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Produtores de café e laranja com mais qualidade de vida

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Os produtos certificados Fairtrade, seguem rígidos critérios, pautados por princípios sociais, econômicos e ambientais. São questões como: fortalecimento organizacional (capacidade de gestão da associação/cooperativa), melhoria de qualidade, cumprimento das normas trabalhistas e ambientais do país, inclusão de gênero e juventude, rastreabilidade da produção, execução de projetos de preservação ambiental, proteção de nascentes, manutenção da coleta e reciclagem do lixo, redução do uso de agrotóxicos e trabalhos de preservação da saúde dos cafeicultores.

Em contrapartida, os consumidores que optam pela compra dos produtos Fairtrade, estão dispostos a pagar um diferencial, conhecido como “Prêmio Fairtrade”, que obrigatoriamente deve retornar ao grupo de produtores como um investimento para a promoção de uma produção sustentável.

Uma das organizações de pequenos produtores (OPPs) beneficiadas é a Cooperativa de Produtores Rurais de Agricultura Familiar (COPERFAM), que fica na cidade de Bebedouro, em São Paulo. A entidade foi criada em 2012, com o intuito de unir pequenos produtores de laranja do município e de cidades vizinhas para se capacitarem e enfrentarem os desafios do setor de forma coletiva.

Dois anos depois, a COPERFAM conseguiu a certificação Fairtrade, o que trouxe transformações para os atuais 100 cooperados. Ao integrarem o Comércio Justo, os produtores passaram a receber o chamado Prêmio Fairtrade, que é o valor extra pago aos produtos comercializados como Fairtrade.

O uso desse recurso é definido em assembleia, e pode ser destinado a projetos ambientais, sociais, de melhoria da qualidade, em cursos e treinamentos, na compra de equipamentos e em determinados custos das organizações. Na COPERFAM, diversos projetos são executados anualmente em prol dos produtores.

De acordo com a analista de Controles Internos da cooperativa, Deiviane da Silva Marques Cardoso, os projetos são definidos a partir de necessidades e demandas da maioria dos cooperados e da cooperativa, e como forma de remediação de anormalidades identificadas durante as visitas técnicas nas propriedades.

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APOIO TÉCNICO – “O apoio fornecido aos cooperados é realizado a médio e longo prazo com diversas possibilidades”, destacou. Um dos exemplos é a estação meteorológica, que gera informações meteorológicas precisas e confiáveis das variáveis climáticas, podendo ser acessadas através de um aplicativo. Com os inúmeros dados gerados, os produtores conseguem gerenciar melhor os tratos culturais, evitando desperdícios e aumentando a eficiência.

Outra forma de auxílio nas propriedades é na orientação técnica aos cooperados, quanto ao controle de pragas e doenças presentes nos pomares, que podem comprometer a produção, além de ações que visam aumentar a produtividade. Para isso, são feitas orientações sobre condições do solo e da planta para escolher corretamente os fertilizantes e corretivos necessários, reduzindo também o impacto ambiental.

MEIO AMBIENTE – Na área ambiental, há um projeto de cobertura de solo por gramíneas, que contribuem para recuperar as áreas degradadas com técnicas e manejo de solo. Assim, há a conservação de umidade, descompactação do solo e aumento da matéria orgânica, o que diminui o risco de erosões. Dados demonstram que em lavouras onde são desenvolvidas essas técnicas, há aumento da produtividade.

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Também com os recursos do Prêmio Fairtrade são construídas e instaladas fossas sépticas nas propriedades, contribuindo com a melhoria da qualidade de vida dos cooperados, familiares, trabalhadores e da população em geral, já que são reduzidas as matérias orgânicas lançadas nos corpos hídricos e reduzida a contaminação do solo.

Pequenos cafeicultores conseguem exportar e aumentar a renda familiar

Localizada em Patrocínio, em Minas Gerais, município brasileiro que possui o título de maior produtor de café do Brasil, a Associação dos Pequenos Produtores do Cerrado (APPCER) surgiu em 2010, com o objetivo parecido com o da COPERFAM, que é contribuir com o aumento de renda e da qualidade de vida das famílias de pequenos produtores. Com o apoio do Prêmio Fairtrade, são promovidas ações de apoio técnico, estímulo à qualidade dos grãos, projetos sociais, ambientais e educacionais.

“Quando criamos a associação, identificamos 400 pequenos produtores de café, em uma região conhecida por grandes fazendas. Logo depois da fundação, conseguimos a certificação Fairtrade e os projetos voltados aos associados foram impulsionados. Hoje somos em 92 associados”, conta o vice-presidente da associação, Carlos Behrend. Atualmente, por meio de parcerias com cooperativas e empresas, a APPCER espera comercializar mais de 50 mil sacas de café em 2023.

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Ele contou que atualmente a associação recebe um adicional de cerca de R$ 140,00 – do Prêmio Fairtrade – por saca de café certificada exportada. Desse valor, R$ 40,00 é repassado ao produtor por cada saca que ele exporta. Esse valor deve ser investido principalmente no aumento de qualidade dos grãos.

“Ele pode investir esse valor em compra de insumos, máquinas e equipamentos agrícolas, por exemplo. Ele recebe o valor ao apresentar a comprovação de compra”, informou Carlos, que acrescentou que esse recurso não pode ser usado para a compra de defensivos químicos.

Ainda como forma de incentivar a qualidade, anualmente é promovido o concurso dos melhores cafés da associação. São duas categorias (Natural e Fermentado) e os prêmios variam de R$ 7,5 mil a R$ 5,5 mil entre o primeiro e o quinto colocado de cada categoria.

“O cliente quer consumir um café bom, não apenas comprar um café Fairtrade. O consumidor é exigente e quer um produto bom, por isso estimulamos a melhoria constante da qualidade”, destacou.

SOCIAL – Além de aplicar recursos em prol dos produtores, o dinheiro do Prêmio Fairtrade também pode ser usado em ações sociais. Em 2021, por exemplo, a APPCER adquiriu um respirador para a Santa Casa do município, no valor de R$ 30 mil. Em 2022 a entidade ajudada foi o asilo, com a aquisição de computadores e fraldas.

EDUCAÇÃO – Outra ação de destaque é a oferta de bolsas de estudos para os associados, seus filhos e netos. “Já custeamos 20 bolsas em universidades, 20 de língua estrangeira e quatro no colégio agrícola. Essa é uma forma de qualificar nossos associados. Hoje já temos 10 formados. Há exemplos de jovens que estão utilizando o aprendizado na propriedade da família”, disse Carlos. Um dos exemplos é o jovem Marcelo Aparecido de Mendonça Melo, que já está atuando na propriedade da família, após se formar em técnico em agropecuária.

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