28.6 C
Uberlândia
sábado, setembro 7, 2024
- Publicidade -spot_img
InícioNotíciasAgro 4.0: tendências tecnológicas impulsionam setor

Agro 4.0: tendências tecnológicas impulsionam setor

Embrapa projeta digitalização do agronegócio até 2030 (Foto: ThisisEngineering RAEng/Unsplash)

O agronegócio representa em torno de 25% do Produto Interno Bruto (PIB) e 50% das exportações do Brasil. O desenvolvimento agrário impacta diretamente na riqueza da nação o que leva empresários do setor e investidores a traçarem tendências tecnológicas capazes de impulsionar ganhos.

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) realizou um estudo de megatendências para o agronegócio para os próximos dez anos. Denominado “Visão 2030: o futuro da agricultura brasileira”, o levantamento elenca pontos como mudanças climáticas, espaciais e socioeconômicas, a necessidade de agregar valor às cadeias produtivas para agradar ao consumidor cada vez mais exigente e a gestão para a redução dos riscos que geram perda anual de R$ 11 bilhões – o que equivale a 1% do PIB da agricultura nacional. 

A pesquisa ressalta a importância do conhecimento e da prática de estratégias tecnológicas no setor. A necessidade foi confirmada por outra investigação da Embrapa, desta vez em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), que entrevistou 753 produtores sobre tecnologia e agronegócio.

Cerca de 84% dos produtores responderam que já utilizam ao menos uma tecnologia no processo de produção; 70% usam internet e tecnologia em atividades relacionadas à produção rural e 57,5% recorrem às mídias sociais para divulgar dados ou produtos. O uso da tecnologia é o ponto de partida para alcançar a meta de digitalizar o agronegócio até 2030.

Futuro tecnológico do agronegócio

A pesquisa da Embrapa e do Sebrae projeta que a fazenda do futuro será norteada pela otimização do uso de recursos e insumos, por meio de sistemas ciber-físicos, transversais e interdisciplinares. A inovação vai demandar monitoramento e automatização, com instalação de sensores ligados à internet, que vão gerar grande volume de dados. Eles serão filtrados e armazenados em nuvem para serem analisados por inteligência artificial.

O Agro 4.0 dependerá de tecnologia em todas as etapas. Durante a pré-produção, espera-se aplicar inovações no melhoramento genético, na biotecnologia e na bioinformática. Na produção, serão alvo de atualização a agricultura de precisão e equipamentos diversos. Já na pós-produção, a tecnologia tende a gerar melhorias na logística, no transporte e no armazenamento.

Em todas as etapas, aplicativos para diversas finalidades como previsão do tempo, identificação de pragas, gerenciamento da produção, contratação de serviços privados de satélites e drones, instalação de sensores terrestres, GPS, sistemas de informações geográficas (SIG) serão importantes para o planejamento.

A telemetria também é outra peça relevante nesse contexto, afinal permite a medição remota e a comunicação de informações entre sistemas, por meio de dispositivos sem fio – como ondas de rádio ou sinais de satélite. Os equipamentos podem ser acessados à distância por meio de tecnologias de comunicação, o que facilita o monitoramento de geradores, por exemplo, que dão suporte ao abastecimento no meio rural.

A tendência é de aumento de demanda por especialistas nessas áreas e da necessidade de acesso às tecnologias desenvolvidas que podem ser aplicadas no campo. Governo, cooperativas, associações, sindicatos, startups e universidades devem auxiliar neste processo.

Desafios para digitalizar

As entrevistas feitas pela Embrapa e pelo Sebrae apontaram ao menos três desafios para as propriedades rurais conseguirem instalar e se beneficiar de melhorias tecnológicas.

O primeiro é o valor dos serviços. Até o momento, o custo de equipamentos e de dispositivos ainda é elevado. Se mais empresas competirem por esse mercado, os preços tendem a se tornar mais acessíveis aos clientes. Além disso, instituições financeiras podem disponibilizar linhas de crédito ou financiamento para esse objetivo, cientes da necessidade do setor.

Outro desafio é estabelecer conexão de internet nas áreas rurais. Parece óbvio, mas ainda é uma queixa comum entre produtores e prestadores de serviço. A falta da conexão torna-se um entrave na implantação de outras etapas da digitalização. O terceiro ponto é divulgar informação e conhecimentos aos produtores sobre opções de tecnologia que podem trazer vantagens ao agronegócio. Ao entender os impactos que podem trazer à produtividade, o empresário pensa na digitalização não como custo, mas como investimento.

ARTIGOS RELACIONADOS

Como realizar a polinização na abóbora cabotiá

No Brasil, as espécies do grupo das cucurbitáceas têm grande importância econômica e social, por terem boa adaptação às condições edafoclimáticas e por fazerem parte da alimentação de várias regiões brasileiras.

Ampliação da área agrícola

O agronegócio é um dos motores da economia brasileira e já mostrou resiliência e sua importância ...

Gestão tecnológica da água será principal ferramenta do agronegócio

A gestão do uso da água será prioridade máxima e primordial na agenda dos produtores ..

Faturamento dos Cafés do Brasil totaliza R$ 38,6 bilhões

A receita bruta total estimada para os Cafés do Brasil, com base em pesquisa realizada ...

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
Falha na pontuação do usuário captcha. Por favor, entre em contato conosco!