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Bioinsumos e ambiciosa meta de dobrar a produção agrícola do Brasil

Segundo dados do Ministério da Agricultura, o Brasil conta com cerca de aproximadamente 160 milhões de hectares de pastagem degradadas, dos quais, segundo estimativas da Embrapa, cerca de 40 milhões de hectares podem ser facilmente recuperados para conversão da pastagem em lavouras. Ou seja, seria um acréscimo de milhões de hectares sem derrubar nenhuma árvore, apenas recuperando áreas com potencial produtivo e que atualmente necessitam de investimento público-privado.

A recuperação do pasto degradado para conversão em lavoura demanda investimento básico no cuidado do solo, como calcário e fertilizantes, mas, também e não menos importante, é necessário regenerar a vida do solo — o maior ativo do produtor rural -, e é aí que os bioinsumos fazem a total diferença.

Os bioinsumos, de origem vegetal ou biológica (p. ex., animal ou microbiana), restauram a vida do solo e do campo, e podem ser utilizados para diversas finalidades em otimização ou até em substituição à insumos químicos ou minerais. A título de exemplo, e sem nenhuma intenção de exaurir o tema, (i) Azospirillum brasiliense promove o crescimento da pastagem pelo aumento de raiz para melhor exploração do perfil do solo e acesso a água e nutrientes; (ii) Pseudomonas fluorescens atua como solubilizador de nutrientes e proteção contra fungos patógenos de solo; (iii) Priestia aryabhattai serve como indutor de resistência a estresses térmicos e hídricos; (iv) Bokashi ajuda na fertilização e condicionamento do solo, restaurando parte da microbiota de solo; (v) Bacillus spp. (subtilis, amyloliquefaciens, velezensis, dentre outros), atuam no crescimento vegetal e também na proteção contra nematóides ou outras doenças de solo ao criarem biofilmes nas raízes; (vi) Trichoderma spp. (T. asperellum e T. harzianum, p. ex.) promovem o crescimento, restauram a microbiota e protegem contra patógenos de solo; (vii) Metarhizium anisoplae protegem contra insetos praga, dentre outros.

Milhares de agricultores brasileiros já estão produzindo bioinsumos para uso próprio em suas propriedades, liderando uma revolução silenciosa, segura e eficiente na agricultura brasileira.

Representando a ABBINS — Associação Brasileira de Produtores de Bioinsumos para uso próprio, na Comitiva brasileira que foi à China, Juan Acosta, Diretor da SoluBio, testemunhou todo o empenho dos Agentes Políticos e Públicos ao demonstrarem aos parceiros chineses que vale a pena investir na agricultura regenerativa brasileira, essa agricultura de tão baixo carbono — para não se dizer neutra. Para a recuperação, será necessário crédito subsidiado e de longo-prazo.

Para a ambiciosa e totalmente factível meta de recuperação do pasto degradado para conversão em lavouras agriculturáveis, o Diretor Executivo da ABBINS, Reginaldo Minaré, destaca que “segundo interlocuções no segmento de bioinsumos, todo o Governo, incluindo o Ministério da Agricultura, do Meio Ambiente, e do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, vêm publicamente trabalhando muito unidos para promover a agricultura regenerativa e os bioinsumos como alternativa sustentável e de ampla disponibilidade em vista da nossa biodiversidade, sendo que o Plano Safra, a ser lançado em conexão com o Plano ABC+, terá linha de crédito especial voltada à agricultura regenerativa e de baixo carbono, totalmente alinhado aos insumos biológicos”.

A visita do Presidente do Brasil à China certamente aproximará as nações e seus setores privados nesta tão nobre missão de dobrarmos a produção agrícola brasileira, recuperando solos disponíveis, preservando o clima e o meio ambiente, além da promoção de bioinsumos como alternativa sustentável à produção de alimentos, fibras e celulose, tanto no Brasil como na China.

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