19.6 C
Uberlândia
sábado, maio 4, 2024
- Publicidade -
InícioDestaquesÁcidos húmicos: biorremediação favorece cultivo de chuchu

Ácidos húmicos: biorremediação favorece cultivo de chuchu

Descubra os segredos por trás da produção do chuchu! Conheça mais sobre essa planta incrível e como os ácidos húmicos podem impulsionar sua produtividade

Foto: Schutterstock

Fernando Simoni Bacilieri
Doutor em Produção Vegetal e professor – Universidade Unopar
ferbacilieri@zipmail.com.br
Rayssa Camargo de Oliveira
Doutora em Fitotecnia e professora – Instituto Federal do Triângulo Mineiro (IFTM)
rayssaoliveira@iftm.edu.br
Roberta Camargos de Oliveira
Doutora em Fitotecnia e professora – Instituto Federal Goiano (IFGoiano)
roberta.camargos@ifgoiano.edu.br

O chuchuzeiro (Schedule edule) é uma planta herbácea de ramas longas, com um fruto fonte de vitaminas, sais minerais e aminoácidos livres, de bom valor energético e excelente qualidade em fibra.

Estima-se que a produção de chuchu no Brasil chega a 5.000 hectares, tendo como principais produtores os estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia e Minas Gerais.

Produtividade

A produtividade depende da duração da colheita. Em culturas renovadas anualmente, a média está em tomo de 80 toneladas por hectare, para um período de cinco a seis meses de colheita, como acontece nos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro.

Nas regiões de inverno ameno, onde as colheitas podem prolongar-se por oito a dez meses, como no Distrito Federal, a produtividade pode alcançar até 150 toneladas por hectare.

Fitossanidade

Algumas doenças causadas por fungos, como a antracnose, oídio e a mancha da folha, além de pragas, como percevejos, vaquinha, pulgões, lagartas e ácaros, podem ser problemas nas plantações de chuchu.

Tradicionalmente, o cultivo do chuchu é conduzido sem o uso de agrotóxicos, em decorrência do pequeno dano que as doenças causam nessa espécie e também pela dificuldade de pulverização, devido ao sistema de condução em espaldeira ou latada.

Uma questão relevante no controle de pragas e doenças no chuchuzeiro é o fato de haver poucos produtos devidamente registrados para a cultura. Para ser usado na agricultura, todo agrotóxico deve ser registrado para a cultura e para a praga-alvo.

A utilização indevida pode causar muitos malefícios ao homem, aos animais silvestres, ao solo e à água. Dependendo das condições climáticas no momento da aplicação destes produtos, apenas uma pequena porcentagem atingirá efetivamente o alvo, passando o restante a ser considerado um xenobiótico com alto potencial de acúmulos em determinados ecossistemas.

O solo reage lentamente às ações dos agentes externos, muitas vezes esconde o iminente perigo de substâncias e elementos nocivos.

Recuperação do perfil

Como alternativa para recuperação dos solos surge a biorremediação, que nada mais é que um conjunto de técnicas de descontaminação da terra, feitas com a ajuda de organismos vivos que quebram toxinas.

Esses microrganismos são capazes de degradar poluentes, transformando-os em substâncias inertes. A biorremediação de solos é uma biotecnologia que vem sendo amplamente utilizada em outros países nos últimos anos e, além de ser mais eficaz, apresenta menor custo.

Tais fatores tornaram a prática viável para a agricultura em escala comercial, tanto para o tratamento de resíduos quanto para a recuperação de áreas contaminadas.

Como fazer

A biorremediação pode ser feita de várias formas, como a fitorremediação, a bioventilação e a bioestimulação, por exemplo. A técnica mais adequada depende de fatores como o estado de contaminação, o agente poluente, o tipo de solo e muito mais.

No caso da bioestimulação, a atividade dos microrganismos é estimulada por meio da adição de nutrientes orgânicos e inorgânicos aplicados no local degrado e nesse contexto as substâncias húmicas podem ser uma alternativa.

Foto: Shutterstock

As substâncias húmicas são compostos orgânicos oriundos da decomposição de resíduos vegetais e animais do ambiente constituintes naturais da matéria orgânica dos solos e dos sedimentos. Podem melhorar as propriedades físicas, químicas e biológicas do solo e influenciar o metabolismo vegetal.

Composição

As frações mais importantes com relação à reatividade são os ácidos húmicos e fúlvicos. Os primeiros são a maior fração das substâncias húmicas – tratam-se de precipitados escuros, solúveis em ácidos minerais e solventes orgânicos.

Têm elevado peso molecular, capacidade de troca de cátions entre 300 e 500 meq 100 g-1, com origem na lignina. Possuem alto teor de ácidos carboxílicos e significativas quantidades de nitrogênio.

Os ácidos húmicos podem atuar na proteção de efeitos tóxicos para as plantas, promovidos pela ação de pesticidas. Essa proteção é decorrente da presença de uma rede de cargas negativas em sua estrutura capaz de reagir com os agroquímicos e permitir que em alguns casos eles sejam totalmente removidos do ambiente.

Também podem atuar como substrato para microrganismos se multiplicarem e acelerarem a biodegradação dos agroquímicos.

A indústria de fertilizantes formula fertilizantes com ácidos húmicos de concentração variadas, muitas vezes classificados como condicionadores de solos ou fertilizantes organominerais, pela extração de substâncias húmicas presentes em turfa, leonardita e subprodutos da indústria de papel e celulose. 

Para o chuchuzeiro

No cultivo de chuchu, os ácidos húmicos podem ser utilizados via solo (drench ou fertirrigação) e também por aplicações foliares. Os benefícios da aplicação via solo incluem a disponibilização de nutrientes, o maior crescimento de raiz e a neutralização de sais.

Via foliar, aumenta a absorção de nutrientes, a translocação de defensivos, a concentração de clorofila, favorece a resistência a estresses e o crescimento das plantas. A escolha e aplicação desses produtos deve ser criteriosa e seguir as recomendações dos fabricantes.

ARTIGOS RELACIONADOS

Extratos naturais – As pragas que se cuidem

A produção orgânica de alimentos vem crescendo em nosso País, assim como em todo o planeta. Em 2016, de acordo com o Ministério de Agricultura e Abastecimento (MAPA), o número de unidades produtivas no Brasil aumentou cerca de 30%, relativo a 2015. Os registros de cadastro do Mapa mostram (ao final de dezembro de 2017) 17.251 produtores orgânicos certificados em nosso País.

Do amor à terra vem o sucesso

Sérgio Ricardo Donófrio é agricultor e proprietário da Calusne Farms, empresa agrícola localizada em Campinas (SP) que cultiva alfaces especiais, ervas finas, brotos, mini folhas, flores comestíveis e outras especialidades para a fina culinária brasileira. Entre as delícias que nascem por lá estão as alfaces frillice verde e roxa, chicória frisée, lollo rossa roxa e verde, mini romana e radicchio, todas elas comercializadas já higienizadas.

Manejo nutricional do chuchuzeiro

Originário da América Central, sobretudo do México, no qual era cultivado pelos astecas, o chuchuzeiro (Sechium edule (Jacq.) Swartz), família Cucurbitaceae, teve seu cultivo disseminado para diversas regiões do planeta, estando presente nos cultivos de vários países (Domingues et al., 2011).

Novas técnicas de cultivo do pepino

O pepino (Cucumis sativus L.) é uma planta da família Cucurbitaceae, assim como a abóbora, o melão, a melancia, o maxixe e o chuchu, entre outras. Os principais países produtores de pepino no mundo são a China, seguido pela Turquia, Irã, e Estados Unidos. Todavia, quando são consideradas as maiores produtividades os três países principais são a Holanda, Reino Unido e Bélgica, devido ao alto nível tecnológico empregado na cultura.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
Falha na pontuação do usuário captcha. Por favor, entre em contato conosco!