O alho-poró, também chamado de alho-porro ou alho-porró, é uma planta bienal, mas é geralmente cultivada como uma planta anual. A principal região produtora de é o cinturão verde de São Paulo, mais especificamente a região de Piedade (SP), que deve colher cerca de 700 toneladas nesse ano. O interesse dos produtores pela cultura vem crescendo e em apenas seis anos, quando começaram os primeiros plantios, a produção no município praticamente dobrou.
Outras regiões que têm investido em alho-poró são Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.
Oferta x demanda
A engenheira agrônoma da Agromaia/Fortmudas, localizada em Piedade, Bruna Büll Canalez de Oliveira, informa que o custo de produção do alho-poró está em torno de R$ 18 mil/ha. Quanto à margem de lucro, ela diz que varia conforme a negociação que o produtor faz com o seu cliente, resultando em um preço de venda entre R$ 6,00 e R$ 18,00 por maço, que tem, em média, uma dúzia de plantas. Por hectare, a produtividade média está em 4.200 maços.
“Desconsiderando os custos de investimento (sistema de irrigação, valor da terra, entre outros, que serão amortizados também em outros plantios posteriores, o retorno costuma se dar no próprio plantio“, calcula a agrônoma.
Condições favoráveis para o cultivo
O pseudocaule da planta é formado por camadas de bainhas de suas folhas, o qual é utilizado como alimento. O alho-poró desenvolve-se melhor em clima ameno, com temperaturas entre 15°C e 24°C, mas pode ser cultivado em clima mais quente se o solo for mantido bem úmido.
Necessita de luz solar direta ao menos por algumas horas diariamente e o pH do solo deve estar entre 6,0-6,5. O plantio deve ser feito com irrigação para que o solo seja mantido sempre úmido, porém, sem encharcar. Áreas com sombra também devem ser evitadas.
“O alho-poró é uma cultura bem rústica, porém, exige alguns cuidados que se iniciam com a escolha da semente e forma de semeadura. Alguns produtores fazem a semeadura em bandejas de isopor, outros em canteiros (sementeiras), mas o ideal mesmo é que seja semeado em bandeja de isopor ou de plástico, pois fica mais garantida a sanidade e qualidade das mudas a serem transplantadas“, ensina Bruna Büll.
A fase de mudas
Alberto Massao Shimoda, engenheiro agrônomo e coordenador de Agricultura da Diretoria Municipal de Agricultura de Piedade, detalha que as mudas são preparadas em bandejas de 288 células, com três ou quatro plantas. Leva-se em torno de três meses para transplantá-las, ou seja o primeiro transplante.
Ele explica que após o primeiro transplante deixa-se por dois a três meses para que a planta se desenvolva (porte maior), e então é feito o transplante para o local definitivo (retransplante), onde ela ficará por três meses.
Adubação
Antes do transplante e de acordo com análise de solo, Bruna Büll recomenda-se que se faça uma calagem, e 10 dias antes do transplante deve-se fazer a adubação de base, que é variável conforme o solo de cada produtor. Essa adubação pode conter adubo 04-14-08, composto orgânico e algo mais que o engenheiro agrônomo achar necessário.
Após a adubação, as mudas são transplantadas geralmente respeitando-se o espaçamento de 40 cm entrelinhas e 20 cm entre plantas e devem ficar com o pseudocaule quase que totalmente enterrado no solo, deixando somente a parte área de fora.
“No momento do transplante definitivo, é importante selecionar as mudas, descartando aquelas muito finas. Dessa forma o produtor terá uma lavoura bem uniforme. Ainda na fase de muda, pode-se cortar as folhas da muda para estimular as plantas a engrossarem e ficarem mais resistentes ao transplante“, expõe a agrônoma.
De acordo com o clima e com o desenvolvimento da lavoura, deve-se fazer a adubação de cobertura, que pode ser parcelada de quatro a seis etapas, e também se deve fazer as pulverizações necessárias para a prevenção de pragas e doenças.
Passo a passo
A produtividade depende do espaçamento empregado. Em Piedade os produtores costumam plantar em canteiros de 1,20 m de largura, com quatro fileiras, e entre as plantas entre 15 a 20 cm. “Em virtude do espaçamento, pode-se concluir a sua produtividade. Há produtores que utilizam canteiros de um metro, e neste caso plantam-se três fileiras, com o espaçamento entre plantas de 15 a 20 cm. Em relação às plantas retransplantadas (população), pode-se estimar uma perda máxima em torno de 2% em períodos mais amenos. No verão poderá haver perdas maiores, dependendo das condições climáticas“, avalia Alberto Shimoda.