21.6 C
Uberlândia
quinta-feira, novembro 21, 2024
- Publicidade -spot_img
InícioArtigosHortifrútiAbóboras e abobrinhas dão o que falar

Abóboras e abobrinhas dão o que falar

Autoria:

Veridiana Zocoler de MendonçaDoutora em Agronomia – UNESP FCAveridianazm@yahoo.com.br

Aline Mendes de Sousa Gouveia Doutora em Agronomia/Horticultura UNESP FCA e professora do curso de Agronomia e Ciências Biológicas – UniFio (Centro Universitário das Faculdades Integradas de Ourinhos) alinemendesgouveia@gmail.com

Abobrinha – Crédito: shutterstock

A abobrinha apresenta-se no cenário brasileiro como uma das dez principais cucurbitáceas de maior valor econômico, sendo também considerada uma fonte alternativa de produção para os agricultores, já que nas regiões norte, nordeste e em grande parte das regiões sudeste e centro-oeste pode ser cultivada em qualquer época do ano.

Segundo estimativa da FAO (2019), a produção mundial total de abóboras e abobrinhas (juntas), no ano de 2017, foi de 24,6 milhões de toneladas em uma área colhida de 1,78 milhão de hectares, com uma produtividade média de 13,82 t ha-1.

A abóbora tem China, Índia, Rússia, Irã e Estados Unidos como os cinco maiores produtores mundiais (FAO, 2013). No Brasil, os Estados de Minas Gerais, Goiás, São Paulo, Bahia, Paraná e Santa Catarina são os principais produtores correspondendo a mais de 80% do total comercializado nas Ceasas (Conab-Prohort).

A área plantada gira em torno de 3.700 hectares e a produção em cerca de 60 mil kg, no Estado de São Paulo. A colheita ocorre o ano todo no país. A demanda é restrita ao mercado interno com pico no inverno, sendo a região nordeste a maior consumidora de abóboras.

O Brasil ocupa o 52º lugar da produção mundial de cucurbitáceas. Os Estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraná e Goiás são os principais produtores, correspondendo a mais de 90% do total comercializado nas Ceasas (Conab-Prohort). Porém, também há produção no Nordeste e Distrito Federal.

Os significativos avanços na produção de cucurbitáceas devem-se ao emprego de cultivares melhor adaptadas a diferentes condições de cultivo e a modernas técnicas utilizadas atualmente no processo de produção. 

Oferta x demanda

Há diversas variedades de abóboras e em São Paulo a mais comum é a ‘menina brasileira’, depois a ‘abóbora paulista’. Além das abóboras citadas, a japonesa (cabotiá) é muito cultivada no Brasil, tal qual a moranga. Em São Paulo, no ano de 2015 a área cultivada com abóbora foi de 3.488 ha e produção de 60.069 t. Em 2016 a área cultivada foi de 3.725 ha com produção de 61,9 toneladas, apresentando crescente expansão.

A cultura suporta alta amplitude térmica e é possível produzir durante o ano todo. Porém, o clima ideal é quente e úmido, com temperaturas médias de 25°C. É importante que o plantio e a fase de desenvolvimento não coincidam com temperatura e umidade baixas, o que diminuiria a produtividade, além de prolongar o ciclo para algumas variedades. Chuvas concentradas podem causar abortamentos no período de florada e prejudicar a qualidade.

Custo x rentabilidade

A cultura costuma ser rentável ao produtor, já que o cultivo não tem custo elevado, além da possibilidade de cultivo em rotação de culturas, principalmente com tomate. Por apresentar ciclo de desenvolvimento de 40 a 50 dias, é uma opção de renda em curto prazo.

A colheita é a etapa de cultivo que pode ser considerada de maior custo, por demandar mão de obra, uma vez que a colheita é pontual, de frutos colhidos com 20 a 25 cm.

De ciclos relativamente curtos (colheita de 80 a 90 dias para a abóbora cabotiá, moranga e paulista e de 120 a 150 dias para a maranhão), as abóboras podem alcançar boa rentabilidade por ter retorno rápido, além da possibilidade de armazenamento, uma vez que o tempo pós-colheita pode variar de 20 a 30 dias, de acordo com as condições de estocagem, e até 60 dias para a moranga, sendo opções para rotação de cultura. Vale salientar que durante o período pós-colheita pode haver perda de massa fresca quanto maior for o tempo de armazenamento.

A rentabilidade também sofre influência do manejo adotado na cultura, como o tipo de irrigação e os preços podem sofrer com a oferta maior que a demanda. Contudo, a demanda tem aumentado devido às propriedades nutricionais dos frutos.

ARTIGOS RELACIONADOS

Como evitar desperdícios pós-colheita?

No cenário de hortifrúti, é de suma importância que no período de colheita os profissionais do agro estejam atentos ao processo de maturação das frutas, verduras e legumes, assim como aos atributos dos alimentos que serão colhidos, já que cada um possui características específicas, por meio das quais é possível detectar se realmente estão prontos para serem apanhados na lavoura e encaminhados ao processo de pós-colheita.

Cultivo protegido é estratégia para maior produtividade

  Silvio Calazans Engenheiro agrônomo e consultor em alface americana silviocalazans@bol.com.br   Entre as vantagens do cultivo protegido destaca-se o aumento de produtividade e qualidade (sanidade e aspecto) das...

Pragas que atacam a lavoura de milho

A produção de milho no Brasil para a safra 2020/21 teve uma redução de 16,4% em relação à ...

Cultivo em canaletas com fibras de coco reduz fungos na hidroponia

As canaletas surgem como uma opção de produção em sistema semi-hidropônico, e suas vantagens se agregam às do substrato de fibra de coco. Com...

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
Falha na pontuação do usuário captcha. Por favor, entre em contato conosco!