27.1 C
Uberlândia
quinta-feira, novembro 21, 2024
- Publicidade -spot_img
InícioArtigosHortifrútiCamalhões - A recomendação para o plantio de cará

Camalhões – A recomendação para o plantio de cará

Autores

Bruno Novaes Menezes Martins
Engenheiro agrônomo e doutor em Agronomia/Horticultura – UNESP
brunonovaes17@hotmail.com
Letícia Galhardo Jorge
Bióloga e mestranda em Botânica – IBB/UNESP

A produção brasileira de cará vem crescendo ao longo dos anos, provavelmente em função do aumento da demanda e dos bons preços alcançados pela cultura quando comparado com outras raízes. Apresenta uma produtividade de 30 t/ha, em média, com destaque para a região nordeste, considerada a maior produtora nacional. Boa parte da comercialização do cará brasileiro visa o consumo interno.

Atualmente, a cultura não está incluída nas estatísticas da produção vegetal do Anuário Estatístico do Brasil, e por esse motivo não se dispõe de dados mais precisos de produção e produtividade.

Os camalhões

O cará deve ser plantado em camalhões (leirões) como uma forma de promover o arejamento e drenagem do solo e evitar possíveis apodrecimentos dos tubérculos. Vale ressaltar que os benefícios não se restringem apenas ao desenvolvimento do tubérculo, podendo facilitar consideravelmente a operação de colheita.

Antes da formação dos camalhões, é necessário um preparo prévio do solo. Deve-se realizar uma aração com aproximadamente 30 cm de profundidade, seguida de uma gradagem. O preparo de camalhões pode ser realizado de forma manual ou mecanizada.

No processo manual, com auxílio de enxadas, movimenta-se o solo de lados opostos, levantando os camalhões a aproximadamente 30 a 35 cm de altura. No processo mecanizado, utiliza-se um trator de pneu acoplado a um sulcador, ou arado de aiveca ou de disco, levantando-se também os camalhões a 30 – 35 cm de altura.

Quando acoplado ao arado de disco ou de aiveca é preciso um movimento de ida e volta do trator, tombando o solo em sentido contrário.

Plantio

Para o plantio, o espaçamento entre plantas é de 0,40 a 0,60 m, com 1,00 a 1,20 m entre fileiras. No alto dos camalhões plantam-se os tubérculos entre 05 a 08 cm de profundidade, cobrindo-os com terra. Deve-se dar preferência a tubérculos procedentes de plantações bem conduzidas, com bom aspecto fitossanitário.

Podem-se utilizar tubérculos inteiros (50 a 250 gramas), que garantem um bom nível de brotação, consequentemente, maior rendimento por área. Quanto à época de plantio, pode ser realizada antes do início do período chuvoso, o que normalmente ocorre no Sudeste entre setembro e novembro, e no Nordeste, entre janeiro e março.

Solos ideais

É importante salientar que a cultura pode ser cultivada em diversos tipos de solos, desde aqueles com textura arenosa até os de textura argilosa-média, profundos, bem drenados, arejados e com o pH em torno de 5,5 a 6,0.

Com base no resultado da análise de solo, realizam-se as devidas correções e adubações no solo, misturando-o no momento do preparo dos camalhões.

Colheita

O momento ideal para a colheita é quando as plantas atingem coloração amarelada nas folhas e ramos, se tornando secas, o que se verifica dos 180 a 210 dias após o plantio. A colheita pode ser realizada de forma manual, com auxílio de enxadões, tendo-se o cuidado para não ferir os tubérculos.

Também pode ser parcialmente mecanizada com o uso de arado de aiveca. Após a colheita, os tubérculos devem ser lavados, selecionados, embalados e postos à sombra em lugar arejado.

Custo x rentabilidade

O custo do plantio de cará é variável e dependerá da mão de obra local e de insumos que deverão ser utilizados durante o processo produtivo. A produção excedente normalmente paga com folga os custos com a obtenção do produto.

Dentre as áreas que o produtor tende a economizar está a adubação do cará. Isso porque pode-se utilizar como complemento o composto orgânico disponível nas proximidades da área de produção, tanto de origem vegetal como animal.

ARTIGOS RELACIONADOS

Teste cria culturas resistentes de forma rápida e econômica

Cientistas da Universidade Nacional da Austrália (ANU), do Centro de Excelência ARC em Biologia das Energias Vegetais e da seção “Agricultura e Alimentação” da CSIRO, desenvolveram...

Adubação molíbdica – Respostas na cultura do milho

O molibdênio (Mo) é um micronutriente que atua na redutase do nitrato, melhorando a absorção de N pelas plantas (Taiz; Zeiger, 2008), também participa da enzima nitrogenase, que é essencial para as plantas fixadoras do N atmosférico (Rosolem et al., 2001).

Melancia Explorer apresenta grandes diferenciais

  Proporcionar ao agricultor produtividade acima da média e ao consumidor um fruto com coloração atrativa e saboroso é o grande diferencial da Melancia Explorer...

Tecnologia inédita garante maior resistência às plantas

Novo fertilizante foliar desenvolvido pela Kimberlit Agrociências será um dos destaques da empresa durante o Congresso da ANDAV Durante a fase de desenvolvimento, as plantas...

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
Falha na pontuação do usuário captcha. Por favor, entre em contato conosco!