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Dessecação pré-plantio pode elevar a produtividade

Técnica deve ser empregada levando-se em conta fatores essenciais para se alcançar os bons resultados, dizem especialistas.

Dessecação pré-plantio é uma prática agrícola essencial para garantir o sucesso no cultivo da soja. Envolve a aplicação de herbicidas para eliminar as plantas daninhas presentes no campo antes do plantio, preparando o solo para receber as sementes da cultura principal. Um manejo adequado de dessecação traz inúmeros benefícios, como a redução da competição por recursos entre plantas daninhas e a soja, maior uniformidade na emergência das plantas e aumento da produtividade.

De acordo Vitor Anunciato, coordenador de tecnologia de aplicação da BRANDT Brasil – empresa de inovação tecnológica focada em fisiologia vegetal e tecnologia da aplicação –, o processo de dessecação pode envolver uma ou até três aplicações de herbicidas. Segundo ele, a primeira aplicação geralmente ocorre no manejo outonal, podendo ser seguida por outra aplicação sequencial. “Após essas aplicações, pode-se realizar outra no momento do plantio, seja na modalidade ‘aplique e plante’ ou ‘plante e aplique’. A escolha do número de aplicações dos herbicidas a serem utilizados e do intervalo entre as aplicações depende de fatores como as espécies e a população de plantas daninhas presentes na área e o nível de investimento desejado”, explica.

Anunciato afirma que uma dessecação bem-sucedida em pré-plantio deve levar em conta alguns fatores essenciais:

Momento da aplicação e condições climáticas

Tradicionalmente, a dessecação pré-plantio é realizada entre os meses de agosto e setembro, durante uma época seca no Brasil. Para obter a máxima eficácia, a aplicação do herbicida deve ocorrer de dois a três dias após uma chuva ou quando houver um acúmulo mínimo de 20 mm de precipitação, evitando-se a aplicação em períodos de estresse hídrico das plantas para a máxima eficiência dos herbicidas.

“A umidade relativa do ar também é baixa nessa época do ano, aumentando o risco de perdas por volatilidade dos herbicidas. Por isso, alguns produtores optam por realizar a dessecação durante o período noturno, aproveitando a maior umidade relativa do ar e aumentando a eficiência de certos herbicidas, como diquat e saflufenacil, que têm baixa atividade em condições de ausência de luz. Isso permite uma absorção mais eficiente”, diz Anunciato.

Seleção de herbicidas adequados

A escolha dos herbicidas é crucial para o sucesso da dessecação pré-plantio. É fundamental selecionar produtos eficazes no controle das principais plantas daninhas. “O ideal é escolher soluções que apresentam baixa persistência no solo ou alta seletividade para a cultura, evitando-se assim prejudicar o desenvolvimento inicial da cultura de soja”, comenta.

Henrique Plácido, Consultor de Pesquisa, Inovação e Assuntos Regulatórios da BRANDT Brasil, explica que os principais manejos utilizados incluem:

Glifosato + 2,4-D (primeira aplicação)

Essa combinação é amplamente utilizada para controlar plantas daninhas de folhas largas resistentes ao glifosato, aplicado de 30 a 15 dias antes da semeadura (DAS). “No entanto, é crucial ter cuidado ao preparar a mistura em tanque, ajustando a ordem de adição, a taxa de aplicação e o pH final da calda de pulverização para evitar incompatibilidades e garantir a eficiência do controle”, orienta.

Diquat + Diuron (aplicação sequencial)

Essa combinação de dois herbicidas de contato de ação rápida é amplamente empregada em manejo de dessecação com aplicação sequencial. “Deve ser realizada próximo ao plantio da cultura, garantindo um início livre de plantas daninhas para a cultura estabelecer-se com sucesso”, destaca o especialista.

Plácido comenta que em áreas com alta infestação de plantas daninhas e/ou amplo banco de sementes é comum a utilização de herbicidas com ação pré-emergente, posicionados para evitar novos fluxos de emergência de plantas daninhas no início do ciclo da cultura. Segundo ele, “entre os principais herbicidas com ação pré-emergente utilizados neste sistema, destacam-se Flumioxazina + Imazetapir, Diclosulan e Sulfentrazone”.

Algo muito importante a se considerar no manejo de entressafra é a possibilidade de o período residual do herbicida atingir a cultura após a semeadura, “por isso devemos sempre considerar o intervalo mínimo entre a aplicação de um herbicida e a semeadura do cultivo”, acrescenta Anunciato.

Utilização de produtos para melhorar a qualidade da pulverização

Devido às condições climáticas muitas vezes desfavoráveis e desafios que podem estar associados à dessecação pré-plantio é fundamental incluir no manejo adjuvantes para mitigar as perdas por baixa absorção e volatilidade dos herbicidas, aumentar a cobertura das folhas e garantir uma boa deposição dos herbicidas.

Segundo Plácido, “visando auxiliar a pulverização e mitigar possíveis falhas durante o processo é possível a utilização do Forseti, um adjuvante da linha INTEGRAS da BRANDT, de alta performance que aumenta a deposição e cobertura, apresentando alta redução de deriva e proteção de gotas e mantendo o pH da calda estável”. Ele diz ainda que “outro adjuvante da BRANDT, empresa americana que trouxe as tecnologias dos recordistas mundiais de produtividade de soja e milho para o Brasil, é o TriTek um óleo mineral pré-emulsionado que visa aumentar a absorção e proteção dos herbicidas aplicados”. Adotando um manejo adequado, selecionando os herbicidas corretos e seguindo as boas práticas agrícolas e adjuvantes de alta qualidade, os agricultores podem obter resultados satisfatórios, aumentando a produtividade e a rentabilidade da cultura de soja. “Deve-se, porém, “lembrar-se de sempre de buscar orientação técnica especializada e seguir as recomendações dos fabricantes para garantir um manejo eficiente e sustentável”, finaliza Plácido.

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