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Produção de ervilha torta é alternativa rentável

Toda produção do município é conduzida por agricultores familiares

Com temperaturas mais amenas, o Sul de Minas é uma região onde a produção de ervilha se adaptou bem. Em Munhoz, por exemplo, são cerca de 180 hectares por ano dedicados à cultura, sendo que 100% dessas áreas são cultivadas por agricultores familiares, como o André Francisco das Chagas. “Há mais de 12 anos eu trabalho com a ervilha, e foi dando certo. É minha principal produção. Eu gosto de fazer o que eu faço, chegar na lavoura bem cuidada, sadia, é um dom de Deus”, comenta.

Produtor André
Créditos: Divulgação

A ervilha vagem ou ervilha torta, como é mais conhecida na região, é originária do Oriente Médio, mas se adaptou bem em diversas regiões do Brasil. Em Munhoz, segundo o técnico local da Emater-MG, Juary José Moreira, os produtores conseguem colher a leguminosa o ano inteiro. “Aqui são regiões altas e a ervilha gosta de temperaturas mais amenas, menos de 23 graus. Então se consegue produzir durante todo o ano e o mercado principal é a grande São Paulo”, explica.

Vantagens e desvantagens

Uma vantagem da ervilha torta é ser uma planta rústica, de baixo custo, adequada à produção familiar. Mas também apresenta desafios. André Francisco conta que o período das chuvas é mais propício para o desenvolvimento de doenças, o que força o uso maior de defensivos agrícolas.

Outra questão é a necessidade de irrigação. “É uma cultura sensível à falta de água, em escassez hídrica ela corta a produção”, detalha Juary Moreira. O técnico também destaca que a maioria dos produtores em Munhoz cultiva em terras arrendadas, pela necessidade de se fazer um rodízio de culturas, com objetivo de evitar a infestação por doenças. “Então o produtor vai sendo nômade, vai mudando de lugar”. Para o cultivo é preciso ainda o investimento na preparação do solo, com aração, calagem e adubação rica em fósforo. Quando a planta vai crescendo ela deve ser conduzida por fitilhos, até chegar a altura de um 1,5 metro a 1,8 metro de altura, quando atinge seu pico de desenvolvimento. O ciclo da planta, conforme Juary Moreira, gira em torno de dois a dois meses e meio, ou seja, a colheita é possível em cerca de 45 dias.

Mão de obra

Um gargalo importante é a carência de mão de obra, na avaliação do técnico da Emater-MG. Mesmo sendo uma cultura adequada à produção familiar, muitos produtores precisam de ajuda na época de passar o fitilho e na colheita, “porque o trabalho é 100% manual”.

André Francisco faz o máximo que pode das atividades sozinho, mas também recorre a mão de obra contratada em alguns períodos. “A maior parte eu faço sozinho, tem funcionário que trabalha comigo sim, mas dependendo do serviço eu faço sozinho, para reduzir o custo”, reforça.

André também conta com assistência técnica da Emater-MG, tanto na orientação para condução da cultura, quanto para elaboração de projetos de crédito rural. “A Emater é importante para nós porque sempre que a gente tá precisando de um apoio, um auxílio, a gente procura o Juary. Tem época do ano que o problema é a falta de dinheiro, aí a gente recorre a Emater para conseguir o recurso para poder plantar”, conta. Contudo, entre vantagens e desafios, o produtor está satisfeito com a cultura da ervilha. “É uma produção que compensa, tem dado lucro, tô satisfeito e gosto muito de trabalhar com ela”.

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