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Barista desenvolve processo de pós-colheita que aumenta em até 10 vezes o valor da saca produzida

Elaborado pelo tetracampeão brasileiro de barismo, Leo Moço, o Sprouting Process promete revolucionar a produção de cafés nacionais

Após anos de estudo, o barista tetracampeão brasileiro Leo Moço chegou ao Sprouting Process, um método de pós-colheita que visa melhorar as características dos grãos de cafés nacionais. Hoje, o processo é desenvolvido em várias partes do país e seus primeiros resultados são extremamente satisfatórios. Em uma fazenda no município de Carlópolis, no interior do Paraná, o processo resultou no aumento de mais de 10 vezes no valor da saca produzida, partindo de R$ 450 para R$ 5 mil.

O método criado por Leo Moço é realizado dentro de uma bombona de plástico com uma válvula, criando um ambiente anaeróbico. A presença de CO2 inibe o desenvolvimento de bactérias e fungos e faz com que as enzimas presentes na casca do café criem uma fermentação natural, promovendo muito mais aroma e sabor aos grãos. O processo, similar ao que desenvolve o malte da cerveja, dura entre 10 e 20 dias e pode ser implementado com grãos de café de todas as regiões do país. 

A ideia surgiu após a observação de que o café nacional passa até 90 dias a menos no pé do que os plantados em outros países como a Colômbia, impedindo o desenvolvimento completo do fruto. “Pensei em maneiras de fazer com que o café brasileiro se desenvolvesse após a colheita como se estivesse ainda no pé. Durante o Sprouting Process, os grãos tem seu potencial de germinação prolongando, como se estivéssemos colhendo cafés prematuros e utilizando a bombona como incubadora no desenvolvimento de supergrãos”, explica Leo Moço.

ATESTADO POR TÉCNICOS

Diferente do que muitos podem imaginar, o processo revolucionário não é guardado a sete chaves, muito pelo contrário. Em uma parceria inédita com o Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (EMATER), Leo Moço está difundindo o Sprouting Process para pequenos produtores do Estado do Paraná. O barista já treinou quase 40 técnicos do Estado que estão aplicando o método em suas regiões. O impacto chega em mais de 100 produtores em solo paranaense.

A Coordenadora do Projeto “Mulheres do Café do Norte Pioneiro do Paraná”, Cíntia Mara Lopes de Souza, afirma que os cursos ministrados por Leo Moço e modificaram a forma de atuação dos agricultores familiares. “Com as dicas e informações, os produtores perceberam que a qualidade do café é definida no processo de uma colheita seletiva, com grãos na maturação correta, com os diferentes processos de secagem, o que vai agregando mais valor ao produto”, diz. No ano passado, o Paraná produziu cerca de 1,1 mil sacas de café, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Além disso, as vantagens econômicas deste processo são importantes sob a ótica social. “Houve uma percepção de que é possível qualificar o jovem cafeicultor e fazer com que ele tenha uma boa renda, sem abandonar a sua propriedade. Principalmente os jovens e as mulheres que estão se adaptando muito bem a essas mudanças de manejo e de investimento”, relata Cíntia. Atualmente, o projeto atende 14 municípios de regiões próximas a Santo Antônio da Platina e Cornélio Procópio, no interior do Paraná, somando aproximadamente 250 famílias cafeicultoras, o equivalente a cerca de 1 mil pessoas.

“Desde 2013, aumentou significativamente a produção da agricultura familiar para os cafés especiais. As famílias são capazes de colher e de apresentar amostras para os potenciais compradores. A qualidade do que é produzido faz com que vários países procurassem esse café”, conta Cintia. De acordo com ela, as exportações se tornaram mais frequentes, especialmente para países como Austrália e Japão. “São cafés completamente diferentes, que vão ao encontro do que as cafeterias ou esses clientes querem. São microlotes, com pequenas quantidades, com grãos de atributos exóticos e diferenciados”, completa.

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