Arthur Henrique Cruvinel Carneiro
Técnico em Agricultura e Zootecnia, graduando em Agronomia na Universidade Federal de Lavras (UFLA), membro do Grupo de Estudos em Herbicidas, Plantas Daninhas e Alelopatia (GHPD)e do Núcleo de Estudos em Cafeicultura (NECAF)
Rafael Jorge Almeida Rodrigues
Engenheiro agrônomo, consultor em cafeicultura, mestrando em Fitotecnia UFLA e membro do GHPD
A erva corda-de-viola (Ipomoeasp) sobe nas plantas de café, onde causa duplo prejuízo. Ela cresce competindo em água e nutrientes, como as demais e, ainda, compete por luz, pois sua copa se desenvolve sobre o cafeeiro e chega a encobrir toda a planta, tirando-lhe a luz e, como consequência, reduz sua fotossíntese. Ela prejudica, também, por atrapalhar as pulverizações via foliar e os trabalhos de colheita, principalmente se esta for mecanizada.
Quanto ao manejo da corda-de-viola, a melhor estratégia é o controle antecipado, no início das águas, quando as ervas têm tamanho pequeno e ainda não subiram nas plantas de café. Para isso, deve-se utilizar herbicida adequado, podendo ser uma aplicação sequencial (três semanas após a primeira) de glifosato ou usar, com cuidado, herbicida à base de 2,4-D.
Herbicidas novos, como o Flumizin, Aurora, Ally e outros à base de Clorimuron, também vêm mostrando bons resultados, podendo ser associados, de acordo com a necessidade, ao glifosato.
As ervas, especialmente as que se desenvolvem entre as plantas de café, ao escaparem do controle, quando ainda jovens, devem ser controladas com repasses manuais, arrancando o mais cedo possível aquelas que subiram nos cafeeiros, evitando que produzam sementes. Com ervas já cobrindo os cafeeiros, fazer apenas o arranquio, sem tirá-las, pois como já se encontram sombreando as folhas de café estas poderão ser queimadas pelo sol, além de na retirada poderem derrubar frutos de café dos ramos.
A adaptação de hastes laterais em roçadeiras, e de bicos que joguem herbicida mais debaixo da saia do cafeeiro, reduz o trabalho do repasse manual.
Por ser uma planta herbácea trepadeira que pode atingir até três metros de comprimento, de fácil adaptação a qualquer tipo de solo, sendo encontrada em todas as regiões do Brasil.
Após a constatação da presença na lavoura cafeeira, o produtor deverá se atentar para uma correta identificação de qual espécie de corda-de-viola se trata.
Manejo eficiente, passo a passo
Um manejo eficiente da corda-de-viola preconiza a prevenção da produção de sementes, contribuindo para a redução do fluxo de emergência e da pressão de infestações.
O controle químico, principalmente quando aplicado no início do período chuvoso (período de maior germinação e emergência de plantas daninhas) é a estratégia mais eficaz de manejo.
O momento de aplicação, quando as plantas de corda-de-viola se encontram em estádios mais precoces de desenvolvimento e que não subiram nos cafeeiros, favorece o sucesso do controle desta espécie, pois aumenta o número de herbicidas disponíveis e possibilita utilizar doses menores, sem comprometer a eficiência.
Para esta situação, uma aplicação, ou se necessário uma segunda (20 dias após a primeira) de glifosato isolado e/ou em associação com um destes herbicidas (flumioxazina, metsulfuron-metÃlico, carfentrazona-etÃlica e clorimuron-etÃlico) tem apresentando bons resultados. Outra alternativa é a utilização de 2,4-D em aplicação criteriosa por jato dirigido nas entrelinhas do café.