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Efeitos dos desbastes florestais no diâmetro e altura das árvores

 

Gilciano Saraiva Nogueira

Professor da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM)

nogueirags@gmail.com

Helio Garcia Leite

Professor da Universidade Federal de Viçosa (UFV)

hgleite@gmail.com

 

Podas - Fotos Daniel Papa
Podas – Fotos Daniel Papa

Os desbastes florestais permitem incrementar a produção de madeira comercializável, melhorar a qualidade do produto final, aumentar a rentabilidade da floresta e diminuir riscos de prejuízos causados por mortalidade regular, ocasionadas pela competição entre as plantas, por fatores genéticos e pela senescência, e por morte irregular, causada por catástrofes, como ventos, incêndios de copas e ataques de pragas e doenças.

O desbaste é indicado quando o objetivo for produzir árvores de grande porte, com troncos de qualidade desejada quanto à forma, à sanidade e ao aspecto de madeira. Ele deve ser aplicado em espécie que apresenta capacidade de aproveitar eficientemente os fatores de produção (água, luz e nutrientes), disponibilizados em virtude da diminuição da competição.

O crescimento das árvores de eucalipto, teca e pinus é significativamente afetado pelo desbaste.

Efeito

O efeito principal dos desbastes é estimular o crescimento, em diâmetro, das árvores remanescentes. Eles permitem que, em curto espaço de tempo, as árvores remanescentes ingressem em classes de diâmetros superiores. Por outro lado, o crescimento em altura, em longo prazo, não é afetado pelo desbaste.

A altura da árvore não está diretamente relacionada com a densidade porque não depende do espaçamento entre árvores, a não ser que a densidade seja extrema. A taxa de incremento em diâmetro dependerá do material genético, da capacidade produtiva do lugar, do tipo de desbaste e da intensidade de desbaste.

Assim, quanto maior a capacidade da espécie em responder ao desbaste (aproveitar de forma eficiente os fatores de produção disponibilizados em virtude da diminuição da competição), maior o incremento em diâmetro. Da mesma forma, áreas com maior capacidade produtiva resultam em maior taxa de crescimento e diâmetro das árvores pós-desbaste.

Diâmetro

O crescimento em diâmetro pode ser maior se o povoamento remanescente for composto por árvores dominantes, que são mais eficientes na relação fotossíntese/respiração do que as árvores dominadas. Portanto, um desbaste seletivo, ao eliminar árvores menos eficientes (árvores suprimidas), permite que os fatores de produção fiquem à disposição das mais eficientes, aumentando a velocidade de crescimento em diâmetro dessas árvores.

Diferentes intensidades de desbaste podem levar a variadas tendências de crescimento em diâmetro pós-desbaste. Alta intensidade de desbaste resulta em maior diâmetro das árvores remanescentes; porém, se a quantidade de árvore removida for muito alta, os espaços liberados são subutilizados e podem resultar no aumento desproporcional do tamanho da copa e dos galhos, reduzindo a qualidade da madeira e a produção volumétrica da floresta.

Por outro lado, a intensidade de desbaste baixa pode não ser suficiente para melhorar as condições dos fatores de produção, com vistas a um bom desenvolvimento do diâmetro das árvores remanescentes.

Quando realizar desbastes florestais

As mudas são plantadas em um espaçamento inicial ideal para que elas alcancem a capacidade ótima de utilização dos fatores de produção (luz, umidade e nutrientes). Com o desenvolvimento da planta ao longo do tempo, o espaçamento inicial ideal torna-se exíguo.

A partir de uma determinada idade, inicia-se o processo de competição entre as plantas pelos fatores de produção, o que resulta na estagnação do crescimento das árvores. Antes do início do processo de estagnação do crescimento em diâmetro, é necessário estabelecer uma nova distribuição espacial, para que as árvores remanescentes retomem o crescimento.

O desbaste diminui a competição e garante um novo período de intenso crescimento das plantas. Se o desbaste não for realizado, o número de árvores será diminuído naturalmente pela mortalidade de árvores que apresentarem desvantagem competitiva, em relação às suas vizinhas, para competir por água, luz e nutrientes.

A estagnação do crescimento é diretamente proporcional à taxa de crescimento das árvores, porque, quanto maior esta taxa, mais cedo o povoamento inicia o processo de competição entre as árvores, resultando na imediata estagnação do crescimento. Os principais fatores que influenciam a taxa de crescimento de um povoamento são a capacidade produtiva do local, o material genético e o grau de competição entre as árvores.

Quanto maior a capacidade produtiva do local, maior a taxa de crescimento das árvores; um material melhorado geneticamente pode apresentar taxa de crescimento elevado; e a competição acirrada entre as árvores contribui para a diminuição drástica dessa taxa.

 

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