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Brasil alcança recorde histórico em exportações

Autores:

Cecafé – jan/2019

Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel – Abics

Djalma Fernandes de Aquino, analista de café da Conab

Crédito: shutterstock

Em 2019, o Brasil exportou 40,6 milhões de sacas de café, considerando a soma de café verde, solúvel e torrado & moído, segundo relatório consolidado pelo Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé). O dado representa um recorde histórico das exportações do produto, assim como aumento de 13,9% em relação ao volume total exportado em 2018. A receita cambial com as exportações de café em 2019 alcançou US$ 5,1 bilhões, enquanto que o preço médio da saca foi de US$ 125,49.

A performance das exportações de café brasileiro em 2019 apresentou um resultado dentro do previsto para o ano, com o recorde histórico de 40,6 milhões de sacas embarcadas para o mundo. Os resultados ao longo de 2019 foram, sem dúvidas, muito positivos e refletem a excelência e eficiência do agronegócio café do Brasil em atender à demanda global pelo produto.

É importante observar também que, entre os maiores consumidores de café brasileiro, quase todos apresentaram um aumento substancial nas importações, o que foi de suma relevância para o desempenho das exportações ao longo do ano de 2019.

Liderança

O Brasil mantém sua posição de liderança mundial e é um país protagonista na oferta de cafés sustentáveis para o mundo, oferecendo um produto com total segurança e qualidade, graças a sua alta competência e ao foco na sustentabilidade.

Observa-se um quadro importantíssimo de países importadores – no ano passado foram 128 países parceiros que consumiram o café brasileiro – e é importante salientar também que o País está preparado para atender a demanda global crescente, com grande possibilidade de incremento nos próximos anos.

Com relação às variedades embarcadas, no total do ano de 2019 o País exportou 36,6 milhões de sacas de café verde (32,6 milhões de sacas de arábica e 3,9 milhões de robusta), o que representa um aumento de 14,8% em relação a 2018.

Vale destacar que a exportação do café robusta (ou conilon) apresentou crescimento de 59,5%, se comparado ao ano anterior, enquanto o arábica registrou aumento de 11% no período. Já os cafés industrializados apresentaram alta de 7%, com a exportação de 4 milhões de sacas, sendo 3,98 milhões de café solúvel e 24,4 mil de torrado & moído. Neste caso, o café solúvel teve crescimento de 6,9%, enquanto que o torrado & moído, 27,2%.

Nota-se, também, que tanto as exportações de café verde (robusta + arábica) quanto de solúvel apresentaram resultados recordes no desempenho das exportações em 2019.

Números de dezembro

No último mês de 2019 foram exportadas 2,99 milhões de sacas de café, com receita cambial de US$ 384,2 milhões e preço médio de US$ 128,10. As exportações de cafés verdes somaram 2,7 milhões de sacas (2,3 milhões de arábica e 340,7 mil de robusta), enquanto que os industrializados corresponderam a 309,1 mil sacas embarcadas (308,2 mil de café solúvel e 950 de torrado & moído).

Entre as variedades, destaque para o café robusta, que dobrou a exportação no mês, registrando aumento de 102,6%.

Ano safra 2019/20

Nos seis primeiros meses do ano safra 2019/20 (jul-dez), o Brasil exportou 20,2 milhões de sacas de café, com destaque para o crescimento de 17,3% nas exportações de café robusta na mesma base comparativa de 2018. A receita cambial do período até agora foi de US$ 2,5 bilhões e o preço médio de US$ 125,34.

No compilado do ano civil de 2019, os Estados Unidos permaneceram como o país que mais consumiu café exportado do Brasil, com 7,9 milhões de sacas (19,4% das exportações totais no ano passado). O segundo maior destino foi a Alemanha, com 6,8 milhões (16,7%) e, em terceiro, a Itália, com 3,6 milhões (8,8%).

Na sequência estão: Japão, com 2,6 milhões de sacas (6,4%); Bélgica, 2,5 milhões (6,2%); Turquia, 1,2 milhão (2,9%); Federação Russa, 1,1 milhão (2,6%); México, 951 mil (2,3%); Reino Unido, 941 mil (2,3%); e Canadá, 900,2 mil (2,2%).

Exceto o Reino Unido, que apresentou queda de 25,5% nas exportações quando comparado a 2018, todos os principais destinos registraram aumento no consumo de café brasileiro, com destaque para o México, que teve crescimento de 200,8% na compra; seguido por EUA (24,7%); Alemanha (19,4%); Federação Russa (18,6%) e Turquia (18,2%).

Exportações por continente

Os embarques do café brasileiro por continente apresentaram evolução em quase todas as regiões no ano de 2019. As exportações de café para a Europa registraram, em comparação a 2018, um aumento de 10,7% (equivalente a 20,9 milhões de sacas).

Na América do Norte, o aumento foi de 29,8% (9,7 milhões); na Ásia, de 6,9% (7,1 milhões); América do Sul, 4,4% (1,6 milhão); África, 51,6% (640,9 mil); e Oceania, 4,3% (396,7 mil). Apenas as exportações para a América Central registraram queda de 27,7% em comparação a 2018 (total de 128,2 mil).

Também se destaca em 2019 o crescimento de 35,4% das exportações de café brasileiro para os países produtores (2,2 milhões de sacas); para o BRICS, aumento de 28,8% (1,4 milhão); Leste Europeu, +16,4% (1,7 milhão); União Europeia, +10,3% (19,3 milhões); Oriente Médio, +6,3% (2,4 milhões); e Países Árabes, +4,9% (1,8 milhão).

Cafés diferenciados

Segundo o Cecafé, as exportações brasileiras de cafés diferenciados (produto que tem qualidade superior ou certificado de práticas sustentáveis) totalizaram 7.546 mil sacas no ano de 2019 e cresceram 21,2% em comparação com o montante de 6.227 mil sacas embarcadas em 2018.

Na temporada recém-finalizada o volume embarcado totalizou 7.715,6 mil sacas contra 5.431,5 mil sacas do ano safra anterior. O faturamento com a venda desse tipo de produto para o mercado externo em 2019 foi de US$ 1.201 milhões e em 2018, US$ 1.091 milhões, respectivamente, resultando em um crescimento de receita em 2019 de 4,8%.

Apesar do expressivo crescimento de 21,2%, verificado na quantidade embarcada no ano civil de 2019, a depreciação dos preços internacionais ocorrida durante a maior parte do ano, impediu que os cafeicultores contabilizassem um maior faturamento com a venda do produto.

Nesse sentido, é interessante esclarecer que o valor médio de exportação dos cafés diferenciados das espécies arábica e conilon, foram, respectivamente, US$ 159,19/sc e US$ 106,19 /sc, isto é, inferiores às médias de US$180,55/sc e US$ 110,33/sc, observadas em 2018. 

O valor médio de venda dos cafés diferenciados é bem superior aos dos cafés arábicas naturais. Em 2019 o ágio foi em torno de 35,1%, então, vejamos: enquanto a saca do café arábica diferenciado foi exportada pelo valor médio US$ 184,15, a do arábica natural obteve o preço médio de US$ 136,36/sc. Quanto ao café conilon/robusta, o ágio observado foi de 14,1%, uma vez que o valor médio de exportação do robustas diferenciados foi de US$ 110,33/sc. No caso do robustas médios, a média registrada foi de US$ 96,72/sc.

Os 10 maiores países importadores de cafés diferenciados representam 80,3% dos embarques com diferenciação. Os Estados Unidos são o país que mais recebe cafés diferenciados do Brasil, com 1,9 milhão de sacas exportadas, o que corresponde a 24,8% das exportações da modalidade.

A Alemanha ficou em segundo lugar, com 934,6 mil sacas exportadas (12,4%), seguida pelo Japão, com 824,3 mil (10,9%), Itália, com 742,5 mil (9,8%), Bélgica, com 631,9 mil (8,4%), Canadá, com 293,3 mil (3,9%), Reino Unido, com 224,8 mil (3%), Suécia, com 208,3 mil (2,8%), Finlândia, com 183,1 mil (2,4%); e Espanha, com 142,2 mil (1,9%).

Portos

Em 2019, o Porto de Santos se manteve na liderança como a principal via de escoamento da safra para outros países, com 78% de participação (31,7 milhões de sacas embarcadas no ano passado). Os portos do Rio de Janeiro seguem em segundo lugar, com 12,7% de participação (5,1 milhões de sacas embarcadas por eles).

Brasil: Exportações mensais de café solúvel

  Peso Líquido (kg) Equivalente em sacas 60 kg Receita Cambial US$ Variação %
MÊS 2019 2018 2019 2018 2019 2018 2019 x 2018 2019 x 2017
Jan 5.643.036 4.275.698 244.684 185.288 36.346.535 33.141.539 10% 6%
Fev 7.161.738 6.338.044 310.465 274.681 46.195.641 48.710.293 -5% -7%
Mar 8.452.465 8.829.658 366.311 382.671 52.922.472 63.344.533 -16% -22%
Abr 7.343.503 6.990.015 318.296 302.937 45.106.706 48.779.638 -8% -14%
Mai 9.154.335 5.564.854 396.854 241.284 57.824.999 39.145.467 48% 10%
Jun 8.279.678 7.208.556 358.811 312.486 54.911.623 52.374.768 5% -4%
Jul 8.040.424 7.809.400 348.477 338.542 49.077.621 56.065.695 -12% -3%
Ago 7.718.679 8.755.645 334.522 379.883 51.423.131 60.794.141 -15% -6%
Set 7.877.024 7.104.342 341.397 307.878 50.033.645 48.041.410 4% -2%
Out 7.869.929 7.512.042 341.033 326.211 52.803.229 50.747.801 4% -7%
Nov 7.207.543 6.986.701 312.344 302.813 41.591.085 44.294.334 -6% -8%
Dez  
Total Acumulado  84.750.372  77.376.972 3.675.213  3.356.692  538.238.707  545.441.638 -1,3% -6,5%
Fonte: ABICS

Receita cambial

A renda gerada ao Brasil com os embarques de café solúvel vem apresentando relativa melhora ao longo de 2019. O diferencial em relação ao ano passado recuou para -1,3% no acumulado de janeiro a novembro, com a atual receita de US$ 538,2 milhões contra US$ 545,4 milhões em 2018.

A melhora dos preços mundiais do café é muito importante para os produtores brasileiros e, como as cotações subiram também nos países concorrentes, o Brasil se mantém muito competitivo. Nossas indústrias de café solúvel estão bastante otimistas em manter esse quadro de bom crescimento em 2020.

Em relação à receita cambial, o País obteve US$ 50,312 milhões em outubro de 2019, ampliando os ingressos com as exportações de café solúvel, no acumulado de 2019, para US$ 494,2 milhões. Nos comparativos mensal e anual, a receita está 1% inferior em relação a 2018, mesmo com a ampliação do volume. Esse cenário, explica-se, contudo, pelos baixos preços do café no mercado internacional, os quais a indústria absorve na comercialização do produto.

Os Estados Unidos é o país que mais consumiu café exportado do Brasil, com 7,9 milhões de sacas

O segundo maior destino foi a Alemanha, com 6,8 milhões

E o terceiro, a Itália, com 3,6 milhões

Na sequência estão: Japão, com 2,6 milhões de sacas; Bélgica, 2,5 milhões; Turquia, 1,2 milhão; Federação Russa, 1,1 milhão; México, 951 mil; Reino Unido, 941 mil e Canadá, 900,2 mil.

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