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sexta-feira, novembro 22, 2024
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InícioArtigosHortifrútiComo controlar a podridão em morangueiro?

Como controlar a podridão em morangueiro?

Autor

Mário Calvino Palombini
Engenheiro agrônomo e proprietário da Vermelho Natural
vermelhonatural@hotmail.com
Crédito Hélcio Costa

O fosfito, na forma de fosfito de potássio, e o fosetil-Al possuem um efeito fúngico sobre as podridões, principalmente antracnose e Phytophthora. Também atua como promotor de resistência da planta sobre ações fúngicas.

Estudos mais modernos indicam que a sua ação ocorre mais diretamente sobre o fungo que sobre a planta. Esta relação está diretamente ligada com a concentração de íons de fosfito na planta.

Quando as concentrações são baixas, as defesas do hospedeiro são estimuladas, mas quando as concentrações de íons de fosfito são elevadas, as defesas do hospedeiro permanecem inalteradas e os íons de fosfito inibem o crescimento do patógeno antes que este cause a doença.

Não confunda

É preciso ressaltar que há uma grande diferença entre fosfito e fosfato de potássio. O primeiro não atua como adubo, e tem atuação fúngica, enquanto o fosfato de potássio atua como adubo, mas não possui uma atuação fúngica. 

No entanto, os íons fosfato interferem e têm preferência pela absorção tanto pela planta como pelo fungo. O fosfito é mais absorvido na situação em que não existe abundância de fósforo. Neste caso, a eficiência do fosfito está diretamente relacionada à sua dosagem e a uma redução da adubação fosfatada, tanto pela planta como pelo fungo.

Os fosfitos podem se deslocar tanto pelo xilema como pelo floema na planta, podendo ser usados na fertirrigação. Neste caso, alguns trabalhos sugerem que ao diminuir as quantidades de fósforo na solução nutritiva na fase de crescimento e promover uma redução menor na fase de maturação, com a adição de fosfito de potássio na solução ocorrem melhorias na produção. Entretanto, estas informações necessitam de mais pesquisas antes de serem usadas em grandes áreas de produção.

Cuidado!

No caso de aplicações via foliar, o fosfito possui ação fitotóxica sobre a planta. Neste caso, somente deve ser aplicado em dosagens baixas e com temperaturas amenas, sem radiação solar forte no momento da aplicação.

Quando ocorrem aplicações foliares, as concentrações de íons de fosfito serão menores dentro da planta do que em fertirrigação, e sua ação será maior no estímulo da defesa das plantas do que sobre o fungo.

O fosfito possui maior eficiência quando utilizado de forma preventiva ao surgimento de doenças fúngicas do que de forma curativa, eliminando as doenças fúngicas já instaladas nas áreas de produção.

Lembrando que o fosfito possui eficiência como somente controle auxiliar a outras técnicas. No caso da antracnose, a cobertura plástica é fundamental para o seu controle e o fosfito não possui suficiente eficiência agronômica para substituir o controle químico ou biológico.

No caso da Phytophthora e outras doenças de solo, as técnicas eficientes e confiáveis são a esterilização de solo ou produção em substrato inerte, sendo que o fosfito atua apenas como um tratamento complementar, neste sentido, mostrando-se uma ferramenta útil a ser aplicada. 

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Bruno Nicchio Engenheiro agrônomo e doutorando em Produção Vegetal, ICIAG-UFU bruno_nicchio@hotmail.com José G. Mageste Engenheiro florestal, Ph.D. e professor ICIAG-UFU jgmageste@ufu.br Ernane Miranda Lemes Engenheiro agrônomo, mestre e doutor em Produção...

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