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Adjuvantes atuam na proteção dos defensivos

 

Carlos Gilberto Raetano

Doutor e professor – FCA/UNESP ” Campus de Botucatu

raetano@fca.unesp.br

Diego Miranda de Souza

Doutorando em Proteção de Plantas ” FCA/UNESP -Botucatu

Matheus MerebNegrisoli

Mestrando em Proteção de Plantas ” FCA/UNESP ” Botucatu

 

Crédito Shutterstock
Crédito Shutterstock

Na agricultura moderna, diversas tecnologias vêm sendo empregadas de modo a promover uma melhor produtividade das culturas, de modo sustentável e de acordo com a necessidade global de aumento na produção de alimentos. Dentre essas tecnologias, o uso de adjuvantes tem ganhado cada vez mais mercado, sustentado pelos diversos benefícios que são promovidos principalmente na otimização da tecnologia de aplicação de produtos fitossanitários para o controle de diversas pragas, doenças e plantas daninhas.

Adjuvantes são substâncias adicionadas a formulações de defensivos agrícolas ou à calda de pulverização com a finalidade de promover melhor eficiência, facilitar a aplicação e diminuir riscos, alterando as características físicas da calda e otimizando a ação do agente químico. Portanto, o uso do adjuvante está diretamente ligado à necessidade de otimização da tecnologia de aplicação.

Sua tecnologia é capaz de suprir necessidades como a melhoria da solubilização de produtos na calda, redução na formação de espumas, maior estabilidade do defensivo, melhor espalhamento na superfície foliar, prolongamento da vida útil e alteração do tamanho de gota.

Com isso, diversos benefícios são incorporados ao sistema, melhorando a deposição, cobertura e penetração da pulverização no dossel da cultura e diminuindo a perda do produto por deriva, dessa forma propiciando melhor eficiência na aplicação.

Adjuvantes e suas particularidades

A maioria dos adjuvantes presentes no mercado brasileiro são surfactantes (adjuvantes especiais), seguido pelo uso dos óleos de origem mineral e vegetal. Contudo, os adjuvantes agrícolas podem ser divididos em dois grandes grupos: aqueles que agem como ativadores e modificadores, como os redutores de tensão superficial, adesionantes e espalhantes; e os que agem somente como modificadores de propriedades físicas da calda, representados pelos redutores de deriva, dispersantes e redutores de pH.

 Adjuvantes promovem melhor eficiência na pulverização - Crédito Shutterstock
Adjuvantes promovem melhor eficiência na pulverização – Crédito Shutterstock

Ação

Os adjuvantes ativadores e modificadores têm ação direta na atividade do defensivo agrícola, principalmente por promoverem maior taxa de absorção da calda pulverizada. Os principais exemplos desse grupo são os óleos vegetais e minerais, óleos metilados e derivados de silicone, fertilizantes nitrogenados e os surfactantes.

Já os adjuvantes modificadores de propriedade física da calda não irão atuar diretamente na eficiência do agente químico, tendo função de auxiliar no processo de pulverização e na tecnologia de aplicação. Como exemplo há os adjuvantes redutores de deriva, pH e espuma, fotoprotetores, umectantes e corantes.

Óleo mineral e vegetal

Os óleos possuem uma série de funcionalidades. Podem ser utilizados como diluentes nas aplicações, especialmente em aeronaves; em outros casos, são posicionados como um produto fitossanitário inseticida. Contudo, como adjuvante o óleo é adicionado à calda fitossanitária principalmente pela afinidade que possui com a cutícula presente na superfície da folha.

Essa característica pode incrementar o efeito biológico do produto sobre o alvo desejado. Os óleos são normalmente classificados quanto à sua origem vegetal ou mineral.

O óleo vegetal usualmente é obtido a partir dos grãos de plantas oleaginosas por esmagamento, porém, o óleo bruto possui impurezas, as quais devem ser eliminadas por processos físicos e/ou químicos. Em razão do próprio processo de fabricação, são acrescentadas substâncias emulsificantes, que no momento do preparo da calda facilitam sua completa homogeneização, e por isso podem ser denominados óleos emulsionáveis.

Se o produto não chegar ao alvo, a doença pode se manifestar na lavoura - Crédito Shutterstock
Se o produto não chegar ao alvo, a doença pode se manifestar na lavoura – Crédito Shutterstock

O óleo mineral é proveniente da destilação do petróleo, e na sua composição química estão presentes hidrocarbonetos, os quais, em razão de sua forma, podem incrementar a permeabilidade da membrana vegetal e causar fitotoxicidez.

Especialmente quando utilizado como adjuvante agrícola, é comum que as empresas fabricantes acrescentem substâncias surfactantes ao produto comercial. Assim, alterações podem ocorrer nas características físico-químicas da calda, essencialmente na tensão superficial.

A adição do surfactante ao óleo promove um maior espalhamento do líquido sobre a superfície aplicada, contudo, a quantidade e qualidade do surfactante acrescentado pode abrandar tal efeito.

Surfactantes

Um dos inconvenientes de utilizar a água como veículo de aplicação é a sua elevada tensão superficial. Devido à presença das forças de ligação entre as moléculas da superfície do líquido, a gota pulverizada tende a permanecer na forma esférica mesmo após o contato com o alvo. Esta propriedade da água compromete a distribuição da calda fitossanitária sobre a superfície.

Uma forma de contornar essa limitação é pela adição de um surfactante. Estas substâncias possuem a capacidade que reduzir a tensão superficial da água e promover o espalhamento da gota sobre o alvo.

Se o produto não chegar ao alvo, a doença pode se manifestar na lavoura - Crédito Shutterstock
Se o produto não chegar ao alvo, a doença pode se manifestar na lavoura – Crédito Shutterstock

A capacidade dos surfactantes de promover o espalhamento da calda sobre a superfície do alvo possui uma vasta aplicabilidade no controle fitossanitário. A adição destas substâncias à calda pode incrementar o contato direto do produto biologicamente ativo com o agente causador de dano, incrementando a eficiência de controle.

Por outro lado, sob o ponto de vista das pulverizações que utilizam alto volume até a capacidade máxima de retenção das folhas, a adição de um surfactante pode incrementar o escorrimento da calda para o solo, impulsionando perdas na aplicação.

 

Essa matéria completa você encontra na edição de fevereiro 2018 da revista Campo & Negócios Grãos. Adquira já a sua para leitura integral.

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