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Esse é o 3º Seminário de Qualidade de Silagem, voltado para o pecuarista que pedia por mais informações sobre a produção de milho para alimentação animal. O evento aconteceu em Patos de Minas (MG) entre os dias 14 e 15 de julho, para aquela região, e nos dias 16 e 17 em Ribeirão Preto (SP).
“Com o objetivo de atender os anseios dos pecuaristas começamos esse seminário há três anos e temos feito isso em diferentes regiões do Brasil, como no Sul do País e Triângulo Mineiro, Alto ParanaÃba e Norte de SP, com a intenção de levar informações sobre produção e uso de silagem de alta qualidade para o pecuarista. Temos notado que a produção de leite no Brasil é crescente nos últimos tempos, assim como a produção de carne“, pontua Claudio Prates Zago, diretor do Negócio de Sementes do Grupo Agroceres (Biomatrix e Santa Helena).
Destaque
Antônio Benedetti Júnior, engenheiro agrônomo e coordenador de negócios da Biomatrix na região Sudeste do Brasil, relata que o Seminário trouxe como inovação um mix de produtos específicos para o segmento de silagem, confirmando os altos valores nutritivos nos volumosos que são produzidos por pecuaristas de leite e de corte a partir dos híbridos da empresa.
São produtos que proporcionam grande qualidade e segurança para o produtor de leite e carne, iniciando no manejo da cultura no campo, passando pelo processo de ensilagem, até a alimentação dos animais, garantindo melhores resultados para o produtor, com mais leite e carne.
“Temos realizado avaliações bromatológicas e de desempenho animal com instituições e parceiros especializados em nutrição animal, confirmando maior digestibilidade da matéria seca, com alta participação de amido/proteínas, resultando em uma silagem de alta qualidade. Neste evento apresentamos os quatro genótipos da Biomatrix focados em silagem, para garantir alto valor nutritivo no fornecimento de volumosos para os planteis de corte e leite“, detalha.
Qualidade em silagem
Leo Pereira, engenheiro agrônomo e sócio-proprietário das Fazendas Reunidas ACP e Filhos foi outro palestrante durante o Seminário. Ele falou sobre os processos operacionais para a silagem de qualidade e estabilidade desse alimento depois de aberto.
“Para se fazer uma silagem de alta qualidade, vários parâmetros são necessários, os quais têm que ser seguidos à risca. Temos visto muitos erros, principalmente no ponto de colheita, altura de corte, no fechamento do silo e na retirada dessa silagem. Esses processos precisam ser mudados. Existem tecnologias para isso e alguns produtores ainda insistem em técnicas que realmente interferem na qualidade“, explica.
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Tratamento de sementes
Meirielly da Silva Carpejane, agrônoma de Desenvolvimento de Mercado em TSI da Bayer, esteve presente no Seminário e esclareceu, durante sua palestra, sobre o funcionamento do tratamento de sementes industrial. “Estivemos no evento em parceria com a Biomatrix apresentando os benefícios do tratamento com o produto Poncho, no controle de insetos sugadores na cultura do milho. Este é um produto exclusivo para o tratamento industrial de sementes, e um dos melhores para controle, principalmente de percevejos e demais sugadores que atacam a cultura. É, também, muito importante no desenvolvimento inicial, na formação de estande da cultura e no vigor dessas plantas“, destaca.
Segundo Meirielly, o tratamento de sementes realizado na fazenda deixa a desejar em relação à segurança e qualidade da aplicação dos produtos. “No tratamento industrial usamos equipamentos de alta precisão para conseguirmos o máximo de controle sobre o alvo. Utilizamos polímeros para melhorar a fixação do produto às sementes e reduzir a emissão de poeira, retirando a umidade do tratamento e mantendo a qualidade fisiológica da semente“, afirma.
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A palavra final é do produtor
Luiz Eduardo Zampar, consultor técnico em nutrição animal, também palestrou no evento, e enfatizou que quem decide o que o animal vai comer é o produtor. Na silagem de planta inteira, ele destacou a importância de, ao chegar ao rumem, todas as partes da planta tenham um ótimo aproveitamento do alimento. “Isso é genética. É preciso ter materiais específicos de planta inteira para que todas as partes tenham qualidade e aproveitamento pelo animal“, explica.
Recomenda-se o processamento do grão com equipamentos apropriados, sendo que assim os grãos dentados são melhores processados. Vale a atenção para o ponto ideal de colheita para silagem.
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Genética a favor
Para ter silagem de qualidade é preciso contar com a genética ideal, com materiais de porte mais alto e grãos macios, que deem ponto certo de colheita, ou seja, em torno de 100 a 110 dias do ciclo da planta a planta estará verde, mas a palha da espiga já estará seca. “Para confirmar se está no ponto certo é preciso descascar a espiga, quebrá-la ao meio e fazer a leitura do meio para a ponta, de modo que o grão esteja 50% farináceo e 50% leitoso. O tamanho ideal de partÃcula deve ser de 8 a 10 mm para favorecer a compactação e a ingestão“, especifica Luiz Eduardo.
Ele recomenda que a compactação seja muito bem feita, com trator pesado e traçado, para retirar todo o oxigênio, que é o principal inimigo da silagem. E, por último, deve-se fazer o fechamento do silo com duas lonas. “Para proteger a silagem, não recomendo esconder essa lona, e sim protegê-la com uma cordinha, com aro de pneu ou com borracha, porque é preciso ver se haverá furos ou danos futuros“, conclui.