21.6 C
Uberlândia
sexta-feira, maio 17, 2024
- Publicidade -
InícioArtigosHortifrútiLMV - Pior virose das folhosas

LMV – Pior virose das folhosas

Marina Guimarães Pacifico

Engenheira agrônoma, mestre em Fitopatologia e doutoranda em Proteção de Plantas (UNESP Botucatu)

ma_pacifico1@hotmail.com

Crédito Marina Guimarães
Crédito Marina Guimarães

O LMV (Lettucemosaicvirus) está disseminado por todo o mundo. O vírus possui ampla gama de hospedeiros, infectando 121 espécies vegetais. A maioria das espécies hospedeiras encontra-se na família Asteraceae, à qual pertence a alface, sendo que a presença das plantas daninhas pode favorecer o surgimento de sintomas do LMV por serem hospedeiras do vírus, e a prática de plantios consecutivos pode influenciar o aparecimento da virose.

Além disso, fatores climáticos, como a temperatura, são fator significante no desenvolvimento do afídeo (inseto vetor do LMV), sendo influenciado por temperaturas amenas (20-22°C). O período de maiores revoadas desse pulgão é de abril a setembro, com picos no mês de maio.

O sintoma principal é o mosaico, acompanhado de nanismo e de deformação e redução da área foliar. Assim, o desenvolvimento da planta é prejudicado, com produção de plantas pequenas, amareladas e fora do padrão comercial. Porém, quando ocorre infecção tardia, os sintomas podem ser mosaico leve e normalmente visível nas folhas novas.

O vírus, quando transmitido por semente, pode possuir uma taxa de transmissão de aproximadamente 16%. O LMV é disseminado a longas distâncias por meio do intercâmbio de sementes infectadas. Perdas de até 100% podem ocorrer caso sejam utilizadas sementes infectadas e altas concentrações de pulgões estiverem presentes no campo.

Manejo preventivo

As recomendações para o manejo preventivo contra a LMV na produção de alface são:

â–º Plantar cultivares que apresentem resistência ao LMV,usar sementes livres de vírus, certificadas e adquiridas de empresas idôneas;

â–º Plantar mudas de boa qualidade, protegidas de pulgões por tela antiafídeo. A malha do telado impede a passagem de insetos para a cultura no interior da estufa, resultando em boa proteção das plantas aos insetos;

â–º Não cultivar ao lado de campos com alta incidência do LMV;

â–º Eliminação de reservatórios naturais do vírus (como plantas daninhas hospedeiras e plantas de alface abandonadas). As plantas daninhas hospedeiras serão fonte de inóculo da virose. Os cultivos de alface devem ser livres o quanto possível de vegetação espontânea ou de outras culturas que possam servir como fonte do vírus ou do vetor. Além de manter a cultura no limpo, sem ervas daninhas hospedeiras dos insetos vetores e viroses, a eliminação das plantas atacadas também se faz importante;

â–º Leve as mudas protegidas com inseticida para o campo (vacinação). Pouco antes do transplante faça uma boa pulverização com um inseticida para retardar o início da colonização pelos pulgões;

â–º Evitar que a própria alface ou outros matos sirvam de criadouro de pulgões. Após a colheita, destrua imediatamente todos os restos de cultura. Com uma rotativa incorpore tudo no solo e mantenha o canteiro livre de plantas daninhas até o próximo plantio.

â–º O controle químico com inseticidas não é tão efetivo na prevenção do LMV. O LMV é transmitido de forma não persistente por pulgão. O inseto-vetor pode transmitir o vírus rapidamente (em poucos segundos) por meio da picada de prova. Neste caso, os inseticidas recomendados não são suficientemente rápidos para matar os vetores antes da inoculação dos vírus. E em certos casos, podem até aumentar a incidência dos vírus por eles transmitidos, em consequência da excitação causada pelos inseticidas durante as picadas de prova. Assim, o uso somente de inseticida não tem tido efeito na redução da incidência desse vírus.

Dessa maneira, o uso de uma ou mais medidas, isoladamente, não é suficiente para promover o controle da doença com valor prático. Deve-se realizar o manejo integrado, com a utilização de todas as técnicas disponíveis ao agricultor. Lembrando que não há medidas curativas para salvar as plantas já infectadas com a virose.

Essa matéria você encontra na edição de Agosto 2017  da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira já a sua.

ARTIGOS RELACIONADOS

Telas – Mais proteção no cultivo de tomate

AutoresLuana Keslley Nascimento Casais luana.casais@gmail.com Rhaiana Oliveira de Aviz rhaianaoliveiradeaviz@gmail.com Emanoel dos Santos Vasconcelos emanoeldsvpgm@gmail.com Graduandos em Agronomia - Universidade Federal Rural da Amazônia...

Como combater o estresse térmico na cultura da banana?

Flávio Irokawa Gerente de Desenvolvimento de Mercado da FMC O estresse térmico ocorre em temperaturas abaixo de 18°C, causando distúrbios fisiológicos na bananeira que levam ao...

Como podar e conduzir o caqui?

Como e quando podar o pé de caqui? Como fazer a poda?

Ginegar Polysack atrai público especializado

A Ginegar Polysack sempre se fez presente na Hortitec, desde a primeira edição. Para Alessandro Mangetti, diretor de Marketing e Vendas da Ginegar Polysack,...

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
Falha na pontuação do usuário captcha. Por favor, entre em contato conosco!