24.6 C
Uberlândia
segunda-feira, dezembro 30, 2024
- Publicidade -spot_img
InícioArtigosHortifrútiGengibre: Nova aposta para exportação

Gengibre: Nova aposta para exportação

Gengibre – Créditos: Shutterstock

O gengibre (Zingiber officinale Roscoe) é considerado uma das especiarias mais importantes e valorizadas ao redor do mundo, utilizada há mais de dois mil anos. O rizoma é muito utilizado no emprego alimentar e industrial, especialmente como matéria-prima para fabricação de bebidas, perfumes, essências e produtos de confeitaria, como pães, bolos, biscoitos e geleias.
Além disso, é muito conhecido popularmente pelo uso medicinal para aliviar sintomas como inflamação, doenças reumáticas, desconfortos gastrointestinais e ser um alimento termogênico (capaz de acelerar o metabolismo).
No entanto, outros produtos, além do rizoma in natura, podem ser ofertados ao mercado consumidor. Do rizoma imaturo, tenro e menos pungente, colhido em torno de seis meses, prepara-se a conserva e o gengibre cristalizado.

Regiões produtoras

No Brasil, este vegetal é cultivado na faixa litorânea de Santa Catarina e do Paraná, no Sul do Estado de São Paulo e também no Espírito Santo, que é responsável por metade da produção nacional. A boa produtividade nesses Estados brasileiros se dá em razão das condições de clima favorável e de solo (fértil, rico em matéria orgânica e de boa drenagem).
A produtividade média fica em torno de 20 a 25 t ha-1, porém, com manejo adequado e uso de tecnologias, como por exemplo, a irrigação, a produtividade pode chegar a 40 t ha-1.
Segundo a Emater (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural – DF), dois terços dos custos da implantação da cultura se dão em insumos, principalmente adubo, agrotóxicos e mudas. No entanto, outra aposta que vem associada à produção de gengibre é o cultivo orgânico, uma vez que é utilizado pelas indústrias farmacêutica e cosmética, além da alimentícia, podendo ser uma forma de agregar valor ao produto final e reduzir custos com defensivos agrícolas que representa grande fatia do preço de produção.
Por ainda ser uma cultura pouco expressiva no Brasil, há carência de informações no que se refere à evolução da produção brasileira. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apresenta dados do ano base 2006, sendo a produção de 11,13 mil toneladas (IBGE, 2020).

Pelo mundo afora

No âmbito mundial, a FAO (Food and Agriculture Organization), nos dados mais recentes (ano de 2018), aponta como Índia e China os países com maiores produções, 893 mil t e 510 mil t, respectivamente, seguidas por Nigéria, Nepal e Indonésia. No mundo, são 373 mil ha com a cultura, a Ásia representa 81,7% da produção mundial de gengibre, enquanto as Américas apenas 0,8% (Faostat, 2020).
Comparativamente com outros países, o Brasil se inclui entre os pequenos produtores de gengibre, cuja produção é orientada para exportação. A produção brasileira é, geralmente, comercializada no estado in natura e se destina essencialmente à exportação, de 70 a 80%, principalmente para Estados Unidos, Reino Unido, Holanda e Canadá.
O restante da produção normalmente não atinge a qualidade para exportação e é destinada ao mercado regional. Em 31/08/2020 o preço médio do quilo de gengibre comercializado na Ceagesp, segundo informações no site, foi de R$ 7,22.
Contudo, a presença de mercado consumidor e o número reduzido de produtores no Brasil, inclusive nas regiões de clima e solo favoráveis, tornam o gengibre como opção viável de produto destinado à exportação, em que preços mais rentáveis podem ser viabilizados aos produtores.

Investimento e retorno

O consumo do gengibre vem crescendo ano a ano no País por causa da difusão das informações sobre os benefícios que o rizoma pode oferecer à saúde. O mercado internacional de raízes tropicais já apresenta hoje uma demanda definida e, ainda, com uma potencialidade muito grande de crescimento.
O custo de produção do gengibre está, em média, em R$ 15 mil/ha, e a rentabilidade é de 100%. Os preços de mercado para gengibre costumam ficar mais baixos entre junho e julho, quando são colhidas as safras, e atingem picos mais elevados entre outubro e fevereiro.

Autoria:
Veridiana Zocoler de Mendonça – Engenheira agrônoma e doutora em Agronomia/Energia na Agricultura – UNESP/FCA – veridianazm@yahoo.com.br
Aline Mendes de Sousa Gouveia – Engenheira agrônoma, doutora em Agronomia/Horticultura – UNESP/FCA e professora – Centro Universitário das Faculdades Integradas de Ourinhos (UNIFIO) – aline.gouveia@unifio.edu.br
Maria Idaline Pessoa Cavalcanti – Engenheira agrônoma e doutoranda em Ciência do Solo – Universidade Federal da Paraíba (UFPB) – idalinepessoa@hotmail.com

ARTIGOS RELACIONADOS

Corteva Agriscience lança o “Esfera Agro”

A Corteva Agriscience apresenta aos produtores brasileiros o “EsferaAgro – Circuito Feira Virtual”. ...

Silvicultura de elite: mogno é madeira nobre do Brasil

O mogno, tesouro da silvicultura brasileira, desponta como símbolo de excelência e sustentabilidade na produção florestal.

Conheça os dez principais produtos exportados pelo Brasil

Segundo CEO da Logcomex, mercado de exportação brasileiro está bastante aquecido

Como reduzir o desperdício de alimentos no Brasil

No bilionário cenário do agronegócio, a trajetória dos alimentos é permeada por desafios logísticos e, cada vez mais, soluções tecnológicas inovadoras

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
Falha na pontuação do usuário captcha. Por favor, entre em contato conosco!