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Antracnose provoca prejuízos na produção de pimentão

Foto: Caroline Pedroso

Andressa Souza de Oliveira
Engenheira agrônoma, mestranda em Fitopatologia e professora – Universidade Federal de Lavras (UFLA)
andressaagro71@gmail.com

A produção de pimentão (Capsicum annum L.) pode ser limitada por uma série de patógenos, sendo a antracnose um dos principais problemas enfrentados atualmente pelos produtores.

Causada por fungos do gênero Colletotrichum spp., tem se tornado uma crescente preocupação para os produtores, visto que o controle inadequado pode resultar em perdas de até 100% da produção total, impactando diretamente a economia.

As altas umidades, juntamente com longos períodos de molhamento foliar e o plantio de lavouras adensadas, favorecem a infecção do fungo. Isso leva à formação de lesões deprimidas e esporulação abundante de coloração parda avermelhada, que se estendem por todo o fruto, danificando-os completamente e tornando inviável a comercialização.

A incidência é menor em folhas e ramos contaminados; porém, caso os sintomas apareçam, são formadas pequenas lesões necróticas de formato circular alongado. Já nas mudas contaminadas, o sintoma principal é o tombamento das mesmas.

Cuidados

O controle do patógeno é dificultado caso sua identificação ocorra somente na fase de produção dos frutos e em condições favoráveis ao seu desenvolvimento. Uma série de fatores deve ser analisada para o controle eficiente, recomendando-se a integração de diversas técnicas de manejo.

A forma de controle mais eficaz é o uso de cultivares resistentes, que vem sendo estudadas para sua introdução no mercado brasileiro,  além da escolha de sementes e mudas certificadas, a rotação de culturas com plantas de famílias distintas e a eliminação de restos culturais e de plantas hospedeiras, além do uso de irrigação via gotejamento para evitar o molhamento foliar e a disseminação do patógeno para plantas sadias.

Controle químico

No que diz respeito ao controle químico, é importante optar pela rotação de princípios ativos para evitar o surgimento de novos isolados resistentes à doença. Para a prevenção, recomenda-se a aplicação de fungicidas protetores como oxicloreto de cobre, mancozeb ou chlorotalonil.

Caso a infestação na lavoura se intensifique, recomenda-se a aplicação de benomyl, fungicida sistêmico.

Apesar das diversas alternativas de controle, o monitoramento da lavoura junto ao manejo preventivo são as maneiras mais eficientes para prevenir a evolução da doença, minimizando custos e otimizando a produção.

Outra alternativa que tem se demonstrado eficiente na redução dos inóculos é o uso de palhada sobre o solo, substituindo o mulching, visto que este favorece a incidência do patógeno.

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