de colheita chegue à 10% do rendimento total, pois por fatores naturais, difíceis de serem controlados, como o posicionamento dos colmos na lavoura e de como o plantio foi realizado, esse prejuízo também pode estar relacionado à falta de cuidados básicos na regulagem e/ou condução incorreta das máquinas.
Eficácia na colheita
Para obtenção de altas produtividades na cultura da cana-de-açúcar, diversos fatores vão interferir no sucesso da produção. Dessa forma, se faz necessário a realização de um bom planejamento agrícola, englobando a definição da época de plantio, variedade a ser escolhida, sistematização, tratos culturas até a etapa final, a colheita.
Dentro deste planejamento, algumas diretrizes devem ser ponderadas, como: a escolha das variedades a serem utilizadas, que devem estar de acordo com os ambientes de produção, fatores edafoclimáticos e épocas de colheita. Dessa forma, prioriza-se por variedades de porte ereto e de fácil desfolha que irão garantir melhor rendimento operacional na colheita mecanizada.
Na etapa de preparo de solo, a sistematização tem por objetivo eliminar as ondulações do relevo, conservação do solo com a construções de terraços, projeção de carreadores e comprimento dos talhões, voltados a facilitar a realização das operações, minimizando manobras desnecessárias e, com isso, reduzindo custos de produção.
Fase a fase
Na realização do plantio, as condições ideais de espaçamento, profundidade de sulco e cobrição resultarão em plantas mais vigorosas, pois favorecem o desenvolvimento radicular, permitindo melhor fixação ao solo, evitando o levantamento de touceiras em caso de tombamento da cultura e/ou arranquio durante a operação de corte mecanizado.
Já na fase de tratos culturais da cana-planta, existe uma operação fundamental que influencia diretamente no sucesso da colheita mecanizada, a etapa de “quebra lombo”. A realização do “quebra lombo” contribui para o bom desenvolvimento do canavial por facilitar o trabalho das colhedoras de cana e melhorar o rendimento de trabalho pois, como o próprio nome diz, quebra-se o lombo da entrelinha, nivelando o solo, e assim se minimiza os possíveis danos à linha e entrelinha da cana.
Na etapa da colheita, regular as colhedoras com configurações adequadas ao cultivo e à área de produção é fundamental para não comprometer o rendimento operacional e, consequentemente, o produtivo.
O uso de máquinas agrícolas equipadas com piloto automático é, sem dúvidas, muito importante no mundo mecanizado que vivemos hoje, pois essa tecnologia auxiliará no controle de tráfego de máquinas que direcionará o tráfego na entrelinha sem que haja pisoteio na soca da cana.
[rml_read_more]
Claro, não podemos esquecer da etapa mais essencial, o treinamento dos operadores das colhedoras e transbordos. Não valerá a pena realizar todas as atividades anteriores à colheita sem ter operadores conscientes, bem treinados e comprometidos com a realização da atividade.
Em campo
O uso da colhedora apresenta inúmeras vantagens, desde que aplicadas as boas práticas de planejamento e manejo do canavial, assim como a sincronização das máquinas e implementos para uma colheita mais eficiente.
Dessa forma, é possível observar ganhos em longevidade do canavial, aumento de TCH e redução na compactação do solo, o que promove melhorias nas estruturas químicas, físicas e biológicas, assim como melhor infiltração de água, maior vigor de perfilhamento, maior reserva de campo e, consequentemente, melhoria no desempenho do sistema operacional agrícola, como uniformidade e redução em perdas na colheita.
Sem planejamento, não dá
Os erros mais frequentes estão relacionados ao não planejamento e sistematização das operações agrícolas, fazendo com que promovam uma redução em rendimento operacional e, consequentemente, em perda na produtividade.
O bom planejamento deve sempre abranger o uso de variedades de acordo com ambiente de produção e as épocas de colheita, visando buscar altas produtividades. A atualização e capacitação dos profissionais envolvidos nos diversos processos operacionais também é fundamental.
Monitoramento em tempo real das atividades, possibilitando tomadas de decisões efetivas, mitigará danos econômicos com elevados custo em produção.
Fatores-chave
O desempenho de uma colhedora de cana depende de importantes fatores-chave que, quando melhores entendidos e planejados, trarão avanços significativos para a colheita, permitindo melhor produtividade e rentabilidade da atividade.
Entre esses fatores, cita-se: preparação da área e monitoramento por uma equipe de avaliação que não esteja ligada diretamente com o operacional, pois levará dados mais técnicos sob uma ótica mais agronômica, e assim evita-se que os dados de levantamentos sejam mascarados, caso fossem realizados pela equipe operacional; treinamento de colaboradores; qualidade e manutenção da colhedora; características ideais da cana.
Ao atender todos esses fatores, certamente usinas e agricultores terão seus desperdícios reduzidos expressivamente.
Quanto custa?
A implementação de infraestrutura, como o uso de softwares, equipamentos de agricultura de precisão, capacitação de profissionais e controle agrícola fará com que os custos da colheita sejam amortizados, quando comparado aos ganhos em produção e longevidade do canavial.