Autoria:
Veridiana Zocoler de Mendonça – Doutora em Agronomia – UNESP FCA –veridianazm@yahoo.com.br
Aline Mendes de Sousa Gouveia – Doutora em Agronomia/Horticultura UNESP FCA e professora do curso de Agronomia e Ciências Biológicas – UniFio (Centro Universitário das Faculdades Integradas de Ourinhos) alinemendesgouveia@gmail.com
A abobrinha apresenta-se no cenário brasileiro como uma das dez principais cucurbitáceas de maior valor econômico, sendo também considerada uma fonte alternativa de produção para os agricultores, já que nas regiões norte, nordeste e em grande parte das regiões sudeste e centro-oeste pode ser cultivada em qualquer época do ano.
Segundo estimativa da FAO (2019), a produção mundial total de abóboras e abobrinhas (juntas), no ano de 2017, foi de 24,6 milhões de toneladas em uma área colhida de 1,78 milhão de hectares, com uma produtividade média de 13,82 t ha-1.
A abóbora tem China, Índia, Rússia, Irã e Estados Unidos como os cinco maiores produtores mundiais (FAO, 2013). No Brasil, os Estados de Minas Gerais, Goiás, São Paulo, Bahia, Paraná e Santa Catarina são os principais produtores correspondendo a mais de 80% do total comercializado nas Ceasas (Conab-Prohort).
A área plantada gira em torno de 3.700 hectares e a produção em cerca de 60 mil kg, no Estado de São Paulo. A colheita ocorre o ano todo no país. A demanda é restrita ao mercado interno com pico no inverno, sendo a região nordeste a maior consumidora de abóboras.
O Brasil ocupa o 52º lugar da produção mundial de cucurbitáceas. Os Estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraná e Goiás são os principais produtores, correspondendo a mais de 90% do total comercializado nas Ceasas (Conab-Prohort). Porém, também há produção no Nordeste e Distrito Federal.
Os significativos avanços na produção de cucurbitáceas devem-se ao emprego de cultivares melhor adaptadas a diferentes condições de cultivo e a modernas técnicas utilizadas atualmente no processo de produção.
Oferta x demanda
Há diversas variedades de abóboras e em São Paulo a mais comum é a ‘menina brasileira’, depois a ‘abóbora paulista’. Além das abóboras citadas, a japonesa (cabotiá) é muito cultivada no Brasil, tal qual a moranga. Em São Paulo, no ano de 2015 a área cultivada com abóbora foi de 3.488 ha e produção de 60.069 t. Em 2016 a área cultivada foi de 3.725 ha com produção de 61,9 toneladas, apresentando crescente expansão.
A cultura suporta alta amplitude térmica e é possível produzir durante o ano todo. Porém, o clima ideal é quente e úmido, com temperaturas médias de 25°C. É importante que o plantio e a fase de desenvolvimento não coincidam com temperatura e umidade baixas, o que diminuiria a produtividade, além de prolongar o ciclo para algumas variedades. Chuvas concentradas podem causar abortamentos no período de florada e prejudicar a qualidade.
Custo x rentabilidade
A cultura costuma ser rentável ao produtor, já que o cultivo não tem custo elevado, além da possibilidade de cultivo em rotação de culturas, principalmente com tomate. Por apresentar ciclo de desenvolvimento de 40 a 50 dias, é uma opção de renda em curto prazo.
A colheita é a etapa de cultivo que pode ser considerada de maior custo, por demandar mão de obra, uma vez que a colheita é pontual, de frutos colhidos com 20 a 25 cm.
De ciclos relativamente curtos (colheita de 80 a 90 dias para a abóbora cabotiá, moranga e paulista e de 120 a 150 dias para a maranhão), as abóboras podem alcançar boa rentabilidade por ter retorno rápido, além da possibilidade de armazenamento, uma vez que o tempo pós-colheita pode variar de 20 a 30 dias, de acordo com as condições de estocagem, e até 60 dias para a moranga, sendo opções para rotação de cultura. Vale salientar que durante o período pós-colheita pode haver perda de massa fresca quanto maior for o tempo de armazenamento.
A rentabilidade também sofre influência do manejo adotado na cultura, como o tipo de irrigação e os preços podem sofrer com a oferta maior que a demanda. Contudo, a demanda tem aumentado devido às propriedades nutricionais dos frutos.