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Rômulo Penna Scorza Junior
Pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste
Utilizar o agrotóxico da forma correta, seguindo as recomendações do rótulo, é um dos preceitos para que o produto seja usado da forma correta e, portanto, sustentável. Mas não é o único requisito.
É importante que o produtor e o técnico fiquem atentos a peculiaridades da propriedade, como não aplicar o agrotóxico próximo a recursos hídricos, tomar cuidado com lixiviação e, logicamente, aplicar o produto em horários mais adequados para evitar altas temperaturas.
Essencialidade
Os agrotóxicos são necessários, visto que precisamos garantir um patamar alto de produtividade, até porque devemos ter retorno econômico da atividade agrícola. É importante enfatizar que estamos em um país tropical, em que a dinâmica de pragas, doenças e plantas daninhas é diferente dos países temperados. Por isso, vale dizer que sua utilização envolve alguns riscos associados. A própria palavra “agrotóxico“ é para dar uma conotação de risco à sua utilização, e precisamos estar cientes dos riscos, sobretudo os relacionados à questão ambiental.
Os riscos ambientais associados a esses agrotóxicos são diferentes. Por isso, é preciso saber qual agrotóxico está sendo usado; qual o maior risco associado a ele, por exemplo, se é contaminação de água, volatilização e/ou contaminação de resíduo no solo; entre outros.
O comportamento ambiental de agrotóxicos
Quando os agrotóxicos são aplicados na cultura, grande parte deles fica retida na planta e parte vai para o solo ” muitos deles são, inclusive, aplicados diretamente no solo. Após aplicá-los, eles estão sujeitos a diferentes processos que podem ocorrer naquele ambiente. Por exemplo, os agrotóxicos podem ser transportados juntamente com a água da chuva; sofrer processo de escoamento superficial e contaminar, por exemplo, a água superficial; e volatilizar, que é passar da fase líquida para a gasosa e ficar na atmosfera.
Por outro lado, eles também são degradados por organismos no solo ou por degradação química e podem ficar retidos no próprio solo. Nota-se que há vários processos que ocorrem após a aplicação desses produtos, e o estudo deles é chamado de comportamento ambiental de agrotóxicos.
A escolha de um agrotóxico feita pelo agricultor ou pelo seu técnico está muito relacionada (e tem que ser assim) Ã eficiência, logicamente, ao custo, Ã seletividade a inimigos naturais e ao comportamento ambiental dos agrotóxicos.
Acreditamos que o produtor pode, sim, colocar esse último componente, já que existem agrotóxicos com a mesma eficiência, custos semelhantes e comportamento ambiental completamente diferente.
Uso sustentável
É importante ressaltar que, quando esses agrotóxicos são registrados no Brasil, são realizados vários testes relacionados à eficiência e ao comportamento ambiental, justamente para caracterizá-lo quanto à periculosidade ambiental.
Mas há outro componente, chamado “exposição“: quando a recomendação de uso não é obedecida, as pessoas e o meio ambiente podem ficar expostos a altas concentrações daquele produto.
Como se garante, então, o uso sustentável? Usando o produto da forma correta, conforme recomendação do rótulo, e ficando atento às peculiaridades de sua propriedade, como não aplicar o agrotóxico próximo a recursos hídricos, tomar cuidado com lixiviação eaplicar o produto em horários mais adequados para evitar altas temperaturas.
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