24.6 C
Uberlândia
sexta-feira, abril 26, 2024
- Publicidade -
InícioArtigosHortifrútiComo reduzir perdas pós-colheita

Como reduzir perdas pós-colheita

Paula Almeida Nascimento
Engenheira agrônoma e doutoranda – Universidade Federal de Lavras (UFLA)
paula.alna@yahoo.com.br

Segundo a Embrapa, as recomendações para a redução de perdas pós-colheita são as seguintes:
• A colheita deve ser realizada de manhã cedo, quando a temperatura estiver mais amena e, no caso das frutas, estas devem estar firmes;
• Os produtos hortícolas devem ser colhidos e manuseados adequadamente, a fim de evitar danos mecânicos;
• Deve-se evitar o empilhamento excessivo de frutas e hortaliças em embalagens;
• Deve-se proceder à higienização dos recipientes e utensílios utilizados na colheita e no armazenamento dos hortifrutícolas;
• É necessária a correta lavagem das mãos dos trabalhadores com água e sabão antes da colheita, bem como a disponibilização de banheiros próximos aos locais de colheita;
• O ponto de colheita deve ser adequado, sendo que algumas cultivares devem ser colhidas em estado de maturação menos avançado, quando para mercados mais distantes, e outras com maturação mais avançada, para mercados mais próximos;
• Deve haver remoção do calor de campo dos produtos hortifrutícolas, realizando-se um pré-resfriamento;
• A refrigeração dos hortifrutícolas após a colheita deve ser rápida.

Perdas nas diferentes etapas da cadeia hortifrutícola:
• Falta de controle na quantidade de água utilizada na irrigação, lavagem e resfriamento dos produtos;
• Aplicação exagerada de agroquímicos (fertilizantes, agrotóxicos, etc.), uso de produtos sem registro e falta de controle dos prazos de carência;
• Falta de local apropriado para armazenar as embalagens dos agroquímicos. Normalmente, as embalagens são colocadas no chão e próximo às culturas;
• Utilização de jornais velhos e palha para acondicionar os produtos folhosos;
• Práticas inadequadas de colheita (colheita em dias chuvosos; falta de instrumentos e utensílios adequados à colheita; falta de sanitização frequente dos instrumentos para colheita, etc.);
• Má colocação dos produtos nas embalagens (excesso de produto, fechamento);
• Frota de caminhões antiga e com sistema de suspensão que não amortece os impactos;
• Falta de armazenagem frigorificada na época da safra;
• Legislação trabalhista atual (seguro desemprego desencoraja a manutenção do trabalhador no emprego, implicando em alta rotatividade da mão-de-obra, que não é suficientemente qualificada);
• Alto custo das embalagens;
• Divergência de critérios entre o pessoal responsável pela compra do produto e o pessoal responsável pela sua recepção no local de venda;
• Falta de contentores forrados adequadamente para as frutas e hortaliças destinados ao mercado interno (ex: plásticos-bolha, utilizados somente nos frutos destinados à exportação);
• Caminhões inadequados (lonados) usados para hortifrutícolas destinados a cidades próximas e para consumo rápido;
• Caixas com produtos hortifrutícolas não paletizadas;
• Carregamento realizado, caixa por caixa, ao sol;
• Exigências dos supermercados não só em relação aos produtos, mas, também, aos serviços (frete, descarregamento, reposição, degustação, promoções e 8% de descontos decorrentes de reposição financeira, custos administrativos na comercialização e perdas);
• Manuseio inadequado com mistura de cargas de diferentes espécies na câmara frigorífica;
• Cargas mistas (diferentes mercadorias) no mesmo veículo de transporte;
• Falta de proteção nos caminhões para evitar a trepidação;
• Mão de obra não qualificada para as operações de raleio, toalete, etc.;
• Estradas mal pavimentadas;
• Frutas e hortaliças colhidas com diferentes estádios de maturação, queimadas pelo sol e com defeitos aparentes;
• Falta de embalagem adequada para o consumidor;

[rml_read_more]

No mercado atacadista, nas Centrais de Abastecimentos (CEASAs), os principais entraves são:
• Condições higiênico-sanitárias insatisfatórias nos locais de armazenamento e comercialização dos produtos;
• Comercialização de produtos a granel (amontoados, empilhados, misturados), uma vez que o valor do produto não compensa a realização de melhorias;
• Comercialização pelo menor preço e não pela qualidade;
• Sujidades nos produtos vindos diretamente do produtor (presença de terra, folhas, paus e pedras);
• Pessoal sem treinamento para manusear alimentos;
• Sistemas de refrigeração insuficientes (melhores condições só para frutas importadas);
• Empilhamento incorreto no embarque/desembarque da mercadoria;
• Transporte – falta de investimento na melhoria das condições de recepção, armazenamento e expedição dos hortifrutícolas;
• Falta de conservação das estradas;
• Falta de infraestrutura dos portos (adequação para transportes regulares);
• Falta de comprometimento nas datas de embarque;
• Empilhamento incorreto no embarque e desembarque dos produtos.

Os principais entraves na comercialização para os supermercados são:
• Manuseio inadequado, nos supermercados, devido à falta de capacitação, que acarreta injúrias mecânicas aos frutos e hortaliças;
• O consumidor também contribui para o aumento das avarias ao manusear incorretamente os produtos;
• O carregamento dos produtos é totalmente inadequado (produtos mais leves embaixo dos mais pesados);
• Duplicidade de tarefas, por parte dos supermercados, na conferência dos itens e na verificação da qualidade dos produtos adquiridos;
• Produtos com qualidade diferenciada são vendidos como se fosse uma categoria única, tanto por parte de atacadistas como de supermercados;
• Falta de classificação e padronização dos produtos;
• Embalagens inadequadas em relação ao tamanho e peso dos produtos;
• Impossibilidade de rastrear o produto;
• Tempo de espera elevado para o desembarque e para o armazenamento adequado dos produtos;
• Lixo do supermercado próximo das áreas de embarque e desembarque dos alimentos;
• Sistema de armazenamento das hortaliças e frutos ineficiente ou inexistente. Há mistura de frutos climatéricos, que produzem muito etileno, com não climatéricos, acarretando perda de qualidade;
• Colocação inadequada dos frutos a granel nas gôndolas, causando injúrias físicas;
• Falta de estratégia de marketing para ressaltar a qualidade tanto das frutas quanto das hortaliças;
• Irregularidade no uso da cadeia do frio.

ARTIGOS RELACIONADOS

Planejamento – Primeiro passo para uma boa armazenagem

Adriano Ferreira Rozado Doutor e professor da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) adrianorozado@gmail.com   O armazenamento adequado da produção deve ser tratado como uma questão de...

Moinho Sete Irmãos realiza 5º Encontro de Produtores de Trigo de Minas Gerais

Neste dia 28 de março o Moinho Sete Irmãos realizou o 5º Encontro de Produtores de Trigo de Minas Gerais,em Uberlândia (MG). “Este já...

Panorama da produção de uvas de mesa

AutorGivago Coutinho Doutor em Fruticultura e professor efetivo do Centro Universitário de Goiatuba (UniCerrado) givago_agro@hotmail.com A viticultura vem se tornando cada vez mais...

Cafés de alta qualidade exigem planejamento

O cenário da cafeicultura atual mostra uma tendência cada vez maior para a produção de cafés diferenciados de alta qualidade, sendo uma alternativa para o produtor agregar valor ao seu produto e aumentar sua rentabilidade.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
Falha na pontuação do usuário captcha. Por favor, entre em contato conosco!