Conectividade e rastreabilidade no campo serão o foco do Prêmio Fundação Bunge em 2024. Inspirado no Nobel, o Prêmio Fundação Bunge está entre as principais premiações científicas no Brasil e neste ano vai agraciar quatro pesquisadores em dois temas: “Desenvolvimento e uso de tecnologias e conectividade acessíveis para a sustentabilidade no campo” e “Rastreabilidade na produção de alimentos: segurança alimentar, capacitação e redução de assimetrias regionais”. As indicações dos pesquisadores com trabalhos de impacto nas duas temáticas poderão ser feitas por instituições e entidades científicas brasileiras até 30 de maio.
Os pesquisadores serão laureados em duas categorias: Juventude (até 35 anos) e Vida e Obra. Os dois cientistas agraciados na categoria Vida e Obra receberão o valor bruto de R$ 200 mil. Já os dois premiados na categoria Juventude receberão R$ 80 mil.
De acordo com Cláudia Calais, diretora-executiva da Fundação Bunge, os dois temas estão na ordem do dia do setor do agronegócio. Apesar de ser uma potência agrícola, o Brasil ainda patina com a conectividade em áreas rurais. Segundo dados do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE) o país tem somente 30% da sua área agrícola com sinal de internet. Mato Grosso, por exemplo, um estado chave para a produção de grãos nacional, tem menos de 15% da sua área com cobertura móvel. “A falta de conectividade no meio rural prejudica o país frente à evolução tecnológica dos equipamentos e técnicas usados na lavoura e também com a redução da produtividade e a baixa inclusão de pequenos produtores e povos tradicionais”, afirma Calais.
A rastreabilidade na cadeia de produção do agro é outro ponto fundamental para a conquista e a consolidação de mercados externos dos produtos brasileiros, além de uma ferramenta poderosa de sustentabilidade ambiental e social. “Esta é uma questão vital para a balança comercial do agro, sobretudo quando falamos de exportações. Mas é preciso entender também que a rastreabilidade é uma ferramenta, dentro muitas outras, para a promoção de uma agricultura mais sustentável e inclusiva”, explica a executiva.
Entenda como funciona o Prêmio Fundação Bunge
O Prêmio Fundação Bunge tem como premissa que as indicações dos nomes dos cientistas sejam feitas por representantes das principais universidades e entidades científicas do país. Os currículos recebidos são avaliados por comissões técnicas independentes formadas por especialistas.
Mais de 200 personalidades brasileiras já foram agraciadas com o Prêmio Fundação Bunge. Entre eles estão Mariangela Hungria, Adalberto Luis Val, Erico Veríssimo, Hilda Hilst, Jorge Amado, Lygia Fagundes Telles, Manuel Bandeira, Rachel de Queiroz, Oscar Niemeyer, Carlos Chagas Filho, Gilberto Freyre, Paulo Freire, Celso Lafer e Fernando Abrucio.
Para saber mais acesse o site: fundacaobunge.org.br