Com o avanço de 6% da área cultivada de soja, para mais de 42 milhões de hectares, o mercado de sementes da oleaginosa movimentou R$ 24,5 bilhões na última safra, alta de 18% frente ao ciclo 2021-22 (R$ 20,76 bilhões). Os dados são do estudo FarmTrak Soja 2022-23, da Kynetec, recém-divulgado. Conforme a consultoria, as sementes ‘Bt’ chegaram a mais de 90% dos cultivos, enquanto as ‘RR’ ocuparam 8%.
De acordo com o especialista da Kynetec, Millôr Mondini, o resultado “é altamente representativo, pois ratifica, safra após safra, a força do setor sementeiro dentro do processo produtivo da mais importante cultura agrícola do país”. Segundo ele, ante o período 2020-21, quando esse segmento transacionou R$ 15,6 bilhões, o crescimento acumulado chegou a 57%.
“Embora tecnologias Bt tenham ampliado espaço, o FarmTrak confirma também novo aumento na adoção de tratamentos com lagarticidas. Estes produtos alcançaram quase 80% do plantio em áreas com biotecnologias Bt, contra cerca de 50% de cinco safras atrás. Os lagarticidas, por sinal, corresponderam em 2022-23 a 30%, ou R$ 3,7 bilhões, do total de R$ 12,2 bilhões do mercado de inseticidas.”
Desse cenário, complementa Mondini, o FarmTrak da Kynetec destaca ainda evolução acelerada do mercado de biolagarticidas. Segundo o especialista, tais produtos já movimentam R$ 186 milhões na sojicultura. “Dados indicam tendência de novos saltos relacionados a lagarticidas biológicos nas próximas safras. Estão cada vez mais presentes nas lavouras, enquanto ferramenta complementar ao MIP ou Manejo Integrado de Pragas”, salienta Millôr Mondini.
Em contrapartida, ele conclui, a pesquisa revelou adesão pouco representativa do produtor às chamadas “novas” biotecnologias de última geração, que somaram pouco mais de dois milhões de hectares ou 5% da área cultivada.