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Inflação: por que ela impacta no seu bolso?

Antônio Carlos de Oliveira/Reprodução

Pensando Estrategicamente, por Antônio Carlos de Oliveira

Texto publicado originalmente no Diário de Uberlândia

Inflação é um conceito que traduz o aumento generalizado de preços de bens e serviços. Entenda sobre o índice e como ele afeta os investimentos e ajudará a ter uma melhor percepção do cenário econômico do país.

A principal consequência da inflação é a perda do poder de compra ao longo do tempo, com o aumento dos preços das mercadorias e a desvalorização da moeda. Outra consequência está associada ao rendimento real em investimentos.

A inflação baixa ou moderada pode ser atribuída a flutuações na demanda real por bens e serviços.

Para perceber e entender melhor a inflação, uma boa alternativa é ir ao supermercado. O preço dos produtos nas prateleiras não são os mesmos praticados 5, 10 ou 15 anos atrás: eles estão mais caros. Há também a inflação que impacta nos valores de outros itens, como os bens duráveis (imóveis, automóveis, eletrônicos), o aluguel, a mensalidade da escola do filho, ou itens de longo prazo, como a mensalidade de uma faculdade ou pós-graduação.

Por outro lado, índices moderados afetam as economias de maneira positiva e negativa. Os efeitos negativos incluem um aumento no custo de oportunidade de reter moeda, incerteza sobre a inflação futura que pode desestimular o investimento e a poupança e, se a inflação for rápida o suficiente, a escassez de bens à medida que os consumidores começam a acumular com a preocupação de que os preços aumentem no futuro. Já os efeitos positivos incluem a redução do desemprego devido à rigidez nominal dos salários, o que permite aos bancos centrais maior liberdade na condução da política monetária (manutenção de taxa de juros baixa), incentivando empréstimos e investimentos em vez de entesouramento de dinheiro e evitando as ineficiências associadas à deflação.

Para medir a inflação ou deflação de um país, ou ainda de algum conjunto de bens e serviços inseridos em determinado setor, alguns índices são utilizados para estudo.

A inflação ou deflação oficial no Brasil é medida pelo índice IPCA, que mostra o custo médio de vida das famílias com renda mensal entre um a 40 salários-mínimos. Alguns outros índices são utilizados, tais como: Índices Nacional de Preços ao Consumidor (INPC); Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI); Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M); Índice de Preços ao Consumidor – Semanal (IPC – S); Índice de Preços ao Consumidor do Município de São Paulo (IPC-Fipe); Índice de Preços no Varejo (IPV).

Vamos refletir: … Segundo o site do Banco Central do Brasil (BCB), outras razões que podem levar ao aumento da inflação são: pressão de demanda, inércia inflacionária e pressão de custos – Alta do custo de produção – a elevação dos preços da mão de obra, da energia elétrica e dos combustíveis, por exemplo, torna o custo de produção maior, o que reflete no preço pago pelo consumidor – Demanda maior que oferta – quando a procura por um produto é maior que a oferta, seu preço tende a aumentar – Gastos do Governo são maiores que arrecadações – quando o Governo gasta mais do que arrecada, é preciso produzir mais dinheiro (papel moeda) para que as contas sejam pagas.

A inflação gera, mais alguns prejuízos à sociedade: Alta do dólar e elevação dos preços em importações – enquanto a moeda de um país perde valor. Com isso, o preço dos produtos importados aumenta, contribuindo ainda mais para o crescimento dos índices de inflação.

A inflação muito elevada é um sinal de fragilidade da economia, provocando a redução dos investimentos internacionais, sobretudo de médio e longo prazos. Além de causar o desinteresse do mercado internacional, a inflação alta também impede que as companhias nacionais invistam no setor produtivo da economia.
O aumento da taxa de juros é uma medida adotada por alguns governos no intuito de conter a inflação. Na maioria dos países, a inflação é controlada pelos bancos centrais por meio de metas a serem alcançadas dentro do período anual.

Os valores adotados para controlar a inflação variam entre os 2% e 3% a.a. São consideradas medidas em que o poder de compra não é reduzido por altas inflações, nem a economia é perturbada pela deflação.

Basicamente, a autonomia do Banco Central é crucial para garantir que os mecanismos centrais que influenciam a economia estão funcionando em sintonia com as demandas do mercado e da população, e não podem ser apropriadas por uma agenda eleitoral.

Em uma Política Monetária Expansionista, o Banco Central aumenta a oferta de moeda em circulação no país e reduz as taxas de juros com o objetivo de melhorar o desempenho da economia por meio do aumento do poder de compra para incentivar o consumo.

Pensando estrategicamente: … a principal consequência da inflação é a perda do poder de compra ao longo do tempo, com o aumento dos preços das mercadorias e a desvalorização da moeda.

Outra consequência está associada ao rendimento real em investimentos. O rendimento real ou a rentabilidade real é aquela conseguida em uma aplicação, descontada a inflação. Se um investimento teve um retorno de 10% ao ano e a inflação no período foi de 2% ao ano, sua rentabilidade real foi de 8%. Mas se um investimento teve esse mesmo rendimento, de 10% ao ano, em um período em que a inflação foi 11%, a rentabilidade real foi negativa: isto é, mesmo rendendo alguma coisa, o investidor “perdeu” dinheiro. Isso acaba gerando um cenário de incertezas na economia, assim como desincentiva que novos investimentos sejam realizados.

Com a inflação avançando o efeito da alta dos índices inflacionários pode ser o crescimento da dívida pública, cenário bastante prejudicial para o país na visão internacional.

É isso que pode acontecer com aplicações como a poupança, cuja rentabilidade está atrelada à Selic, a taxa básica de juros da economia. Se a Selic ficar abaixo da inflação, a rentabilidade real da poupança será negativa – estimulando os saques.

A inflação, contudo, pode ter um impacto ainda maior no cenário econômico. Uma inflação fora de controle, por exemplo, pode desestimular setores da economia a realizar investimentos e melhorias no país e causar incertezas com relação aos rumos econômicos na nação.

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