29.6 C
Uberlândia
segunda-feira, maio 6, 2024
- Publicidade -
InícioDestaquesMicroverdes - tendência na horticultura

Microverdes – tendência na horticultura

Rafael Rosa RochaMestrando em Ambiente e Sistema de Produção Agrícola – Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT)rafaelrochaagro@outlook.com

 Mónica Paola Flores RamírezDoutoranda em Nutrição e Alimentos – Universidade do Chile (Santiago-Chile)monicalforesr@ug.uchile.cl

Daiane Andréia TrentoMestre em Ambiente e Sistema de Produção Agrícola – UNEMATdaiatrento@gmail.com

Marla Silvia DiamanteDoutora em Agronomia (Horticultura) – UNESPmarlasdiamante@gmail.com

Santino Seabra JuniorDoutor em Agronomia (Horticultura) e professor – UNEMATsantinoseabra@hotmail.com

Júlio César RibeiroEngenheiro agrônomo, doutor em Ciência do Solo – Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ)jcragronomo@gmail.com

Amanda Santana ChalesEngenheira agrônoma, mestranda em Ciência do Solo – Universidade Federal de Lavras (UFLA)amandaachales@gmail.com

Carlos Antônio dos SantosEngenheiro agrônomo e doutorando em Produção Vegetal – UFRRJcarlosantoniods@ufrrj.br

Microverdes – Créditos: Shutterstock

Uma nova tendência na horticultura são os microverdes, vegetais ultrajovens, superatrativos e coloridos, ricos em sabor e nutrientes, que estão em evidência na gastronomia e mercados no Brasil e no mundo. Além desses benefícios, os microgreens, como também são conhecidos, apresentam vantagens por terem um ciclo de cultivo muito curto.

Podem ser cultivadas várias espécies herbáceas (alface), cereais (girassol), condimentos (manjericão) e até flores (crisântemos), comercialmente ou até mesmo em casa, com luz natural ou artificial.

Esta é uma nova classe de culturas especializadas, com características peculiares que as tornam um novo ingrediente para o mercado gourmet, utilizadas especialmente em saladas, sopas e sanduíches. Apesar do tamanho reduzido, essas hortaliças possuem grandes benefícios, são superatrativos, coloridos e ricos em sabor e nutrientes.

Segmentos

Existem diferentes produtos de hortaliças jovens. Além dos microverdes, encontramos os brotos e as baby leafs. A diferença entre microverdes e os brotos é que este segundo são sementes germinadas ou parcialmente germinadas, consumidas com as raízes intactas.

A densidade de sementes é alta em brotos e é cultivada em alta umidade, temperatura ideal e condições de pouca luz que aumentam as chances de crescimento microbiano. No entanto, nos microverdes as raízes não são consumidas, e diferentemente dos brotos, requerem luz solar para seu crescimento eficiente.

A baby leaf, por sua vez, é um cultivo de hortaliças em um estádio mais tardio que o microverde, e são consumidas as suas folhas verdadeiras ainda jovens, porém, iniciando sua expansão, enquanto os microverdes são mais suculentos e as folhas cotiledonares são bem proeminentes e seus caules suculentos tornam a iguaria muito palatável.

Mercado

Algumas empresas se especializaram em ofertar sementes para a produção de microverdes e oferecem sementes de muitas espécies de hortaliças convencionais ou exóticas, cereais, condimentos e até flores, desde que suas plântulas sejam comestíveis.

As espécies mais exploradas são as pertencentes às famílias Brassicaceae, Asteraceae, Chenopodiaceae, Lamiaceae, Apiaceae e Amaranthaceae. Dentre os microverdes mais populares no Brasil encontramos: alface, agrião, beterraba, cebola, cenoura, coentro, couve, ervilha, girassol, manjericão, mostarda, rabanetes, repolho, rúcula e salsa.

Entretanto, existem muitas espécies potenciais, como acelga, aipo, alho-poró, almeirão, amaranto, beldroega, brócolis, cebolinha, cerefólio, chia, caruru, coentro, couve-chinesa, couve-rábano, crisântemos, endívia, endro, erva-doce, escarola, espinafre, funcho, hortelã, manjericão, melissa, mostarda, nabo e pak choi. 

Há uma variabilidade de cultivares que apresentam características de cores e tons de verde, vermelho e roxo, ou morfologias diferenciadas, como formato das folhas e texturas. Além dos sabores e aromas marcantes das diferentes espécies pertencentes ao gênero Ocimum (alfavacas, manjericões, atroveran, tulsi, entre outros), ou do frescor das espécies do gênero Mentha (hortelãs e menthas) ou ainda do picante das Brássicas (agriões, rúculas e rabanetes), possibilitando experiências gastronômicas únicas.

A comercialização em forma de mix de espécies é também uma tendência do setor, existindo já alguns mix de espécies popularizados, como: salada básica: rúcula, brócolis, couve, couve-rábano, couve roxa, couve-flor; salada picante: rúcula, brócolis, couve, repolho roxo, mostarda; mistura asiática: repolho, pak choi, rabanete, rúcula; e mistura picante: rabanete, mostarda, rúcula.

Lucratividade

Ambientes de cultivo mais tecnificados que possibilitem maior uniformidade e qualidade na produção, apesar de apresentarem maior custo de implantação, podem gerar um excelente retorno financeiro em curto prazo.

Como por exemplo, a aquisição e adaptação de um contêiner de 20 pés (seis metros) apresenta custo aproximado de R$ 80.000,00, tendo capacidade produtiva de 20.000 bandejas de microverdes por mês, com peso entre 40 e 60 g cada, e um preço médio de venda de R$ 12,00 a bandeja, gerando uma renda bruta de aproximadamente R$ 240.000,00 por mês.

Gastos como aquisição de sementes, substratos, recipientes (bandejas) e energia elétrica, assim como mão de obra, encargos trabalhistas e demais impostos devem ser computados. No entanto, com um mercado consumidor bem estabelecido, que absorva toda a produção, a atividade é uma boa opção de investimento com uma excelente relação custo-benefício.

ARTIGOS RELACIONADOS

Confira o que mexe no preço do milho

Fatores internacionais e domésticos influem nas cotações do cereal neste momento.

Novo enraizador orgânico bokashi

Bokashi é o mais novo produto da ISLA Sementes, empresa com o mais diversificado portfólio ....

Maior enraizamento da soja

A utilização de substâncias fisioativadoras na cultura da soja são metodologias de manejos que trazem benefícios produtivos e maior segurança ao produtor, principalmente quando se trata de fatores abióticos que venham a reduzir a produção, e assim a rentabilidade.

Estresse salino na cultura do tomateiro

A salinidade reduz o peso médio dos frutos e aumenta a incidência de podridão apical

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
Falha na pontuação do usuário captcha. Por favor, entre em contato conosco!