19.6 C
Uberlândia
sábado, julho 27, 2024
- Publicidade -spot_img
InícioArtigosHortifrútiDesafios no controle da traça-do-tomateiro

Desafios no controle da traça-do-tomateiro

Crédito Franciely Ponce

Franciely da Silva Ponce
Engenheira agrônoma e doutora em Agronomia/Horticultura – UNESP
francielyponce@gmail.com
Claudia Aparecida de Lima Toledo
Engenheira agrônoma e doutoranda em Agronomia/Proteção de Plantas – UNESP
claudia.lima.toledo@gmail.com
Santino Seabra Júnior
Engenheiro agrônomo, PhD e professor – Universidade Estadual do Mato Grosso-(UNEMAT)
santinoseabra@hotmail.com

A tuta absoluta (Meyrick) (Lepidoptera: Gelechiidae), também conhecida como traça-do-tomateiro, é a praga de maior importância no cultivo de tomate da atualidade. Devido ao difícil controle e severidade dos danos, pode proporcionar perdas de até 100% aos cultivos.
A traça-do-tomateiro se alimenta de plantas da família das Solanáceas, como a batata, o jiló, berinjela e no cultivo do tomateiro tem dificultado sobremaneira a atividade, fazendo com que alguns produtores abandonem as lavouras.
Trata-se de uma praga que ressurgiu após um período de 10 anos que vinha sendo controlada de maneira eficiente por meio do controle químico, com o uso de inseticidas do grupo das Diamidas.

Controle eficiente

O controle químico é a principal ferramenta utilizada no controle da traça-do-tomateiro, no entanto, devido à seleção de populações resistentes aos principais inseticidas utilizados, são feitas várias aplicações semanais visando o controle efetivo, o que aumenta ainda mais a pressão de seleção, além de reduzir a população de inimigos naturais.
O controle da traça-do-tomateiro tem sido um grande desafio nos últimos anos e representa um dos principais entraves à produção, principalmente de tomate.

Identificando a praga

A traça-do-tomateiro tem quatro fases de desenvolvimento: ovo, lagarta, pupa e adulto, com ciclo de vida que pode durar de 24 a 76 dias, conforme a temperatura. Os ovos são depositados normalmente na face inferior das folhas, no entanto, em infestações severas, podem ser encontrados em toda a superfície da folha, nas brotações, flores, caule, hastes e frutos.
As lagartas fazem galerias nas folhas, ficando protegidas, dificultando o controle eficiente por meio da aplicação de inseticidas. As lagartas normalmente empupam no solo, no entanto, as pupas podem ser encontradas no interior da galeria, ou mesmo aderidas a outras partes da planta.

Prejuízos

Os danos da traça-do-tomateiro são observados primeiramente nas folhas, onde as lagartas recém-emergidas perfuram e constroem galerias, alimentando-se do conteúdo foliar (mesofilo), reduzindo a fotossíntese e, consequentemente, a produção.
Os danos podem ocorrer em brotações, prejudicando a emissão de novas folhas e flores, e no caule comprometendo o fluxo de água e nutrientes. Os danos às flores prejudicam o pegamento dos frutos, ou levam ao abortamento das flores.
As lagartas se alimentam também dos frutos, o que compromete a produção e a qualidade. Frutos brocados têm baixa aceitação no mercado, além disso, os ferimentos causados pela traça-do-tomateiro são porta de entrada para doenças e apodrecimento, além de reduzir o tempo de prateleira e comprometer o aspecto visual e qualidade, tornando o controle da praga essencial para garantir a produção de frutos saudáveis.

Alerta

Entre os fatores climáticos que mais afetam a infestação de traça-do-tomateiro, temperaturas de ± 30°C favorecem a reprodução, com maior oviposição e sobrevivência dos indivíduos.
Além disso, com o aumento da temperatura, o metabolismo dos insetos acelera, reduzindo o ciclo da praga e proporcionando mais gerações por ano. Em locais com temperatura entre 15 e 20°C, a oviposição é menor e o ciclo é prolongado.
O monocultivo, aliado à não destruição dos restos culturais, favorece a permanência da praga nas lavouras. Mesmo em plantas secas as lagartas de traça-do-tomateiro conseguem completar o ciclo de desenvolvimento, reinfestando a área.
Em cultivos comerciais, é comum observar a formação de novas lavouras, próximas a lavouras antigas, o que permite a migração dos insetos de uma área para outra, sendo indispensável a destruição das plantas em final de ciclo, além da divisão da área em talhões para facilitar a organização da área e instalação de novos cultivos afastados de lavouras velhas.

ARTIGOS RELACIONADOS

Cálcio, boro e aminoácidos na proteção de anomalias fisiológicas do tomate

Danielle Perez Palermo daniellepalermo@ufrrj.br Carlos Antonio dos Santos carlosantoniods@ufrrj.br Engenheiros agrônomos e mestrandos em Fitotecnia na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) Margarida Goréte Ferreira do Carmo Engenheira...

Slabs – Melhor aproveitamento dos nutrientes

Autores Douglas José Marques Professor de Olericultura, Genética e Melhoramento Vegetal - Universidade José do Rosário Vellano (Unifenas) douglasjmarques81@yahoo.com.br Hudson Carvalho Bianchini Professor...

Ácidos húmicos melhoram a germinação do feijoeiro

Fernando Simoni Bacilieri Engenheiro agrônomo, mestre e doutorando em Agronomia - Universidade Federal de Uberlândia (UFU) ferbacilieri@zipmail.com.br Eli Carlos Oliveira Engenheiro agrônomo, doutor e professor - Universidade...

2º Seminário Nacional de Folhosas foi um sucesso

      A área total de hortaliças plantadas no Brasil é de 850 mil hectares, sendo que as folhosas representam 15% do total, chegando ao volume...

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
Falha na pontuação do usuário captcha. Por favor, entre em contato conosco!