Cristiane Bianchi Loureiro dos Reis
Diretora de P&D na Ingal Agrotecnologia
agro.crisreis@gmail.com
Bioativador vegetal é um produto orgânico à base de compostos naturais, no caso do Organic Bloom, aminoácidos extraídos do farelo de soja convencional e ácido fítico, uma forma orgânica de fósforo (P), extraído do farelo de arroz desengordurado.
É um produto que proporciona benefícios à saúde do solo e ao desenvolvimento e desempenho da planta. Atua via solo, com benefícios que vão desde a manutenção de microrganismos benéficos à rizosfera, a solubilização de P, a quelação de cátions a favor da nutrição da planta, a proteção da semente e o estímulo à germinação e enraizamento, até o combate de nematoides.
Já na parte aérea, fornece benefícios em relação à superação de estresses bióticos e abióticos e auxilia no metabolismo de N orgânico. Do ponto de vista metabólico, é uma forma de nitrogênio mais eficiente do que a forma mineral e a fixação biológica.
Além disso, deve ser associado à aplicação dos herbicidas, por combater radicais livres e reduzir, com isso, a fitotoxicidade. Já associado aos fungicidas, auxilia no mecanismo de proteção e defesa.
Contra pragas e doenças
Comprovadamente, Organic Bloom é eficiente no combate de patógenos como Fusarium sp., Sclerotinia sp., Phakopsora pachyrizi, entre outros agentes causais de doenças em plantas.
Organic Bloom atua no controle de juvenis e ovos de Meloidogyne javanica e incognita, Heterodera glycines, Rotylenchulus reniformis e Pratylenchus brachyurus. Além disso, evita a penetração de nematoides em raízes de milho, soja, feijão e algodão.
Em campo
O ácido fitico compete com o ortofosfato preso aos coloides do solo, por apresentar maior força de ligação (~4 vezes maior). Com isso, o P inorgânico é transferido para a solução do solo, onde fica disponível para ser absorvido pelas raízes das plantas.
Outro mecanismo de solubilização de P proporcionado pela adição do Organic Bloom ao solo diz respeito ao aumento da atividade das enzimas fosfatases produzidas pelas plantas e por microrganismos, as quais contribuem para a utilização do P orgânico (ácido fítico), uma vez que essas enzimas convertem o P orgânico em inorgânico para ser utilizado pelas plantas.
As culturas que podem utilizar P orgânico requerem menos insumos externos de P, reduzindo assim a perda de nutrientes e o consumo de P mineral, o qual é um recurso não renovável.
Em laudo oficial conduzido pela Fundação ABC, em Castro (PR), Organic Bloom exerceu excelente resultado como solubilizador de fósforo. O P rizosférico passou de 368,8 mg.kg-1 de solo para 385,0 mg.kg-1, quando utilizado isoladamente, e também apresentou maior resposta quando associado a produtos biológicos comerciais à base de cepas solubilizadoras de P.
Somado à solubilização de P, verificou-se um incremento de 13,4 sc/ha na produção de silagem de milho.
Pesquisas
Recentemente obtivemos a comprovação por meio de Laudo Oficial, de que o Organic Bloom induz resistência a Pratylenchus brachyurus e Meloidogyne javanica.
Estamos conduzindo ensaios comprobatórios, mas sabemos, a priori, que o ácido fítico e as enzimas fosfatases estão envolvidas no mecanismo de controle dos nematoides.
Os ensaios foram conduzidos, inicialmente, no Mato Grosso, pela Agromax Pesquisa. No primeiro momento foram utilizados dois produtos comerciais formulados, um à base de Bacillus subtilis e o outro à base de Bacillus amyloliquefaciens.
Posteriormente, foi realizado o teste de compatibilidade e sinergia do Organic Bloom com nematicidas biológicos e se constatou que há um aumento significativo da atividade e multiplicação de microrganismos como Bacillus methylotrophicus, Bacillus licheniforms, Bacillus aryabhattai e Pasteuria nishizawae.
Além disso, Organic Bloom aumenta a concentração e o número de conídios viáveis de Trichoderma harzianum, Trichoderma asperellum e Trichoderma endophyticum.
Culturas beneficiadas
Organic Bloom é registrado para todas as culturas – por ser um produto orgânico não possui restrição de uso. Nosso maior foco diz respeito a culturas de grãos, soja, milho, feijão, mas possuímos resultados em arroz, trigo, algodão, cevada, pastagens, olerícolas e em espécies florestais.