29.6 C
Uberlândia
sexta-feira, abril 26, 2024
- Publicidade -
InícioArtigosHortifrútiAlerta: Patógenos de solo na batateira

Alerta: Patógenos de solo na batateira

Autores

Maria Idaline Pessoa Cavalcanti
Engenheira agrônoma e Doutoranda em Ciência do Solo – Universidade Federal da Paraíba (UFPB) idalinepessoa@hotmail.com
José Celson Braga Fernandes
Engenheiro agrônomo, doutorando em Biocombustíveis UFU/UFVJM e Fundador da Agro+
celsonbraga@yahoo.com.br

A batateira é acometida por diversas doenças, sendo aquelas causadas por patógenos de solo as mais difíceis de serem manejadas. Entre elas, o cancro de rhizoctonia, ou rizoctoniose, causada pelo fungo de solo Rhizoctonia solani, está entre as mais comuns e que causam maiores prejuízos à lavoura.

Este patógeno ocorre com frequência nas principais regiões produtoras de batata do mundo. Sua presença é mais comum em solos cultivados intensivamente e onde não se pratica a rotação de culturas com espécies não hospedeiras (Souza-Dias e Iamauti, 2005).

Sintomas

 Como principais sintomas, tem-se a clorose e o enrolamento das folhas, normalmente mais severos na parte apical da planta, podendo confundir com os sintomas do vírus do enrolamento das folhas (PLRV). Outros sintomas reflexos são a formação de tubérculos aéreos, enfezamento geral da planta e murcha (Frank, 1990; Souza-Dias e Iamauti, 2005, Wale et al., 2008).

Em algumas cultivares, pode ocorrer pigmentação de cor púrpura nas folhas, devido ao acúmulo de antocianina (Souza-Dias; Iamauti, 2005), sendo que este tipo de sintoma também pode ser causado pelo ataque de fitoplasma (Wale et al., 2008).

Regiões mais afetadas

Devido à alta severidade do patógeno, ele pode atacar todos os órgãos da planta, inclusive sua parte aérea, quando em condições de alta umidade do ar. Entretanto, o ataque é mais comum nos órgãos subterrâneos da planta ou naqueles próximos ao solo.

Quando o fungo ataca as brotações do tubérculo, pode causar o retardamento da emergência e/ou morte dos brotos; resultando em menor estande, desenvolvimento irregular das plantas e consequente redução na produção. Os brotos atacados podem emergir, apresentar cancros, que podem crescer, levando-o à morte (Wale et al., 2008; Zambolim et al, 2011).

 Nos tubérculos, este pode apresentar uma crosta preta, também chamada de mancha asfalto, que é resultante da formação de escleródios do patógeno na sua superfície. Tubérculos infectados podem ainda apresentar sintomas de rachaduras, malformação e necrose (Frank, 1990; SOUZA-DIAS E Iamauti, 2005; Wale et al., 2008).

Formas de controle

Por se tratar de doença causada por patógeno de solo e não existirem variedades de batata resistentes, seu controle deve ser feito preferencialmente de modo preventivo. O controle de rizoctoniose em batata é muito difícil, pois o patógeno sobrevive no solo, em tubérculos e restos culturais sob a forma de hifas ou escleródios, possui ampla gama de plantas hospedeiras, elevada agressividade e grande diversidade genética (Tsror, 2010; Muzhinji et al., 2015).

Além disso, cultivares de batata com níveis aceitáveis de resistência à doença não são disponíveis (Tsror 2010) e a eficácia dos fungicidas disponíveis é variável (Campion et al., 2003; Lehtonen et al., 2008; Özer; Bayraktar, 2015)

São recomendados o plantio em áreas isentas do patógeno ou sem histórico de ocorrência do mesmo, a rotação de cultura, o enterrio ou destruição de restos de cultura e o plantio raso (para favorecer a rápida emergência dos brotos).

Como o patógeno é transmitido pelo tubérculo-semente, recomenda-se o uso de sementes sadias ou o seu tratamento com fungicidas (Frank, 1990; Nazareno; Jaccould FilHO, 2003; Souza-DiaS; Iamauti, 2005, Zambolin et al., 2011). Entretanto, o uso de semente sadia ou tratada não será eficiente se o plantio for feito em solo infestado (Nazareno; Jaccoud Filho, 2003, Frank, 1990).

Fique atento

No Ministério da Agricultura existem dez fungicidas registrados para o controle da doença. Entretanto, o controle químico desta doença nem sempre é viável técnica e/ou economicamente (Zambolim et al., 2011).

Produtos químicos para o controle de doenças de plantas ainda são muito utilizados. No entanto, a sua limitação quanto à eficiência e à quantidade a ser utilizada para essa finalidade dificulta o controle. Isso porque a maioria dos produtos são eficientes apenas quando aplicados de forma preventiva.

Além disso, produtos químicos, pelo seu alto poder residual, podem causar danos ambientais, podendo contaminar os solos e mananciais hídricos (Michereff et al., 2005).

Os óleos essenciais atualmente apresentam uma grande importância devido a atividade antifúngica que é atribuída aos seus componentes, como carvacrol, acetato alfa-terpineol, cimene, timol, pinene e linalol, dos quais a atividade antimicrobiana é bem conhecida (Andrés et al., 2012; El-Mohamedy, 2017). Na busca por medidas de controle mais eficientes, a obtenção de óleos essenciais pode representar uma potencial ferramenta de proteção fitossanitária.

ARTIGOS RELACIONADOS

A proteção certa para seu cultivo hidropônico

Cícero Leite Diretor da All Bright Agro Consultoria comercial@allbrightagro.com A cobertura tem função de proteção do ambiente contra algum dano causado por intempéries, como chuvas pesadas, ventos,...

Helicoverpa armigera devasta tomateiros

Cecilia Czepak Professora Titular da Escola de Agronomia/UFG - Atuação no Manejo Integrado de artrópodes pragas em cultivos de soja, milho, tomate, algodão e feijão. ceciczepak@yahoo.com.br   A H....

Pérola-da-terra pode colocar produção de uvas a perder

  Odimar Zanuzo Zanardi Pedro Takao Yamamoto Departamento de Entomologia e Acarologia - ESALQ/USP A pérola-da-terra é uma cochonilha subterrânea que ataca as raízes de plantas cultivadas e...

Fenacampo chega à 4ª edição

  A Fenacampo trouxe em sua programação o aumento das atividades   A Fenacampo, Feira de Agronegócios do Alto Paranaíba, evento realizado em sua 4ª edição entre...

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
Falha na pontuação do usuário captcha. Por favor, entre em contato conosco!