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Desafio do El Niño impulsiona mapeamento digital

Fenômeno climático pode afetar o potencial produtivo das plantas, por isso contar com um mapeamento dos talhões a partir de imagens geradas por drones pode ajudar na identificação das zonas com baixo desenvolvimento e na estratégia de manejo.

O fenômeno climático El Niño tem desafiado agricultores intercalando períodos de seca, altas temperaturas e volumes de chuva concentrados. Com o mapeamento digital das lavouras de segunda safra, como algodão e milho, é possível mitigar os efeitos negativos do clima na plantação a partir de recomendações precisas, mais assertivas e sustentáveis, a exemplo dos mapas para aplicação em taxa variável de regulador de crescimento no algodão e de adubação nitrogenada no milho.

Créditos: Divulgação

“O clima sempre é um desafio para o produtor rural, porém as ferramentas digitais, com auxílio de drones, permitem a ele monitorar o desenvolvimento dos talhões e antecipar estratégias de manejo a fim de reduzir danos e ampliar o potencial produtivo das plantas que, durante o ciclo de desenvolvimento, são afetadas pelas variações climáticas”, explica Ricardo Arruda, líder de Agronomia e Operações de Campo do xarvio® Digital Farming Solutions no Brasil. “De antemão, o agricultor sabe que fazer o manejo no momento certo é uma peça-chave para alcançar uma melhor produtividade, por isso ter uma visão detalhada das condições da lavoura possibilita tomar a melhor decisão para cada momento, e personalizada a cada talhão”, complementa o especialista.

Mapa Regulador de Crescimento e Adubação Nitrogenada

Nesta safra, prevê-se a semeadura de cerca de 16,4 milhões de hectares de milho e 1,7 milhão de hectares de algodão, conforme estimativas da CONAB – Companhia Nacional de Abastecimento. Diante do cenário desafiador imposto pelo fenômeno El Niño, que pode alterar significativamente os padrões de chuva e temperatura, torna-se ainda mais crucial adotar práticas agrícolas inovadoras para assegurar a resiliência e a produtividade das culturas.

Para o algodão, a aplicação de reguladores de crescimento emerge como uma estratégia vital. Estes produtos químicos ajustam o desenvolvimento da planta, compactando-a e promovendo uma maturação mais uniforme em todas as zonas do talhão. A utilização desses reguladores pode mitigar os efeitos adversos do clima, permitindo que a planta mantenha seu desenvolvimento e produtividade mesmo sob estresse hídrico. Além disso, plantas mais compactas e uniformes facilitam os tratos culturais e a colheita mecanizada, reduzindo perdas e melhorando a eficiência no campo.

No cultivo do milho, a adubação nitrogenada assume um papel crucial, especialmente em um ano atípico como este. O nitrogênio é fundamental para o crescimento vegetativo e a formação dos grãos, mas sua disponibilidade pode ser afetada por variações climáticas intensas. A presença do El Niño tende a provocar períodos mais secos ou chuvosos que o normal, afetando diretamente a lixiviação do nitrogênio e sua absorção pelas plantas.

Uma gestão eficaz da fertilização nitrogenada, portanto, pode ajudar a assegurar que as plantas de milho tenham acesso ao nutriente essencial quando mais precisam, maximizando a eficiência do uso de nutrientes e sustentando altas taxas de produtividade apesar das adversidades climáticas.

O produtor rural, João Vitor Aguiar, que produz soja, milho e algodão juntamente com seu irmão Pedro Aguiar em Campo Verde (MT), tem se apoiado nas soluções digitais em busca de melhorar a eficiência do manejo. Com a utilização dos mapas customizados do xarvio FIELD MANAGER da BASF, o agricultor implementa estratégias precisas para cuidar da lavoura.

“Na safra verão utilizamos os Mapas de Biomassa e Índice de Área Foliar para nos guiar no manejo e foi possível reduzir desperdícios e ter bom desempenho de produtividade devido ao uso da taxa variável. Agora, plantamos 500 hectares de algodão utilizando o mapa de taxa variável de sementes, e para apoiar o manejo vamos utilizar o mapa para aplicação de regulador de crescimento, nossa expectativa é fazermos as aplicações onde realmente há necessidade”, explica João Victor.

“No xarvio® FIELD MANAGER entregamos para o produtor rural esse mapeamento a partir de imagens capturadas por drone. Os sensores acoplados no equipamento e o processamento inteligente de dados gera um mapa mais preciso da lavoura que ajuda a identificar diferenças nos padrões de crescimento das plantas, áreas com necessidades específicas de atenção e até mesmo indicar variações no solo” explica, Alan Castro, coordenador de Desenvolvimento Agronômico Soluções Digitais da BASF. “Isso se traduz em um planejamento mais eficiente, permitindo focar em áreas que exigem intervenção, otimizando o uso de recursos e insumos”, complementa. 

Para entendermos melhor a importância do uso do mapeamento digital do xarvio FIELD MANAGER na lavoura, tendo por exemplo uma área de mil hectares e visando a aplicação de regulador de crescimento, a média de economia em produto tem sido de 30%. Além da otimização do trabalho operacional no campo e a melhora significativa nos parâmetros referentes a qualidade de fibra. Outro ponto é que o uso deste mapa pode auxiliar os cotonicultores na identificação precoce de áreas com potencial de crescimento desigual ou problemas de saúde das plantas, permitindo intervenções direcionadas, como ajustes na irrigação, aplicação de fertilizantes ou reguladores de crescimento.

Já para o milho, o Mapeamento Digital por drones é uma ferramenta importante para otimizar o manejo da cultura, especialmente em sistemas de plantio direto. Ele auxilia na identificação de áreas com potencial de deficiência nutricional, compactação do solo ou infestação de pragas e doenças, permitindo a implementação de estratégias de manejo específicas para garantir o desenvolvimento saudável das plantas e a maximização do rendimento.

“Além disso, o uso deste tipo de mapeamento também contribui para a sustentabilidade ambiental da agricultura, ao possibilitar uma aplicação mais precisa e eficiente do produto, reduzindo o desperdício e os impactos negativos sobre o meio ambiente”, finaliza Alan.

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