“De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), a produção de alimento do planeta já é capaz de suprir as necessidades de todas as 7,3 bilhões de pessoas do mundo. Apesar disso, há um grande desperdício durante toda a cadeia de produção que dificulta o acesso a essa comida. “É imprescindível falarmos sobre estratégias para reduzir os desperdícios. Além de facilitar o acesso à alimentação, também é necessário reduzir a perda dos recursos que são utilizados em toda a produção desses alimentos. E é exatamente na resolução desses problemas que a tecnologia atua, sistemas de gestão dos processos da cadeia de produção ajudam a otimizar as etapas, e assim, reduzir custos e desperdícios”, comenta Graciele Lima, Head de Agronegócio na Senior Sistemas, empresa referência em soluções tecnológicas para gestão de processos empresariais, especializada em soluções para gestão da cadeia do agronegócio.
No Brasil, a situação se repete. Segundo a Embrapa, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, cerca de 65% dos alimentos são desperdiçados durante toda a cadeia de produção, e 40% desses alimentos se perdem ainda no plantio. “Para evitar desperdícios na hora da colheita e distribuição, é preciso olhar para todas as etapas e identificar tecnologias que possam ser aplicadas já no plantio. Afinal, adotar soluções que possibilitem a otimização e o maior controle da produção pode ser o diferencial para amenizar ou até resolver um problema dessa magnitude”, pontua Graciele.
Existem diversas ferramentas disponíveis no mercado que oferecem soluções tecnológicas para a diminuição de desperdícios em todas as fases da cadeia de produção de alimentos, conheça algumas dessas soluções.
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Produção agrícola
Diversos estudos apontam o plantio como uma das fases em que os alimentos são mais desperdiçados, tanto por erros humanos no planejamento ou na calibragem das máquinas, quanto por erros mecânicos das máquinas que mal calibradas ou danificadas acabam jogando sementes ao solo ou quebrando os grãos.
Para sanar esse problema, soluções tecnológicas como ERPs, sistemas integrados de gerenciamento empresarial, oferecem plataformas que reúnem dados e processos de um negócio de forma integrada, em um único sistema, possibilitando o melhor acesso à informação e um planejamento assertivo.
“A introdução dessa tecnologia pode resultar na estruturação da gestão de produção e estoque. Controlando os dados desde a plantação, trato a colheita, e a entrada dos insumos, o que consequentemente facilita o planejamento da produção necessária e a redução de possíveis erros ou exageros que resultariam no desperdício da produção e consequentemente dos alimentos”, explica a Head de Agronegócio da Senior.
Do campo para a Indústria
Os altos índices de produtividade que o mercado alcançou nos últimos anos, somados a maquinários cada vez mais tecnológicos e ágeis, geraram períodos de colheitas mais curtos e um gargalo no processo de escoamento do campo para a indústria. Para mitigar esse desafio é importante que seja feito um planejamento de carga e descarga adequado, introduzindo circuitos que direcionem os pátios das indústrias de forma sistêmica e automatizada. Para isso, existe o YMS – Yard Management System – que se trata de uma solução de gestão de pátio, que automatiza os processos desde o agendamento até o destino da carga dentro da indústria, garantindo a validação das regras de negócio da empresa, com total automatismo em leitura de placas, abertura de cancelas, guarda de imagens e capturas de pesos. “O YMS da Senior, por exemplo, automatiza todo o planejamento de carga e descarga, de controle de circuitos, e de pesagem inicial e final, através do desenvolvimento de um pátio 100% autônomo que identifica digitalmente as falhas que estão gerando desperdícios evitáveis”, comenta Graciele.
Manuseio e armazenamento após a colheita
Práticas inadequadas após a colheita podem resultar em alimentos vencidos ou “machucados”, e estes muitas vezes são descartados ao serem considerados impróprios para consumo, ou ao terem seus valores comerciais reduzidos.
Aparecendo como possível solução, o Warehouse Management System, é o sistema de gerenciamento de armazéns que proporciona a rotação dirigida de estoques, ou seja, a gestão inteligente e eficiente dos lotes, maximizando o uso do espaço, podendo evitar perdas por manuseios ou armazenamentos inapropriados.
“Com o WMS é possível otimizar as cargas da frota, agilizar a montagem e emissão de romaneios, gerenciar a qualidade por lotes e receber alertas automáticos dos prazos de validade, reduzindo as chances de os produtos serem desperdiçados ou descartados antes mesmo de chegarem as casas das pessoas”, explica Lima.
Distribuição e logística
Os alimentos possuem especificidades em relação às condições climáticas, e aos tempos de prateleira e transporte. Sendo assim, é necessário ter um controle apurado e uma logística precisa para evitar desperdícios.
Tecnologias de gerenciamento de transporte e logística, como sistemas TMS, podem solucionar ou amenizar esses problemas, integrando os dados de todos os processos de distribuição da cadeia produtiva, além de auxiliar no controle da operação e da gestão de transportes dos produtos.
“Esses sistemas são essenciais no rastreamento de todos os produtos produzidos, incluindo intermediários e compradores, facilitando o gerenciamento de operações logísticas de forma integrada, o que permite mensurar a quantidade de produtos desperdiçados nessas etapas de transporte, e adotar estratégias para reduzir as perdas dessa fase”, detalha Graciele.
Consumo
Somado a tudo isso, é importante saber também que boa parte dos alimentos são desperdiçados nos supermercados, e tecnologias de soluções para esse problema adicionam agilidade e efetividade no controle e nas tomadas de decisões dos gestores quando o assunto é gestão de compras, de perdas e sobras, e até mesmo de pricing.
“Soluções de supermercado possibilitam a fácil identificação de produtos que se aproximam de seus vencimentos e precisam de preços mais acessíveis para que suas demandas sejam atendidas antes que tenham que ser descartados. Além de oferecerem processos para acelerar o desenvolvimento do negócio, assim evitando que os produtos fiquem por muito tempo nas prateleiras”, finaliza a Head de Agronegócio da Senior.