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Ativos biológicos: controle da cigarrinha-do-milho

Foto: André Aguirre

Regina Maria Quintão Lana
Engenheira agrônoma, doutora em Solos e Nutrição de Plantas e professora – Universidade Federal de Uberlândia (UFU)
regina.lana@agror.eco.br
Higor da Silva Oliveira
Engenheiro agrônomo – UFU
higor.iftm@gmail.com

A cigarrinha-do-milho é um inseto com cerca de 0,5 cm, que em fase ninfal apresenta coloração amarelo-clara e manchas escuras no abdômen, e quando adulta tem a coloração parda e asas transparentes, que trazem um aspecto de cor branca.

Trabalhos indicam que a fêmea é capaz de colocar até 611 ovos durante a vida. A praga é migratória e pode ser carregada pelo vento por distâncias quilométricas, alcançando áreas onde nunca havia se instalado antes. Ela vem trazendo prejuízos em diferentes regiões do Brasil.

O inseto transmite uma molicute que são microorganismos patogênicos que sobrevivem na cultura do milho. A infecção dos moliculites ocorre nos estádios iniciais de desenvolvimento das plantas de milho, principalmente em V3 e V4. Assim invadindo sistemicamente e multiplicam-se nos tecidos do floema da planta de milho e são transmitidos de plantas doentes para plantas sadias, pela cigarrinha Dalbulus maidis (Hemiptera: Cicadellidae).

 Também são disseminados, de planta em planta, pela alimentação da cigarrinha,  que causa a doença conhecida como enfezamento do milho, capaz de provocar perdas de até 100% em algumas áreas. No ato da sucção, a bactéria é inoculada no vaso condutor de seiva elaborada e é rapidamente absorvida pela planta.

Tipos de enfezamentos:

  • Enfezamento-Pálido provocado por espiroplasma, causando:
  • Formação de estrias amarelas entre as nervuras da folha a partir da base;
  • Crescimento reduzido da planta (ananismo);
  • Amarelecimento generalizado ou apenas nas folhas apicais;
  • Enchimento incompleto das espigas: grãos pequenos, chochos ou  frouxos;
  • Multiespigamento;
  • Enfraquecimento do colmo e secamento precoce da planta.
  • Enfezamento-Vermelho provocado por fitoplasma, causando:
  • Se manifesta no florescimento e na fase de enchimento de grãos;
  • Avermelhamento generalizado da planta a partir das pontas e bordas das folhas até cobri-las por completo;
  • Secamento de folhas;
  • Perfilhamento nas espigas e na base das plantas de milho;
  • Multiespigamento;
  • Enchimento incompleto das espigas: grãos pequenos, chochos ou frouxos;
  • Encurtamento de internódios.

Manejo Integrado

Para reduzir e prevenir a manifestação da doença nas lavouras, é necessário manejar a cigarrinha-do-milho praticando o Manejo Integrado de Pragas (MIP).

Com um conjunto de diferentes estratégias, o MIP colabora para a redução de danos econômicos de forma sustentável e a longo prazo. O enfezamento é bastante impactante e a praga é migratória, assim o produtor precisa utilizar medidas preventivas .

O manejo biológico juntamente a outras práticas culturais tem trazido excelentes resultados e pode ser grande aliado para prevenir a ocorrência da cigarrinha do milho.

Uso de biológicos

Foto: André Aguirre

Uma das soluções que vem se destacando é o controle biológico baseado na utilização de dois fungos: O Beauveria bassiana e o Metarhizium anisopliae. Está sendo muito utilizado com uma alta eficiência, especialmente em condições de ambiente úmido. Os esporos do fungo penetram na cutícula do inseto, colonizando seus órgãos internos para se alimentar, causando a morte da praga. Esse processo ocorre entre 2 a 7 dias após a aplicação, dependendo das condições climáticas. Um guia recente mostrou que esses produtos que contêm estes fungos têm eficiência de 85% no controle de cigarrinhas.

O inseticida biológico Octane (Isaria fumosorosea) também é indicado para o manejo da cigarrinha-do-milho, pois tem uma ação prolongada no campo, com um bom residual, com mais chances de atingir insetos migradores, além de não causar resistência na praga.

É importante destacar que o uso de inseticidas biológicos em combinação com os químicos proporciona o efeito imediato de choque do controle químico e o efeito residual de controle com o biológico, ampliando a ação de manejo do inseto-vetor.

Uso do óleo Neem

O óleo Neem, contém um grupo variado de substâncias bioativas com alto efeito biológico. Entre estas substâncias estão azadiractina, meliantrol e salanina, além de vilasinina. O conjunto dessas substâncias e a ação específica de cada uma delas em separado produz diferentes efeitos sobre os insetos, como repelência, esterilidade, desorientação na oviposição, efeito letal, regulador do crescimento, entre outros.

Efeitos da azadiractina (óleo Neem):

  • Efeito antialimentar: A ação direta da Azadiractina torna impalatável aos insetos, que não podem se deslocar a grandes distâncias, acabam ingerindo as superfícies tratadas com o neem. As substâncias presentes causarão deformidades no sistema gástrico dos insetos, aumentando a flacidez dos tecidos e diminuindo o número de contrações, prejudicando por completo a absorção de nutrientes.
  • Efeito regulador do crescimento: Dois hormônios são responsáveis pela troca de pele e crescimento dos insetos, processo esse conhecido como ecdise, sendo o 20-Hydroxi-ecdisona e o Ecdisona. A Azadiractina vai alterar os níveis desses hormônios no organismo dos insetos e bloquear os seus precursores.
  • Efeito inibidor da reprodução: a Azadiractina afeta também os hormônios sexuais dos insetos, responsáveis pela reprodução. Os efeitos são muito variáveis, dependendo da espécie.
  • Efeito repelente: Os insetos possuem quimiorreceptores nas pernas capazes de detectar a Azadiractina, provocando então a repelência. Os insetos vão evitar as superfícies tratadas, não vai haver postura nesses locais e não vai haver consumo.

Benefícios do óleo Neem, são:

  • Ação sistêmica, translaminar e de contato;
  • Modos de ação diversos e complementares aos principais inseticidas do mercado;
  • Fácil diluição e não solidifica em baixas temperaturas;
  • Baixa toxicidade;
  • Registro para agricultura orgânica.
  • Inofensivo aos animais;
  • Melhor relação custo x benefício;
  • Não afeta inimigos naturais e polinizadores;
  • Apresenta diversas formas de ação sobre os insetos, não gerando resistência;
  • Totalmente biodegradável;
  • Não é bioacumulável;
  • Não apresenta período de carência, bastando apenas lavar bem o alimento para retirar quaisquer resíduos do produto que possam alterar seu sabor.

Manejo eficiente no controle da cigarrinha do milho

É possível controlar, e com isso reduzir significativamente os danos causados? Sim, nós temos a solução, e normalmente com bem menos entrada na lavoura!

Emerson Castro

Representante comercial – Nim Brasil

Os enfezamentos são doenças do milho causadas pela infecção da planta por microrganismos denominados molicutes (classe Mollicutes – reino Bactéria), que são um espiroplasma (Spiroplasma Kunkelli) e um fitoplasma (Maize bushy stunt).

Há dois tipos de enfezamentos: a doença denominada enfezamento pálido (causada por espiroplasma) e a doença denominada enfezamento vermelho (causada por fitoplasma). A distinção entre as duas em campo com base apenas nos sintomas da planta, frequentemente é impossível.

Os molicutes invadem sistematicamente e se multiplicam nos tecidos do floema da planta de milho e são transmitidos de plantas doentes para as sadias, pela cigarrinha Dalbulus maidis (Hemiptera: Cicadellidae).

Tratamento 1 – para lavouras de milho grão, sementes e silagem

Nesse caso, utilizamos dois produtos: óleo de neem concentrado da Nim Brasil mais o Protect Sil. Se necessário em algum momento do ciclo, orientamos o uso de algum inseticida químico convencional que possa ser utilizado na mesma aplicação.

Como age o óleo de neem concentrado? Por ser “concentrado”, nosso produto tem esse diferencial de mercado – não é apenas um adjuvante. Com isso, reduzimos muito o uso dos inseticidas químicos convencionais.

Trata-se de um produto sistêmico e de contato, com poderosa ação ovicida – mata o inseto na mudança de fase (ecdise), tem ação anti-alimentar e afeta o sistema reprodutivo dos adultos, dentre outros..

Assim, o inseto não cicla (não deixa descendentes) dentro da lavoura, gerando ao produtor grande redução de custos com produtos e, principalmente, manejo.

Tratamento 2 – para milho verde/pamonha (áreas que plantam ano todo)

Devido aos ataques serem maiores, com maior pressão, por ter plantas de diversas idades e normalmente serem cultivares convencionais, precisamos investir também em nutrição para ter plantas mais vigorosas e resistentes, e com isso os danos serem mínimos.

No sistema Caramuru tratamos o vegetal e o solo de forma especial, ou seja, desde o tratamento de sementes (Bioprotetor TS), com vistas à melhoria da fertilidade do solo, com o Natural Húmics (condicionador de solos), rico em ácidos húmicos (25%) e fúlvicos (5%), matéria orgânica (59%), carbono orgânico total (31%), e potássio (3%), aumentando a microbiota.

O resultado é a maior disponibilidade de nutrientes para a planta, e ainda o controle de pragas com o óleo de neem Nim Brasil (carência ZERO). Junta-se o Protect Sil (produto à base de fontes diferentes de dióxido de silício, em nanoparticulas), aliado à nutrição foliar com 12 micro/macronutrientes com aditivos especiais, mais a nutrição via solo rica em NPK + carbono orgânico complexado para complementar a adubação de solo de forma balanceada.

O sistema Caramuru tem sua recomendação mediante análise da necessidade específica de cada cultura. Com este sistema nutricional e de controle de pragas (cigarrinha, lagarta do cartucho, pulgão, etc.), reduzimos entre 80 e 100% o uso de inseticidas convencionais, e ainda o número de pulverizações, na maioria dos casos, sem afetar os insetos polinizadores e predadores naturais. Assim, preservamos a saúde dos produtores, consumidores e meio ambiente, trabalhando de forma sustentável.

O grande objetivo desse sistema é ter plantas mais vigorosas, muito bem nutridas, resultado do aumento de imunidade da planta. Aí está nosso foco: “aumentar a imunidade” – só assim teremos plantas menos suscetíveis à doença causada pela transmissão da cigarrinha.

Benefícios do sistema caramuru para cultura do milho:

1 – Maior e melhor desenvolvimento radicular (profundidade e lateralidade);

2 – Maior aproveitamento dos fertilizantes de solo;

3 – Maior disponibilidade de fósforo e potássio antes retidos no solo;

4 – Melhor desenvolvimento vegetativo (precocidade);

5 – Planta com maior vigor e maior calibre desde a germinação;

6 – Folhas maiores e mais espessas;

7 – Espigas maiores, com uniformidade;

8 – Maior durabilidade, maior tempo de banca (milho verde/pamonha);

9 – Aumento real da produtividade entre 10 a 30%;

10 – Para a cultura do milho verde/pamonha, possibilitamos ao produtor voltar a cultivar com ótima produtividade e rentabilidade da lavoura;

11 – Grande redução de custos para o produtor, com bem menos entradas na lavoura;

12 – Lavoura bem mais rentável para o produtor.

Manejo sustentável

A Nim Brasil Controle Biológico e Nutricional, uma empresa genuinamente brasileira, atuando no mercado desde 2009, tem como meta levar ao produtor rural formas de manejar as culturas com o objetivo de produzir de forma mais sustentável, reduzindo o uso de agrotóxicos e melhorando a qualidade de vida do produtor.

Visa, também, reduzir custos, com o aumento da produtividade, além de produzir alimentos mais nutritivos e saudáveis para o consumidor final.

Para conhecer melhor nosso trabalho, assista aos vídeos com depoimento de clientes felizes, em nosso site: www.nimbrasil.com.br

Acesse também nosso Instagram @nimbrasilagro e Facebook @NimBrasilAgro

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