Nos últimos anos, as mulheres têm conquistado espaço e contribuído ativamente para a evolução do setor agrícola, servindo de inspiração para que outras conquistem seu lugar na sociedade por meio do protagonismo em cargos estratégicos.
Estudo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) em conjunto com a Embrapa e Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), indica que hoje as mulheres administram mais de 30 milhões de hectares (8,4% das áreas rurais do país). De acordo com levantamento do SEBRAE, são cerca de 1 milhão de representantes femininas comandando propriedades do agronegócio no Brasil.
Para a Engenheira Agrônoma Gabrielle Masson, Técnica de Desenvolvimento de Mercado da BRANDT do Brasil, empresa de inovação tecnológica focada em fisiologia vegetal e tecnologia da aplicação, esse cenário é positivo, pois representa um avanço no que diz respeito à diversidade e ao respeito à presença de mulheres no campo, além de uma busca incessante por uma sociedade muito mais diversa e inclusiva.
“O crescimento da presença feminina no agronegócio é um sinal de que estamos evoluindo enquanto sociedade. Precisamos ter em mente que a mulher exerce papel fundamental, especialmente pelas contribuições em estudos, pesquisas, planejamentos estratégicos, desenvolvimento de mercado, implementação de metodologias e liderança”, diz Gabrielle.
“Vale ressaltar que as mulheres têm um papel muito importante nos avanços tecnológicos que estão chegando ao campo, o que só reforça que, embora ainda seja uma realidade, o preconceito vem diminuindo e mostrando que mulheres nos papeis de liderança e no campo vêm se destacando”, explica.
Desafios e protagonismo no campo
Dayanne Lustosa Mororó, Engenheira Agrônoma e Representante Técnica de Vendas na BRANDT do Brasil em Luís Eduardo Magalhães/BA, diz sentir-se feliz em ver o quanto a presença feminina está crescendo na agricultura em diferentes cargos e posições. “Fui gerente de fazenda no Amapá e sinto orgulho da minha trajetória e determinação nesse meio que, alguns anos atrás era tão masculino. Infelizmente, ainda enfrentamos algumas resistências por sermos mulheres e mães que ocupam cargos de produtoras e agrônomas. São alguns desafios que devem ser superados, mas hoje estamos podendo mostrar à sociedade que somos capazes de conduzir e contribuir para o desenvolvimento da agricultura”, diz.
O Congresso Nacional das Mulheres no Agronegócio (CNMA) é uma amostra disso. Criado em 2016 com objetivo de contribuir para o desenvolvimento e a ampliação da atuação das mulheres em diferentes esferas do agronegócio, conta hoje com mais de 1900 participantes femininas e está presente em 25 estados brasileiros. Somado a isso, muitas profissionais estão se formado em áreas relacionadas à agricultura e entrando no mercado de trabalho.
Em 15 de outubro foi celebrado o Dia Internacional da Mulher Rural, data criada pela Organização das Nações Unidas (ONU) para elevar em todo o mundo a consciência acerca do papel que a mulher exerce no campo. “Datas como essas devem ser celebradas com conquistas reais”, afirma Gabrielle. Segundo ela, “ser mulher no agronegócio é ser protagonista de suas próprias escolhas com coragem e determinação. Sinto-me orgulhosa em fazer parte desse movimento de mudança na representatividade feminina no setor de maior relevância da economia brasileira”.