A produção de algodão em pluma deverá alcançar 2,1 milhões t em 2018/19, aumento de 14%, quando comparado com a safra anterior. Se confirmadas as produtividades, esta seria a maior produção de pluma da história do País.
Além de protagonista na fabricação de tecidos utilizados em todo o planeta, o algodão é um grande negócio, que movimenta US$ 17 bilhões por ano e faz parte da história da humanidade. A fibra é produzida em 60 países e em todos os continentes.
Em média, o mundo tem plantado em torno de 30 milhões de hectares para atender à demanda dos atuais sete bilhões de pessoas, com um consumo que cresce em torno de 3% ao ano.
No Brasil
O algodão é uma das mais importantes commodities produzidas no Brasil, sendo cultivado principalmente nas regiões centro-oeste e nordeste, mas também na região sudeste, sul e no norte brasileiros.
Segundo a Conab, a safra 2018/19 deve ocupar uma área de 1,44 milhão de hectares com produção de pluma, alcançando 2,5 milhões de toneladas, o que significa acréscimos de, respectivamente, 3,9% e 15,7% em relação à safra anterior.
Colhida a próxima safra, portanto, o Brasil vai exportar grande parte da pluma beneficiada e lhe restará como rival apenas os Estados Unidos, em termos de quantidade comercializada no mercado externo.
Segundo a Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Algodão e Derivados, em reunião ocorrida em agosto de 2018 no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), a análise para os 10Estados maiores produtores no Brasil leva a destaque o Mato Grosso, que terá área plantada alcançando 01 milhão de hectares; e a Bahia, o segundo maior produtor nacional, que tem expectativa de cultivar 325 mil hectares.
Um percentual de 24,75% do total de pluma de algodão produzida no Brasil é de responsabilidade da Bahia e dos demais Estados do Nordeste. Nesse particular da participação do Nordeste na produção do algodão nacional, a Embrapa tem trabalhado com um prognóstico de que é possível, em futuro breve, incrementar em 20% a produção nacional de algodão com colheitas na parte semiárida do território do Brasil.
Então, se é assim, fica permitido especular um percentual de 44,5% do total do algodão nacional,sendo colhido em toda a região nordeste e no Semiárido brasileiro ” o qual inclui a parte norte do Estado de Minas Gerais, portanto, na região Sudeste.
A maior ou menor rapidez disso se tornar realidade será função direta da atratividade dos preços praticados no mercado algodoeiro atual.
Tecnologia
A região mais tecnificada, segundo Gilvan Alves Ramos, analista de agribusiness da Embrapa Algodão, é a do Cerrado brasileiro, por onde se espraia quase a totalidade da produção de algodão no País (93,7%, segundo a Conab). As regiões produtoras de algodão na Bahia (oeste baiano), no Maranhão (parte sudeste) e no Piauà (parte sudoeste) também são da geografia do bioma Cerrado.
As produtividades médias do algodão são, ainda segundo a Conab, de 1.578 kg de pluma por hectare no Mato Grosso do Sul (a maior produtividade média); de 1.513 kg/ha no Maranhão; de 1.496 kg/ha no Mato Grosso, e de 1.418 kg/ha na Bahia. “Os custos de produção nesse bioma brasileiro estão com média de R$ 10 mil/ha no oeste baiano, e R$ 9.801/ha no Estado do Mato Grosso para a safra seguinte de 2018/19“, avalia Gilvan Alves.
Essa é parte da matéria de capa da Revista Campo & Negócios Grãos, edição de dezembro de 2018. Adquira o seu exemplar para leitura completa.