O Brasil é um dos principais produtores e exportadores de frutas e hortaliças do mundo, segundo a consultoria da Carlos Cogo, a fruticultura brasileira movimentou US$ 1,077 Bilhão em 2022, com destaque para a manga e o melão com 24% e 23% respectivamente do volume exportado. Diversos são os fatores que fazem o nosso HF ser consumido globalmente, e certamente a uniformidade dos produtos faz toda a diferença, tornando-o mais atraente a ser consumido.
A busca pela uniformidade se inicia pela escolha da área a ser produzida, passando pela variedade, insumos ofertados e pelo sistema de irrigação, sendo essa parte fundamental nesse processo. A irrigação se torna o fiel da balança pelo fato de fornecer não apenas a água, mas também a possibilidade de se aplicar fertilizantes e produtos biológicos para proteção de cultivo. Mas para que o sistema tenha boa performance, é necessário que a escolha do emissor de água (gotejador) leve em consideração as condições da área, sendo uma delas o relevo.
Na irrigação localizada existem dois tipos de emissores, os autocompensados e os não autocompensados. Os autocompensados possuem uma membrana que compensa a variação de pressão durante a irrigação, de forma que o emissor forneça a quantidade de água, desde o início da linha de gotejadores até o final. Para áreas declivosas este tipo de gotejador é o mais adequado. Quanto ao gotejador não autocompensado, ele não possui a membrana de compensação de pressão, havendo assim um limite máximo de pressão de trabalho pré-estabelecido para que não haja alteração na vazão do gotejador durante toda a linha de emissores. Este tipo de emissor é recomendado para áreas com pouca ou nenhuma declividade.
O relevo do solo interfere na distribuição da água e fertilizantes, assim como o comprimento da linha de gotejadores. Em áreas com declividade acentuada, o comprimento da linha de gotejadores autocompensados é maior, proporcionando confiabilidade na quantidade de água e fertilizantes a ser ofertada, independente do relevo, desde o início até o fim da linha de cultivo. A utilização deste emissor gera redução de custo total no projeto de irrigação pelo potencial redução de malha hidráulica e outros componentes.
A uniformidade no fornecimento dos insumos para a planta, seja do início ao fim da linha de cultivo, proporciona ao produtor frutos maiores, com maior brix e com a taxa de refugo menor. Pois todas as plantas receberão uma quantidade igual de água e potencialmente de fertilizantes, sendo possível produzir em sua plenitude. Com isso, o agricultor tem uma produção capaz de ser ofertada nos melhores e mais exigentes mercados, resultando em mais rentabilidade.
Por Maxwell Soares da Silva, Especialista Agronômico da Netafim