Autor
Leandro Pereira dos Santos
Graduando em Engenharia Agronômica e coordenador de Gestão de Pessoas do G-FERT – Grupo de Apoio à Pesquisa e Extensão em Fertilidade do Solo – Universidade Federal de São João Del-Rei (UFSJ)
gfert@ufsj.edu.br
Existem várias classes de adjuvantes, e cada uma pode ter uma recomendação específica, conforme a necessidade e característica da aplicação. Desta forma, há várias formas de os adjuvantes melhorarem a qualidade da aplicação.
Teoria x prática
Na prática, nem sempre o produtor dispõe de uma fonte de água que apresente todas as características recomendadas para o preparo da calda de pulverização. Porém, sabe-se que a qualidade da água, principalmente no que se refere ao teor de sais, e o pH, influenciam na eficiência e na qualidade da pulverização do produto, seja ele fungicida, inseticida ou herbicida.
O pH da água pode alterar negativamente as características físico-químicas, imobilizando os princípios ativos dos produtos e reduzindo seu poder de ação nas plantas.
Recomendações
Com a análise da qualidade da água é possível identificação da faixa de pH e a dureza da fonte de água da propriedade. A dureza da água é um indicador da concentração de carbonatos, bicarbonatos, cloretos e sulfatos presentes na água, que, por sua vez, em altos níveis pode interferir na a eficiência dos produtos químicos, principalmente nos herbicidas.
Com isso, o produtor, ao preparar a calda de pulverização, deve observar no rótulo do produto o nível de pH e dureza da água indicado para aquele produto.
Adjuvantes como solução
Os adjuvantes são soluções tecnológicas capazes de corrigir e reduzir os efeitos negativos do pH e da dureza da água, além de melhorar a compatibilidade das misturas, modificar as propriedades de superfície dos líquidos (reduzindo a deriva ou expandindo e espalhando as gotas que atingem o alvo), e ainda são capazes de melhorar a absorção do ativo, devido à sua ação direta sobre a cutícula.
Desse modo, os adjuvantes são ferramentas importantes para se obter o máximo de eficiência agronômica dos defensivos agrícolas.
Fique atento à compatibilidade
Outro importante fator que influencia diretamente a eficiência de aplicação é a compatibilidade de produtos – ao realizar a mistura de tanque, muito vezes os produtores mesclam produtos que não apresentam compatibilidade física, resultando em eventos com precipitação, separação e floculação da calda de aplicação, que culminam na baixa eficácia e obstrução de filtros e pontas de pulverização (Queiroz; Martins; Cunha, 2012).
Os adjuvantes nada mais são do que substâncias ou compostos sem propriedade fitossanitária, que são misturados à calda de pulverização a fim de elevar a eficácia ou modificar determinadas propriedades da solução, visando facilitar a aplicação ou minimizar possíveis problemas – significa um ingrediente que melhora as propriedades físicas de uma mistura.
Estes adjuvantes podem desempenhar várias funções distintas (Kissmann, 1997).
Cuidados no manejo
A utilização de adjuvantes agrícolas, apesar de não precisar de receituário agronômico, deve contar com o acompanhamento de um engenheiro agrônomo, dado que esse profissional é capacitado para interpretar as informações contidas na análise química da água e nos rótulos dos produtos, bem como instruir sobre a compatibilidade de produtos, definir doses e modos de aplicação, ou seja, realizar o correto emprego da tecnologia de aplicação, respeitando as particularidades de cada produtor e dos sistemas agrícolas de produção.
OLHO
“Os adjuvantes são capazes de melhorar a absorção do ativo, devido à sua ação direta sobre a cutícula”