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Híbridos de mamão dominam mercado

Igor dos Reis Oliveira Graduando em Agronomia – Universidade Estadual do Maranhão (UEMA)reisigor07@gmail.com

Bianca Cavalcante da SilvaDoutoranda em Agronomia/Produção Vegetal – Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (FCAV/UNESP), Campus de Jaboticabal, SP.bianca.cavalcante@unesp.br  

Krishna de Nazaré Santos de OliveiraEngenheira agrônoma – Universidade Federal da Amazônia (UFRA), Campus de Capitão Poço – PAkrishna.oliveira14@gmail.com

Mamão – Crédito: Brapex

A cultura do mamoeiro representa uma importante cultura frutícola para o Brasil. Entretanto, a maioria da produção comercial concentra-se, em geral, no plantio de três ou quatro cultivares, as quais são variedades do grupo heterótico Golden, Solo e Sunrise Solo, conhecidas comercialmente como mamão havaí ou papaya, que possui como principal característica o fruto do tipo pequeno, com média 0,6 kg.

Adicionalmente, o segundo grupo de cultivar mais plantado são os híbridos, do tipo heterótico Tainung 01, Formosa e Calimosa, os quais possuem elevado rendimento quando comparado com os híbridos do tipo Solo.

Para Reis et al. (2015), os grupos ‘Formosa’ e ‘Solo’ destacam-se como sendo as cultivares mais exploradas no Brasil. Com referência aos híbridos do grupo ‘Solo’, destacam-se ‘Improved Sunrise Solo Line cv. 72/12’ e ‘Sunrise Solo’, conhecidos como mamão havaí e mamão papaia, respectivamente.

E no grupo ‘Formosa’, destacam-se ‘Tainung n.1’ e ‘Tainung n.2’ (Serrano; Cattaneo, 2010). Nesse sentido, 80% dos pomares comerciais no País são ocupados exclusivamente por variedades do grupo Solo (Ruggiero et al., 2011), as quais são destinadas, principalmente, ao mercado externo, enquanto a outra parte da área plantada é ocupada por híbridos do grupo Formosa, utilizados para o consumo interno.

Grupos

No âmbito comercial, as variedades mais cultivadas são pertencentes aos grupos Solo e Formosa, sendo que as variedades que pertencem ao grupo Solo são cultivadas em diversas regiões do mundo. Isso porque produzem frutos preferíveis para o processo de exportação, com tamanho reduzido.

Por outro lado, os mamões do grupo Formosa são relativamente maiores, comparados ao do grupo Solo, e por isso veem ganhando espaço no mercado interno e externo, sendo perceptível um crescimento considerável nas vendas, de forma especial para o Canadá, Europa e Estados Unidos (Dantas; Oliveira, 2009).

Cenário atual

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O Tainung nº 1 é o híbrido comercial mais cultivado no Brasil, o qual é importado de Taiwan por aproximadamente US$ 3.500 – US$ 4.000 por quilo da semente. Por este motivo, o elevado custo da semente tem feito com que os produtores de mamão utilizem as próprias sementes dos híbridos nas gerações F2, F3, F4 etc., resultando em perda das características originais, que consequentemente gera frutos com qualidade bem inferior, não atendendo ao padrão comercial (Costa; Pacova, 2003).

Esse cenário fez com que as instituições de pesquisa investissem no desenvolvimento de híbridos que se adaptassem à realidade do Brasil, tendo tido resultados positivos da parceria de instituições privadas (Caliman Agrícola S.A.) e pública (Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF)), as quais, juntas, contribuíram para o desenvolvimento do primeiro híbrido brasileiro de mamão, denominado de Caliman/UENF01, conhecido popularmente como Calimosa.

Outro instituto de pesquisa que vem colaborando para o desenvolvimento de híbridos de mamão no Brasil é o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), que tem desenvolvido diversas pesquisas em melhoramento genético na cultura do mamoeiro e lançou outra cultivar de mamão do grupo Formosa, a ‘Rubi INCAPER 511’, que possibilitará aos produtores a obtenção de suas próprias sementes (Serrano; Cattaneo, 2010).

Tipo exportação

Quando se fala em mercado externo, é recomendado optar pelas variedades do grupo ‘Solo’, devido a apresentarem frutos com excelente preço de mercado, pois sua polpa de coloração avermelhada, tamanho reduzido (300 a 650 g), além de precocidade e alta produtividade e maior resistência para armazenagem.

Por outro lado, as do grupo ‘Formosa’ também apresentam características interessantes, como polpa de coloração laranja-avermelhada, tamanho considerado médio (1.000 a 1.300 g), contudo, pouca resistência ao frio, como também ao transporte e maturação rápida, sendo destinados exclusivamente a suprir o mercado interno (Dias et al., 2011).

Segundo Serrano e Cattaneo (2010), as cidades de Pinheiros (ES), Porto Seguro (BA) e Prado (BA) são as maiores produtoras de mamão do híbrido importado ‘Tainung n.1’, pertencente ao grupo Formosa; enquanto que as cidades de Linhares (ES) e Sooretama (ES) são as maiores produtoras dos híbridos ‘Golden THB’ e ‘Golden’ para mercado externo, enquanto o híbrido ‘Sunrise Solo’ é produzido para suprir a demanda interna.

Por fim, vale destacar que cada cultivar híbrida dos grupos solo e formosa tem suas características específicas e atende a um determinado mercado. E, para o cultivo de qualquer uma dessas cultivares, o produtor deve primeiramente decidir qual mercado irá focar sua produção.

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