Alasse Oliveira da Silva
Engenheiro agrônomo e mestrando em Fitotecnia – ESALQ/USP
alasse.oliveira77@usp.br
Liliane Marques de Sousa
Engenheira agrônoma e mestranda em Fitotecnia – Universidade Federal de Viçosa (UFV)
liliane.engenheira007@gmail.com
Walleska Silva Torsian
Engenheira agrônoma e doutoranda em Fitotecnia – ESALQ/USP
walleskatorsian@usp.br
As mudanças no ambiente relacionadas ao clima têm sido consideradas um dos principais gargalos a serem enfrentados pela agricultura brasileira e mundial. Mudanças no agronegócio estão sendo realizadas para solucionar ou amenizar essa intensificação do ambiente em relação ao clima que afetam a qualidade e a produtividade das culturas de interesse agrícola.
Adversidades climáticas
As temperaturas médias do planeta devem aumentar. Conforme as projeções globais, a distribuição e a intensidade das chuvas devem ser modificadas e cada vez mais, mudanças bruscas no tempo deverão ocorrer nos próximos anos, destacando-se as tempestades, verão intenso e geadas que afetam a região sul e sudeste do Brasil no inverno.
Dessa forma, essas alterações climáticas influenciam diretamente as plantas de interesse agrícola, favorecendo cada vez mais a baixa produtividade, plantas suscetíveis a doenças e pragas e redução da qualidade agronômica dos alimentos produzidos.
Com isso, evidencia-se que para a nossa produção agrícola continuar estável e produtiva é preciso inovação na produção, buscando soluções eficientes e sustentáveis frente aos estresses ocasionados. Com isso, o uso de produtos biológicos, que agem justamente no fortalecimento das plantas e no condicionamento do solo, tem sido amplamente demandado pela agricultura brasileira.
Interação biológico e planta
Inúmeros microrganismos que se encontram em associação com as plantas cultivadas podem reduzir os efeitos maléficos provocados por estresses abióticos nas culturas. Esses biológicos induzem a promoção do crescimento das plantas, e podem ser inseridos no manejo da produção por meio da inoculação de sementes ou então pela pulverização nas plantas.
Esses microrganismos benéficos às plantas são atenuadores contra o estresse em decorrência da sua ação de interação simbiótica, produção de hormônios vegetais, como as auxinas e citocininas, o qual estimula o crescimento vegetal e, por consequência, o aumento na demanda pela absorção de água e macro e micronutrientes.
Desta forma, garantem o crescimento e desenvolvimento das culturas de forma satisfatória, dentro dos padrões agronômicos. Com isso, esses benefícios ocasionam efeitos positivos sobre a proteção e estresses climáticos.
Mas, quem são eles?
Existem inúmeros microrganismos utilizados com a finalidade biofungicida ou promotor de crescimento vegetal. Mas, algumas espécies têm se destacado frente ao potencial dos seus benefícios no meio agrícola, como exemplo: Bradyrhizobium japonicum, Bacillus amyloliquefaciens, Trichoderma harzianum, Metarhizium anisopliae, Azospirillum brasilense, Paenibacillus, Bacillus megaterium, Bacillus aryabhattai, Beauveria bassiana e Bacillus subtilis.
Dentre esses, alguns são mundialmente conhecidos por proporcionarem benefícios para as plantas, como os citados abaixo:
Trichoderma harzianum: fungo benéfico que promove o controle dos principais fitopatógenos de solo, estimula o desenvolvimento das culturas e combina diversos mecanismos de ação. Aumenta a produtividade e a rentabilidade das culturas. É eficiente no controle de mofo-branco, tombamento, podridão radicular e fusariose.
Bacillus sp.: potente microrganismo promotor de crescimento que potencializa o equilíbrio biológico do solo e a produtividade das culturas. Restabelece o equilíbrio biológico da rizosfera e acelera o desenvolvimento inicial das culturas.
Pseudomonas fluorescens e Azospirillum brasilense: promotores de crescimento. São capazes de aumentar a eficiência da adubação de base em até 25%, reequilibrar a biologia do solo e elevar a produtividade das culturas. Combinam a fixação biológica de nitrogênio e a mobilização de fósforo.
Inúmeras empresas brasileiras comercializam excelentes produtos biológicos com ação comprovada por meio de pesquisas.