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Do cruzamento entre linhagens selecionadas de abóboras e morangas obteve-se a “Tetsukabuto“, originária do Japão. Seus frutos têm epiderme verde-escura, são ligeiramente achatados e pesam, em média 1,5 a 2,0 kg.
A polpa é de coloração amarelo-alaranjada, espessa e bastante enxuta, com 12 a 18% de sólidos totais, sendo os frutos considerados como padrão de qualidade para abóboras e morangas no mercado nacional.
O híbrido “Tetsukabuto“ produz flores masculinase femininas na mesma planta. Todavia, emfunção de o número de flores masculinas ser muitobaixo ou nulo, no período de abertura das flores femininasas plantas são consideradas macho-estéreis, havendo a necessidadedo plantio de alguns exemplares de outra espécie, queservirão como fornecedores de pólen para apolinização cruzada entomófila que deverá ocorrer.
Temperaturas baixas, ventos fortes ou chuvascontÃnuas reduzem a atividade de insetospolinizadores, podendo resultar em redução significativa na produção de frutos. Por outro lado, considerando que as abelhas têm preferência pelo período matutino, com maior concentração de visitas (66%) entre 9h e 10h30, deve-se tomar cuidado com o horário de pulverizaçõescom agroquímicos, devendo ser preferencialmenteutilizados no período da tarde.
Para contornar as falhas no processo de polinizaçãoe assegurar o perfeito desenvolvimento dos frutos,pode ser adotado o uso de substâncias químicasque estimulam a partenocarpia. Segundo cálculos,pode-se conseguir incremento de até 200% na produção.
Potencial
O Brasil, que já exporta abóbora“Tetsukabuto“ para o Mercosul, poderia triplicar aprodução dessa cucurbitácea se utilizasse massivamente os híbridos, que trazem consigo o melhoramento genético da hortaliça.
O produtor Denisval José de Borba, mais conhecido como Deni,aprovou o cultivo de Tetsukabuto em suas lavouras em Corinto, no interior mineiro. “São muitas vantagens da Tetsukabuto. Eu gosto da abóbora híbrida porque ela é bem resistente a fungos, insetos,além de ter frutos grandes e padronizados, o que me favorece, porque mando muita abóbora para os estados de Goiás, São Paulo e Rio Grande do Sul, que são bastante exigentes em relação ao tamanho da mercadoria“, pontua.
Ainda segundo ele, as abóboras híbridas resultam em frutos uniformes e de coloração melhor, agregando até 70% no valor do produto final.
Deni confirma que suas Tetsukabuto têm atendido as exigências do mercado graças aos híbridos, que possibilitam um produto final de qualidade. As híbridas adiantam seu ciclo pelo menos 15 dias, em relação às abóboras convencionais.
Produtividade x rentabilidade
A abóbora convencional produz 12 ton/ha, sendo a média nacional da híbrida em torno de 18 ton/ha. “Como eu gasto um pouco a mais na adubação, já cheguei a produzir 30 ton/ha“, orgulha-se Deni de Borba.
Ele relata que, normalmente, um plantio de abóbora convencional tem um custo médio de R$3 mil/ha, enquanto a abóbora híbrida chega a R$5 mil/ha. Já sua produção alcança os R$7 mil devido à adoção de uma adubação diferenciada.
Quanto à rentabilidade, oscila bastante. “Nesse ano foi bom porque o preço está estável, e na última safra obtivemos uma produção de 24 mil kg/ha e vendemos a R$1,00/kg. É bom lembrar que, apesar de ser um plantio simples, as abóboras precisam de muito cuidado e atenção, porque a alta produção depende de fazer a aplicação de defensivos e adubação sempre na hora certa. Qualquer descuido pode aumentar bastante os custos e cair a produção“, finaliza o experiente produtor.