20.6 C
Uberlândia
terça-feira, maio 7, 2024
- Publicidade -
InícioDestaquesInflação: por que ela impacta no seu bolso?

Inflação: por que ela impacta no seu bolso?

Antônio Carlos de Oliveira/Reprodução

Pensando Estrategicamente, por Antônio Carlos de Oliveira

Texto publicado originalmente no Diário de Uberlândia

Inflação é um conceito que traduz o aumento generalizado de preços de bens e serviços. Entenda sobre o índice e como ele afeta os investimentos e ajudará a ter uma melhor percepção do cenário econômico do país.

A principal consequência da inflação é a perda do poder de compra ao longo do tempo, com o aumento dos preços das mercadorias e a desvalorização da moeda. Outra consequência está associada ao rendimento real em investimentos.

A inflação baixa ou moderada pode ser atribuída a flutuações na demanda real por bens e serviços.

Para perceber e entender melhor a inflação, uma boa alternativa é ir ao supermercado. O preço dos produtos nas prateleiras não são os mesmos praticados 5, 10 ou 15 anos atrás: eles estão mais caros. Há também a inflação que impacta nos valores de outros itens, como os bens duráveis (imóveis, automóveis, eletrônicos), o aluguel, a mensalidade da escola do filho, ou itens de longo prazo, como a mensalidade de uma faculdade ou pós-graduação.

Por outro lado, índices moderados afetam as economias de maneira positiva e negativa. Os efeitos negativos incluem um aumento no custo de oportunidade de reter moeda, incerteza sobre a inflação futura que pode desestimular o investimento e a poupança e, se a inflação for rápida o suficiente, a escassez de bens à medida que os consumidores começam a acumular com a preocupação de que os preços aumentem no futuro. Já os efeitos positivos incluem a redução do desemprego devido à rigidez nominal dos salários, o que permite aos bancos centrais maior liberdade na condução da política monetária (manutenção de taxa de juros baixa), incentivando empréstimos e investimentos em vez de entesouramento de dinheiro e evitando as ineficiências associadas à deflação.

Para medir a inflação ou deflação de um país, ou ainda de algum conjunto de bens e serviços inseridos em determinado setor, alguns índices são utilizados para estudo.

A inflação ou deflação oficial no Brasil é medida pelo índice IPCA, que mostra o custo médio de vida das famílias com renda mensal entre um a 40 salários-mínimos. Alguns outros índices são utilizados, tais como: Índices Nacional de Preços ao Consumidor (INPC); Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI); Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M); Índice de Preços ao Consumidor – Semanal (IPC – S); Índice de Preços ao Consumidor do Município de São Paulo (IPC-Fipe); Índice de Preços no Varejo (IPV).

Vamos refletir: … Segundo o site do Banco Central do Brasil (BCB), outras razões que podem levar ao aumento da inflação são: pressão de demanda, inércia inflacionária e pressão de custos – Alta do custo de produção – a elevação dos preços da mão de obra, da energia elétrica e dos combustíveis, por exemplo, torna o custo de produção maior, o que reflete no preço pago pelo consumidor – Demanda maior que oferta – quando a procura por um produto é maior que a oferta, seu preço tende a aumentar – Gastos do Governo são maiores que arrecadações – quando o Governo gasta mais do que arrecada, é preciso produzir mais dinheiro (papel moeda) para que as contas sejam pagas.

A inflação gera, mais alguns prejuízos à sociedade: Alta do dólar e elevação dos preços em importações – enquanto a moeda de um país perde valor. Com isso, o preço dos produtos importados aumenta, contribuindo ainda mais para o crescimento dos índices de inflação.

A inflação muito elevada é um sinal de fragilidade da economia, provocando a redução dos investimentos internacionais, sobretudo de médio e longo prazos. Além de causar o desinteresse do mercado internacional, a inflação alta também impede que as companhias nacionais invistam no setor produtivo da economia.
O aumento da taxa de juros é uma medida adotada por alguns governos no intuito de conter a inflação. Na maioria dos países, a inflação é controlada pelos bancos centrais por meio de metas a serem alcançadas dentro do período anual.

Os valores adotados para controlar a inflação variam entre os 2% e 3% a.a. São consideradas medidas em que o poder de compra não é reduzido por altas inflações, nem a economia é perturbada pela deflação.

Basicamente, a autonomia do Banco Central é crucial para garantir que os mecanismos centrais que influenciam a economia estão funcionando em sintonia com as demandas do mercado e da população, e não podem ser apropriadas por uma agenda eleitoral.

Em uma Política Monetária Expansionista, o Banco Central aumenta a oferta de moeda em circulação no país e reduz as taxas de juros com o objetivo de melhorar o desempenho da economia por meio do aumento do poder de compra para incentivar o consumo.

Pensando estrategicamente: … a principal consequência da inflação é a perda do poder de compra ao longo do tempo, com o aumento dos preços das mercadorias e a desvalorização da moeda.

Outra consequência está associada ao rendimento real em investimentos. O rendimento real ou a rentabilidade real é aquela conseguida em uma aplicação, descontada a inflação. Se um investimento teve um retorno de 10% ao ano e a inflação no período foi de 2% ao ano, sua rentabilidade real foi de 8%. Mas se um investimento teve esse mesmo rendimento, de 10% ao ano, em um período em que a inflação foi 11%, a rentabilidade real foi negativa: isto é, mesmo rendendo alguma coisa, o investidor “perdeu” dinheiro. Isso acaba gerando um cenário de incertezas na economia, assim como desincentiva que novos investimentos sejam realizados.

Com a inflação avançando o efeito da alta dos índices inflacionários pode ser o crescimento da dívida pública, cenário bastante prejudicial para o país na visão internacional.

É isso que pode acontecer com aplicações como a poupança, cuja rentabilidade está atrelada à Selic, a taxa básica de juros da economia. Se a Selic ficar abaixo da inflação, a rentabilidade real da poupança será negativa – estimulando os saques.

A inflação, contudo, pode ter um impacto ainda maior no cenário econômico. Uma inflação fora de controle, por exemplo, pode desestimular setores da economia a realizar investimentos e melhorias no país e causar incertezas com relação aos rumos econômicos na nação.

ARTIGOS RELACIONADOS

Projeto inovador gera economia de 1,7 milhão de litros de água

A Atvos utiliza de alta tecnologia nos processos industriais da planta agroindustrial em Mirante do Paranapanema (SP), contribuindo com as boas práticas ambientais

Tratamento de sementes

O tratamento de sementes é considerado uma das estratégias principais para ...

Exportações de algodão devem crescer 100%

Apesar de uma conjuntura global tumultuada, que inclui os impactos da pandemia do novo coronavírus no crescimento da economia mundial, a derrubada do preço do petróleo.

Revolução no crédito rural

A Central de Registro de Direitos Creditórios (CRDC) estabeleceu joint-venture inédita ...

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
Falha na pontuação do usuário captcha. Por favor, entre em contato conosco!