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Amostragem de solo após a safrinha

Talis Melo ClaudinoEngenheiro agrônomo e mestrando em Agronomia/Energia na Agricultura – UNESP-FCA de Botucatut.claudino@unesp.br

Tarciso Melo ClaudinoTécnico agrícola e graduando em Engenharia Mecânica Empresarial – FURG-RS tarcisoclaudino@furg.br

Safrinha – Crédito: Jorge Verde

A amostragem do solo é uma das ferramentas mais simples, contudo fundamental para o sucesso da produtividade. Com ela se pode conhecer as características físicas, químicas e até biológicas do ambiente de produção agrícola.

A facilidade na coleta torna esta ferramenta muito simples, contudo, muitos agricultores brasileiros não a realizam. Certas vezes o produtor se apega ao custo para a realização da análise, entretanto, esta análise terá duas funções principais: economizar produzindo, ou investir e continuar produzindo com eficiência.

Após a colheita da safrinha, finaliza-se o ano agrícola dos produtores que realizam a sucessão de cultura, como milho ou algodão na safrinha enquanto foi cultivada soja no verão.

Este momento é o ideal para que sejam realizadas análises do solo, pois assim terá o conhecimento de tudo que o solo possui em sua composição química, aplicando, se necessário, corretivos de acidez (calcário dolomítico ou calcítico), neutralizadores de alumínio em profundidade (gesso agrícola) e até mesmo a fosfatagem de liberação gradativa (fosfato natural reativo).

Manejo

Para realizar a amostragem de solo após o cultivo da safrinha, deve-se primeiramente separar a área em glebas de, no máximo, 10 hectares. Esta informação é encontrada em livros e demais manuais.

Contudo, o agricultor deve seguir critérios que, além da informação citada anteriormente, levem em consideração áreas onde em cultivos anteriores a produtividade tem grande variação, ou seja, separar em glebas quais são as áreas com menor rendimento e as áreas de maior rendimento. Desta forma, cada gleba será tratada como um indivíduo, e assim as correções e aplicações poderão ser mais eficientes.

Como é composta uma amostra de solo?

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Em cada gleba demarcada são coletadas diversas amostras simples. Fazendo a utilização do trado, sonda ou até mesmo de um enxadão, deve-se coletar de forma homogênea todo o perfil de 0-20, 20-40, ou de acordo com a recomendação do técnico responsável pela avaliação.

Todas as amostras simples devem ser misturadas e deve ser realizada a mistura até que esteja homogêneo todo o conteúdo. Após isso é separada uma amostra composta de no mínimo 500 gramas e enviada ao laboratório.

A análise de laboratório vai mostrar ao agricultor ou técnico responsável de seu campo quais sãos as características químicas, como a quantidade de macro e micronutrientes daquela amostra, saturação por bases, capacidade de troca catiônica, matéria orgânica presente no solo e, quando realizada a análise física, os teores de argila, silte e areia.

Desta forma, pode-se realizar o planejamento básico da lavoura de verão, normalmente sendo a cultura de soja a principal beneficiada por isso. A análise de solo deve constar a necessidade ou não da realização da calagem, e esta deve ser feita pelo menos 90 dias antes do próximo plantio, sendo o tempo necessário para o cultivo da soja em meados de outubro.

Viabilidade

Grande parte dos produtores relata que o trabalho de amostragem de solo e análise é oneroso, contudo, é comprovado que as economias geradas quando se realiza a correta análise são vagamente expressivas.

Como por exemplo, um produtor de 100 hectares, após a colheita do milho safrinha, ele mesmo irá realizar a amostragem e enviar ao laboratório. Supondo que ele irá coletar 15 amostras compostas de suas 15 glebas demarcadas, e que o custo para realização da análise seja de R$ 100,00, o investimento será de R$ 1500,00.

Se o mesmo agricultor realizar a calagem na área total sem necessidade, o custo será maior, e ainda haverá prejuízos devido à supercalagem realizada no local, inibindo a absorção principalmente de diversos micronutrientes.

Já quando ele realiza esta amostragem, poderá comprar o formulado que verdadeiramente aumentará a produtividade, muita das vezes utilizando doses menores que as que são aplicadas comumente e assim reduzindo seu custo com os insumos. Lembrando que o cenário para compra de insumos fertilizadores está alto por conta da cotação do dólar estar próxima aos R$ 6,00.

Desta forma, realizando a adubação correta, seu cultivo da soja será mais eficiente, econômico e ambientalmente sustentável.

A uniformização da colheita trará ao produtor maior confiabilidade, pois áreas de maior necessidade de nutrientes serão mais bem adubadas e áreas de alta fertilidade terão economia pela menor utilização de insumos.

Conhecer o solo

O maior erro que o produtor pode cometer em sua propriedade é não conhecer a fundo seu bem de maior preciosidade, o solo, este que, quando bem tratado, faz com que as culturas expressem seu maior potencial produtivo.

Grande parte dos solos brasileiros tem deficiência em micronutrientes. Quando observado isso anteriormente, pela análise do solo, o produtor pode fazer a compra de um fertilizante para plantio que já apresente as quantidades necessárias destes micronutrientes. Em equilíbrio com os teores de nitrogênio, fósforo e potássio, estes macronutrientes primários podem agregar à técnica.

Quando realizamos a correta fertilização, com quantidades ideais de acordo com cada solo de nossa propriedade, o resultado é a colheita mais farta. A produtividade é um fator fundamental para o sucesso, para a rentabilidade do agricultor.

Economias nos momentos corretos, investimentos em momentos e ferramentas corretas trarão ao produtor a certeza de uma boa produtividade.

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