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Aplicar fungicidas com adequada tecnologia melhora eficiência

Ana Paula Antoniazzi

Engenheira agrônoma e mestranda em Produção Vegetal – Universidade Estadual do Centro-Oeste

Janaina Marek

Engenheira agrônoma, mestre e doutoranda em Produção Vegetal ” Universidade Estadual do Centro-Oeste

janainamarek@yahoo.com.br

Dione de Azevedo

Engenheiro agrônomo e consultor

Crédito Case IH
Crédito Case IH

O uso de fungicidas para o controle de doenças nos sistemas de produção agrícola é imprescindível para a obtenção de altos rendimentos. A utilização de fungicidas para o controle das doenças nas culturas de verão e de inverno é uma importante ferramenta entre as estratégias de controle de doenças, por ser mais rápido e eficiente.

As doenças que acometem a parte aérea, em especial as foliares, limitam a fotossíntese da planta, ao danificarem os tecidos vegetativos, causando, na maioria das vezes, a morte prematura das folhas. A menor área fotossinteticamente ativa culmina em menor translocação de fotoassimilados para o enchimento de grãos.

Nesta perspectiva, os fungicidas, que são produtos químicos, desempenham um papel muito importante no manejo das doenças. Esses produtos, quando aplicados nas plantas, conferem proteção contra a penetração e/ou posterior desenvolvimento dos patógenos nos tecidos vegetais.

 Os bicos e filtros certos podem fazer a diferença no resultado - Crédito Shutterstock
Os bicos e filtros certos podem fazer a diferença no resultado – Crédito Shutterstock

Alvo

O uso de fungicidas tem como alvo o controle de doenças causadas por fungos, porém, é importante destacar também que o controle de doenças em plantas deve unir todos os métodos disponíveis, ou seja, fazer parte do manejo integrado de doença, visando sempre diminuir o nível de inóculo inicial na cultura e assim também reduzir os custos com a aplicação de fungicidas, bem como minimizar as perdas e a contaminação do meio.

Entretanto, o sucesso do controle químico depende da quantidade de ingrediente ativo depositado no alvo biológico, fato decorrente do uso correto da adequada tecnologia de aplicação.

Com a utilização de fungicidas é possível proteger a lavoura durante todo o seu ciclo de desenvolvimento, desde a semeadura, com o tratamento de sementes, até a pré-colheita. No entanto, a ocorrência de doenças cada vez mais precocemente, atingindo várias fases da cultura, tem sido motivo de preocupação para o produtor, por aumentar o número de aplicações de fungicidas e, consequentemente, o custo de produção.

Os fungicidas desempenham um papel muito importante no manejo das doenças - Crédito Shutterstock
Os fungicidas desempenham um papel muito importante no manejo das doenças – Crédito Shutterstock

Técnicas ideais para pulverizar fungicidas

O sucesso do tratamento fitossanitário depende estreitamente da tecnologia de aplicação utilizada para que o produto atinja o alvo biológico. Além disso, o conhecimento dos fatores que podem influenciar a deposição e penetração de fungicidas no dossel das culturas, como a localização do alvo biológico e a arquitetura da planta, colabora no planejamento da adequada aplicação para potencializar o controle de doenças.

A deposição correta do produto no alvo garante maior eficiência do controle de doenças. Porém, esta eficiência depende do alvo e do produto aplicado. Fungicidas sistêmicos são eficazes mesmo em condições de menor cobertura em comparação aos fungicidas de contato, reforçando, portanto, a importância do adequado emprego da tecnologia de aplicação.

Fungicidas de contato x sistêmicos

ðFungicidas de contato: por não translocarem na planta, agem quando há contato, diretamente sobre as estruturas do fungo, antes ou após este ter encontrado o sítio de infecção. Neste caso, a desuniformidade de deposição pode implicar em baixa eficácia no controle das doenças. Por isso, quanto maior a superfície de contato do produto aplicado com a área alvo, melhor a cobertura de aplicação e mais eficiente será o controle.

Para isso, algumas estratégias podem ser utilizadas para melhorar a deposição do produto no alvo, como por exemplo, utilizar pontas que produzam gotas de menor tamanho, pois gotas mais finas e com maior densidade levam à maior eficácia de controle. Permitem, portanto, maior penetração do produto nas folhas do terço inferior da planta (em especial quando se trata de doenças que acometem as folhas do baixeiro), para serem efetivos no controle do patógeno, quando comparados aos sistêmicos.

O sucesso do controle químico depende da quantidade de ingrediente ativo depositado no alvo - Crédito Jacto
O sucesso do controle químico depende da quantidade de ingrediente ativo depositado no alvo – Crédito Jacto

ðFungicidas sistêmicos: por apresentarem alta mobilidade na planta, não são necessários níveis elevados de cobertura. Neste caso, pode ser usada uma ponta que produza gotas maiores, que tem por vantagem a redução de perdas de produto por deriva.

Os fungicidas sistêmicos são absorvidos pelas raízes ou folhas e translocados pelo sistema condutor da planta, proporcionando uma ação protetora mais prolongada. Além disso, tem-se os fungicidas protetores e residuais, que atuam na superfície da planta formando uma película protetora tóxica, quando aplicados via foliar nas culturas.

Outro fator importante é que os fungicidas sistêmicos são caracterizados por apresentarem translocação na planta no sentido acropetal (da base para a copa da planta), seguindo o fluxo de transpiração, com mínima chance de ocorrer o contrário. Por isso, a tecnologia de aplicação deve garantir eficiência de cobertura satisfatória nestes casos também.

Volume de calda

Nos últimos anos, a utilização de volumes de aplicação reduzidos vem sendo prática rotineira em muitas propriedades rurais. A redução das taxas de aplicação de fungicidas preconiza minimizar os custos operacionais e aumentar a capacidade operacional no campo, porém, para o sucesso desta prática faz-se necessário o emprego da adequada tecnologia de aplicação para que não haja perda na eficácia do controle da doença.

 

Essa matéria completa você encontra na edição de fevereiro 2018 da revista Campo & Negócios Grãos. Adquira já a sua para leitura integral.

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